ZELANDO PELA ESPIRITUALIDADE DA FAMÍLIA

Passado o período dos banquetes, Jó os chamava para os santificar. Levantava-se de madrugada e oferecia sacrifícios de acordo com o número de todos eles; pois Jó pensava: talvez meus filhos tenham pecado e blasfemado contra Deus no coração. E era assim que Jó Sempre procedia.

Vivemos numa sociedade naturalista e profundamente materialista. Uma sociedade cada vez mais moldada pelo princípio orientador que afirma que o mundo real é o que se vê e que se pode tocar e/ou manipular.
Num mundo como este, com o seu naturalismo hermético, onde impera uma espécie de determinismo científico (no qual só o cientificamente verificável tem valor e merece o epíteto de verdade), o que importa é, unicamente, o que pertence à esfera material e se enquadra na dimensão física ou psíquica. A espiritualidade e suas realidades intuitivas não fazem parte do interesse nem das preocupações sociais básicas, nem se enquadram nos assuntos de maior relevância intelectual.
Pais, encarregados de educação e outros responsáveis pela educação dos mais novos canalizam todos os seus esforços na preparação das novas gerações preocupando-se em como estes irão lidar com o mundo real (diga-se, material). Tudo é feito para garantir um melhor apetrecho, aos mais novos, de modo a prepará-los para enfrentar o verdadeiro mundo, a verdadeira vida, ou melhor, a única vida que existe, de facto.
Não há nada de errado em investir na vida dos filhos, na educação, na sua formação cívica e na implementação dos valores de cidadania. Preparar os filhos para melhor enfrentarem o mundo e todas as suas tenções e dialécticas, é sinal de sabedoria por parte dos pais.
O problema é quando estas prioridades seculares acabam por circunscrever e limitar toda a visão da vida, traduzindo-a num simples projecto de realização pessoal, que se alcança com o acumular da bens materiais que perecem.
Jó é um exemplo de pai, cuja visão de vida ultrapassa toda a dimensão materialista. Ele era um homem abastado, capaz de proporcionar aos seus filhos um futuro melhor e mais seguro. Com certeza, eles já gozavam das regalias advindas das riquezas do seu piedoso e sábio pai. Os frequentes banquetes promovidos pelos filhos de Jó provam que eles sabiam desfrutar os benefícios de pertencer a uma família com muitos recursos. Contudo, este homem íntegro e correcto, temente a Deus e adepto de boa moral (v.1), tinha a plena consciência de que, para além dos bens materiais, existia um bem maior - Deus.
A perspectiva espiritual fazia parte da visão que Jó tinha da vida. Por isso, ele não estava disposto a deixar de participar da espiritualidade dos seus filhos.
Depois dos seus festejos, Jó, qual sacerdote sensível e compassivo, separava os seus filhos, renovando a sua consagração diante do Deus a quem reverenciava profundamente. E, como evidência da sua sincera devoção (e contrição), regularmente se levantava de madrugada para oferecer sacrifícios a Deus, intercedendo por todos os seus filhos. Que visão tão espiritual que Jó possuía!
Ele não se interessava somente pelo bem-estar físico de seus filhos. O que o preocupava mais era a sua relação com Deus! Para Jó, os filhos podiam fazer tudo: comer, beber, celebrar, festejar e divertir-se; contudo, ofender o bondoso Deus, a fonte de toda a bênção, pecando contra Ele, não era aceitável.
A atitude de Jó revela a sua confiança na bondade e na compaixão de Deus. Ele sabia que podia orar, suplicar o perdão divino em favor de seus filhos. Que lição formidável aprendemos com este grande patriarca!
Quantas vezes intercedemos pelos membros da nossa família? Como é que demonstramos a nossa preocupação pela espiritualidade dos nossos familiares?
Aprendamos todos com Jó a grande lição de uma visão redentora da família.

Soli Deo Gloria!
Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 115
29 de Março 2011

Testemunho de uma filha

Já muitos tentaram adivinhar Em que é que Deus estaria pensar quando criou o homem e a mulher. Mas os irmãos já pensaram Porque é que Deus criou a mãe e o pai?
Os nossos pais são uma bênção nas nossas vidas. E uma bênção ainda maior quando são mães e pais fiéis ao Senhor.
Foram eles que, desde que me lembro, me ensinaram a orar, me contaram histórias da Bíblia antes de me deitar, me falaram de Jesus, e me trouxeram à Igreja mesmo nos dias em que, como qualquer criança, não me apetecia sair da cama.
Os pais são uma bênção quando nos ensinam, desde que nascemos, os princípios que devem orientar a nossa vida.
Foram os meus pais que orientaram as minhas escolhas. Mesmo nos momentos em que discordei deles, aceitei as suas opiniões porque nunca pude negar que eles são pessoas tementes a Deus.
Os pais são uma bênção quando se deixam guiar e guiam os seus filhos nos caminhos do Senhor.
Chegará o dia em que já não poderei contar com os seus conselhos, com as suas orientações, com os seus ensinamentos. Mas os meus pais ensinaram-me coisas poderosas:
-        Com o poder da oração, eles ensinaram-me que Deus pode demorar a responder, a Sua resposta até pode não estar de acordo com os meus desejos, mas Ele responde sempre.
-        A importância da Bíblia. Os meus pais ensinaram-me que é através da Bíblia que eu posso conhecer melhor o meu Jesus e a vontade do meu Deus. Qualquer dilema, qualquer dúvida, qualquer problema que eu possa ter tem resposta na Bíblia e eu sei que a resposta que ela contém é única e correcta.
Os pais são uma bênção quando nos ensinam o seu segredo para serem bons pais: as várias formas de chegar até Deus.
Para responder à questão que coloquei no início, certamente que Deus tem vários motivos para ter criado a mãe e o pai. Mas aquele que eu queria salientar hoje é este: que todos os filhos pudessem conhecer Deus através da sua mãe e do seu pai. Quantos de nós não viriam a conhecer Deus se os nossos pais não O tivessem apresentado?
Joana Loja
Dia das Mães
Sete Rios 8 de Maio 2011