NASCEU O SALVADOR E REI


A História da Salvação da Humanidade tem como epicentro a pessoa do Senhor Jesus. De qualquer ângulo  que se queira entender a intervenção divina, no que diz respeito à execução do seu plano de salvação, concebido e delineado antes da fundação do mundo, percebe-se o facto incontornável que coloca a encarnação do Filho de Deus no centro de toda esta questão.
O entendimento que se tem da pessoa e da missão do Senhor Jesus, de todos os ângulos de análise e usando todas as variáveis possíveis, é de importância vital para a compreensão da natureza da Igreja, e da sua missão de anunciar a Boa-Nova da salvação e, consequentemente, de alcançar o mundo para Cristo.
A verdade é que não há povo de Deus sem Cristo; não há Igreja sem Cristo; não há perdão de pecados sem Cristo; não há salvação sem Cristo. Enfim, não há vida eterna sem Cristo.
Aquando do anúncio do nascimento do Senhor Jesus, Deus, por intermédio do anjo Gabriel, indicou o nome que seria dado ao filho que nasceria de Maria. Ele seria chamado Jesus (Mateus 1:21), o Emanuel (Mateus 1:23), orientação essa que fora acatada por José (Mateus 1:25). O nome Emanuel assegurava e garantia a presença do soberano Deus  no meio do seu povo. O nome Jesus revelava (e revela) o principal ministério que viera realizar entre os homens, isto é, salvar pecadores perdidos da morte e da condenação certas.
Segundo os relatos de Mateus e de Lucas, a notícia dada por Gabriel incluía outro aspeto de grande relevância na identificação do menino que estaria para nascer.
O Salvador dos pecadores, que materializa a presença de Jeová entre os humanos, é também aquele que viria para reinar em lugar do seu pai Davi.
Aliás, este aspeto da sua realeza já tinha sido mencionado pelos profetas da Antiga Aliança, assim como autenticado pelos magos, vindos do oriente, quando perguntaram: “onde está o recém-nascido Rei dos judeus?” (Mateus 2:2).
Ao preanunciar o nascimento do Salvador, Gabriel disse a Maria que o menino que dela haveria de nascer seria “grande” e “Filho do Altíssimo”, facto esse que revela a singularidade e  a relevância da sua pessoa.
Contudo, o anjo do Senhor acrescentou que Deus, o Pai, lhe daria “o trono de Davi, seu pai”, cujo reinado seria “eterno” e, diferentemente do do seu pai Davi, seria um reino (domínio) “ sem fim”, o que evidencia a singularidade desse mesmo Rei e do seu reino.
A menção do Salvador, como aquele que viria para reinar, atesta a identidade do Senhor Jesus. Ele é o Salvador de pecadores, que executou plenamente a vontade de Deus, Pai, mas que veio para reinar na vida e nos corações de todos aqueles que, pela fé, o reconhecem como o Messias prometido, o Filho do Deus vivo.
Aceitá-lo como Salvador implica, necessariamente, reconhecê-lo como Senhor da vida (Atos 16: 31; Romanos 10:9).
Celebremos o Natal, louvando o Salvador, Rei e Senhor das nossas vidas.   
Soli Deo Gloria! 
Pr. Samuel Quimputo
boletim 167 
2015


Salvos para Viver e Anunciar


Todos os salvos, alcançados pela maravilhosa graça de Deus, e que têm a plena consciência da misericórdia que sobre si foi exercida pelo Senhor, não podem ignorar a preciosidade da sua bondade.

Em toda a Bíblia, a salvação do homem é apresentada como uma dádiva divina, não meritória, e motivada pelo amor do Senhor, o Salvador.

Pedro, apropriando-se de uma linguagem doseada pelo hebraísmo, que lhe é familiar e característico, afirma que os crentes em Jesus, incluindo gentios (graças a Deus!), passaram a fazer parte do povo escolhido do Senhor, tornando-se a sua propriedade pessoal e exclusiva.

Neste ambiente de nova família, eles constituem o sacerdócio santo, cujo propósito é o de prestar culto a Deus, com o objetivo (ou ministério) específico de oferecer sacrifícios aceitáveis e agradáveis a Deus Pai, diga-se, sacrifício vivo, por meio da obra redentora que o Senhor Jesus realizou na cruz do Calvário (1 Pedro 2:5). 

O conjunto dos salvos constitui o edifício (ou casa) espiritual, ainda em construção, rumo à sua conclusão, quando o Senhor Jesus retornar, para reunir de todas as extremidades da terra, por intermédio dos seus anjos, os seus eleitos (Mateus 24: 30,31 ; Marcos 13: 26,27). 

Enquanto a casa estiver a ser edificada, e o sacerdócio santo estiver a executar o seu ministério cultual, aqueles que fazem parte desse povo santificado estão impelidos a serem testemunhas vivas do poder regenerador e transformador de Deus, que os chamou das trevas para a (sua) maravilhosa luz.

O mecanismo principal a ser usado para a concretização da sua missão testemunhal é a evangelização, que deve ser diferenciado do puro e gratuito proselitismo. Esta missão consiste na proclamação (ou anúncio) das virtudes, isto é, da excelência moral, daquele que, com poder sobrenatural e suavidade verbal, os chamou das trevas, da ignorância e da letargia espiritual para a luz, ou seja, para o novo ambiente de vida, onde a verdade impera, dissipando a mentira e a falsidade, trazendo liberdade aos, então, cativos.

Se por um lado, o cumprimento dessa missão deve resultar de um senso de dever para com todos aqueles que     não eram povo, mas que agora o são, que não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram, por outro, esse compromisso (ou cumprimento) deve ser encarado como um privilégio, dado por Deus ao seu povo, de cooperar com o Soberano, na implementação do seu reino na terra. Nada é mais enobrecedor do que isso.

Desta modo, fazer missões é desempenhar o papel dado por Deus a todos os que constituem o sacerdócio real, ou melhor dizendo, do reino (visto que serve ao Rei), e que formam a nova nação dos que foram separados, a fim de serem porta-vozes do amor, da bondade e da graça do seu Senhor, diante de um mundo carente do amor, da bondade e da graça.

Que cada um de nós se sinta envolvido neste projeto de grande envergadura e com consequências eternas. Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo
Boletim 166
25out2015


APRENDENDO COM O MESTRE


É confortador o facto de o Senhor Jesus, nosso Salvador, aquele que se ofereceu como expiação pelos nossos pecados, ser, igualmente, o nosso amado Mestre.
A verdade é que todos aqueles cujas vidas foram redimidas pelo sangue do Cordeiro, e cuja transformação moral e espiritual tem sido, eficazmente, realizada pelo espírito santo, encontram em Cristo, isto é, por meio da sua Palavra, orientações sólidas e confiáveis para os desafios diários.
Sem reservas, o Senhor Jesus apresentou-se perante os seus discípulos como o “bom” pastor, assim como o “único” caminho que leva a Deus.
Aqui, no texto da nossa reflexão, assume-se como aquele que garante o verdadeiro alívio, que proporciona descanso a todos os que, em consciência e com humildade, reconhecem que carregam sobre si um fardo insuportável.
O desafio (ou convite) feito pelo Senhor Jesus apoia-se no seu caráter e nas suas qualidades pessoais.
Ele identifica-se como “manso” e “humilde” de coração, o que significa ser possuidor de uma tranquilidade interior, que não se deixa perturbar, qualquer que seja a situação. Por outras palavras, ele reconhecia-se (com toda a razão) como alguém possuidor de um “brando génio”, simples e pacífico.
Uma pessoa humilde é aquela que tem “os pés bem assentes na terra”; alguém que não necessita criar uma dupla personalidade fingindo ser o que não é.
O que se destaca neste discurso, empolgante e desafiador, é a afirmação de que todos aqueles que estiverem dispostos a aliviar o fardo da sua vida, devem “matricular-se na escola” do incomparável Mestre.
Aprender, neste contexto, quer dizer “assumir o compromisso de fazer-se discípulo” ou “tornar-se discípulo” de alguém, o que implica, necessariamente, aceitar a orientação do instrutor, do Mestre.
Não admira, pois, que na fé cristã todos os crentes sejam considerados “discípulos” do único Mestre qualificado para os ensinar, alguém  totalmente confiável, que é o Senhor Jesus.
O desafio, portanto, é imitar o Mestre na sua atitude mansa de liderança, e na proximidade com que abordava os seus alunos, com um elevado grau de humildade.
Todos os crentes (cristãos) estão obrigados, ou melhor, condicionados, a seguir o exemplo do seu Senhor e Mestre, cuja vida foi vivida em prol e ao serviço dos outros, partindo da premissa de que o amor aos outros é a inegável evidência do amor a Deus.
A lição para todos nós é que, em todas as áreas da nossas vida, devemos agir como aquele que é o nosso exemplo maior, fazendo tudo sem arrogância, sem nenhuma inclinação para a violência, seja ela psicológica, emocional, verbal ou física.
Que a nossa confiança nos ensinos do bom Mestre, registados nas Sagradas Escrituras, aumente cada vez mais, treinando o nosso caráter, de modo a tornar-se mais parecido com o daquele que tudo faz com mansidão e com humildade. 
Soli Deo Gloria! 

Pastor Samuel Quimputo
Boletim 165
4 out 2015 


ADMIRANDO A GLÓRIA DE DEUS




Segundo o apologeta e conferencista Ravi Zacharias, um dos requisitos para se viver a vida com sentido e equilíbrio é o exercício do “senso de admiração”, que estimula a mente e desperta as nossas emoções a deixar-se encantar pela beleza da criação divina.

A abordagem acertada de Ravi Zacharias leva-nos, necessariamente, a um patamar mais alto, no qual o “senso de admiração” ou o “encanto pelo maravilhoso” se transforma numa grata apreciação da beleza e da harmonia de tudo o que foi criado e que existe, de certo modo, para estimular a nossa imaginação.
Por sua vez, a verdadeira apreciação do mundo criado (com propósito e com sentido) deve conduzir o observador a uma atitude de gratidão, que é a “marca registada” de um coração e de uma vida crucialmente alcançados pela graça divina.

Uma das disciplinas espirituais a serem exercitadas diariamente, e o melhor legado que podemos deixar às gerações mais novas (tais como filhos, por exemplo), é a assunção da nossa satisfação em Deus, fruto da nossa admiração pela sua bondade, pelo seu poder e pela sua providência.

A atitude de admiração, de gratidão e de louvor que deve caraterizar a vida do crente piedoso evidencia-se no seu caráter e no convívio com os demais seres humanos (crentes ou não) como expressão da sua fé e do seu amor pelo Criador.

Uma das falácias do cristianismo contemporâneo é, precisamente,  a cultura de autocomiseração (e egoísmo) que nos “rouba” o gozo da plena satisfação em Cristo e  limita a nossa influência testemunhal das bênçãos com que do alto temos sido agraciados.

A intimidade que Davi desfrutava com Deus levou-o a reconhecer e a proclamar, com admiração e gratidão, a magnificência do nome do seu Criador.

Ao contemplar os céus e todo o seu esplendor, a singularidade do Homem, reflexo e imagem de Deus no ser, no governo e cuidado pelo resto da criação, o grande poeta e músico Davi é impulsionado  a compor este salmo de louvor, com senso de espanto, temor e gratidão  àquele que trouxe tudo à existência, que preserva e dá sentido a tudo o que os nossos olhos podem contemplar e apreciar.

É tão enriquecedor e edificante para a nossa alma ouvir o testemunho de irmãos que não se conformam em limitar a interpretação da realidade do seu viver quotidiano àquilo que não está bem e que os aflige, antes pelo contrário, procuram destacar a glória de Deus e  proclamar as maravilhas da sua bondade e a constância da sua misericórdia, que se revela e se renova em cada manhã, sem, contudo, ignorar as contingências e as contrariedades da vida.

Que o senso de admiração, a cultura de apreciação do belo e a atitude de gratidão a Deus sejam cada vez mais desenvolvidos na nossa experiência de vida e no nosso convívio com os nossos concidadãos, expressando, deste modo, o nosso culto racional ao amado Senhor e Salvador, que por nós deu a sua vida, a fim de desfrutarmos de uma sólida comunhão com ele.

Que a beleza da santidade de Deus continue a estimular e a encantar os nossos corações, prontificando-nos a prestar-lhe o culto que lhe é devido e a servi-lo, com gratidão, edificando os nossos irmãos através do exercício dos nossos dons.

“Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!”

Que o brado de Davi, um amigo próximo de Deus, ecoe bem alto nos nossos corações, encorajando-nos a louvar (isto é, a elogiar) o nome que é sobre todo o nome, o nome do Senhor Jesus.
Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo

REVELANDO A BELEZA DE CRISTO

Quando pensamos na doutrina da salvação, o que, imediatamente, nos vem à mente é a bondade da graça divina que nos garante o perdão dos nossos pecados, a absolvição (ou libertação) da condenação eterna e a certeza e o gozo da vida eterna, que nos é outorgada no presente e que será plenamente desfrutada na presença de Deus, na nova terra que será preparada para esse mesmo fim.
Embora estas bênçãos façam, de facto, parte das consequências da obra expiatória que o Senhor Jesus realizou na cruz do Calvário, há, contudo,  um elemento qualificador que a todas elas dá sentido.
Segundo o ensino das Escrituras, o ponto mais alto da nossa experiência cristã será a nossa glorificação, isto é, a plenitude da santidade que irá caraterizar a nossa vida, adequando-a à nova realidade de proximidade e de comunhão com o Deus santo (Romanos 8: 17,18).
A ressurreição dos nossos corpos (ou a sua transformação aquando da vinda do Senhor Jesus) inaugurará o estado final e permanente da nossa nova vida em Cristo, isto é, a redenção do nosso corpo (Romanos 8:23).
A santificação, portanto, é a operação sobrenatural que o Espírito santo realiza no interior de cada um daqueles que foram regenerados e justificados por Deus, realizando as “cirurgias” necessárias a fim de que, no final, as marcas do caráter de Cristo estejam bem patentes na personalidade de cada filho do Pai celeste.
O processo da operação espiritual levada a cabo pelo ministério e pelo poder transformador do Espírito Santo requer uma resposta e uma entrega voluntárias por parte do crente.
A evidência das mudanças que vão sendo operadas no coração (centro da personalidade humana) garantem a qualidade da saúde espiritual, necessária a todos aqueles que foram alcançados pela maravilhosa graça divina. É por esta razão que o autor bíblico afirma que “sem a santificação, ninguém verá a Deus” (Hebreus 12:14). Significa que a santificação funciona como a “bússola” que garante a rota certa rumo à bendita presença de Deus.
O desafio divino aos salvos em Cristo é que estes, diferentemente de Moisés que resolveu ocultar a glória refletida em seu rosto, por ter estado na presença de Deus, reflitam a imagem do caráter de Cristo, por meio do seu viver.
A glória e a imagem de Cristo a serem reveladas têm a ver com o Seu caráter. Por outras palavras, essa glória corresponde ao fruto do Espírito, marca e evidência da presença e da Sua ação no interior de um coração quebrantado, amolecido e transformado pelo poder divino (Gálatas 5: 22,23).
Essa transformação é um processo contínuo, por meio do qual a experiência da fé vai alcançando, progressivamente, diferentes e crescentes graus de glória, até ao “dia de Cristo” (Filipenses 1:6).
Esta é a razão pela qual o apóstolo Paulo  apelou, com alguma emoção, aos crentes em Roma, rogando-lhes que se deixassem transformar pela renovação da sua mente (Romanos 12:2). É como se o apóstolo os estimulasse a “deixar que o Espírito realizasse a sua sensível obra de transformação interior” neles, a fim de que a beleza de Cristo, e não a feiura do mundo, fosse vista por todos.
Que o Senhor de toda a glória nos dê a sua graça, capacitando-nos a viver de modo tal que a glória, o caráter e a beleza de Cristo sejam patentes diante daqueles que se encontram no nosso raio de ação ou que connosco vivem.
Que o Senhor afaste de nós tudo o que venha ofuscar a santidade e a beleza do nosso bom Mestre, impedindo  muitos de verem a glória e os resultados (maravilhosos) do poder da cruz em nós e através de nós. 
Soli Deo Gloria! 

Pastor Samuel Quimputo
Boletim 164
26 julho 2015

GUIADOS PELO AMOR

                 
A Bíblia afirma que a vinda do Senhor Jesus ao mundo se deveu ao amor de Deus Pai, que o enviou com o propósito de salvar os homens (João 3:16).

Com toda a certeza, o Filho de Deus não foi constrangido a deixar as mansões celestiais e a penetrar no planeta terra, afetado pelo mal e dominado pelo príncipe das trevas. Ele veio porque ama o Pai e partilha do seu amor pela humanidade perdida, confusa e destituída da glória do seu estado inicial.

O amor de Deus, e não o mérito humano, é o fundamento sobre o qual assenta todo o plano de salvação que o Senhor Jesus veio executar, por meio da sua morte na cruz.

Esse amor de origem divina, que é a razão da vinda do Messias e a causa da nossa salvação, penetra os corações daqueles que respondem com arrependimento e fé à mensagem do evangelho, fazendo destes, “portadores” da marca divina que os capacita a amar o próprio Deus, a amar os outros filhos de Deus e a amar aqueles que (ainda) não pertencem ao núcleo da família de fé.

Antes que qualquer sentimento de auto-exaltação surja e invada o nosso coração, sempre usurpador da glória alheia, é mister afirmar que é impossível o exercício do verdadeiro amor no coração daqueles que ainda não passaram pela experiência da regeneração espiritual.

O coração não regenerado pode revelar alguns traços de simpatia, de cordialidade e de generosidade para com o próximo. Contudo, é incapaz de amar a Deus e de amar o próximo como Deus o faz.

Só um coração transformado e habitado pelo Espírito Santo é capaz de expressar genuíno amor. É o amor divino que vitaliza o interior do ser humano para que este, por sua vez, se torne um verdadeiro amante (1 João 4:10,17).

Partindo desta premissa, é possível afirmar, com claro apoio das Escrituras, que todo aquele que se assume como filho de Deus, a fonte do amor santo, deve “andar” no amor, o que equivale dizer que deve “viver num constante exercício de amor”, fazendo com que todas as suas motivações sejam por ele sustentadas.

Tendo como base o conceito hebreu (ou semítico) de “andar”, o desafio colocado diante dos crentes é que “se comportem” como possuidores do amor divino.

É interessante notar que o amor é apresentado como o “vínculo” ou a “argamassa” da perfeição, isto é, a força impulsionadora que nos permite alcançar a maturidade espiritual, assim como “o caminho sobremodo excelente” que deve ser perseguido para o bom exercício dos dons espirituais (1 Coríntios 12:31; 14:1; Colossenses 3:14).

Como seguidores do Senhor Jesus, somos constrangidos a andar ou a viver em contínuo exercício de amor, visto que Ele próprio é o exemplo do sublime amor, amor esse tão radical que vai até às últimas consequências em favor dos amados.

Paulo afirma que Ele “nos amou e se entregou por nós a Deus”, isto é, amou-nos a ponto de sacrificar a própria vida em nosso lugar e em nosso benefício.

E a gloriosa notícia, que deve impulsionar os nossos corações e nos deve estimular a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para “continuarmos a andar no amor”, é que o sacrifício do Senhor Jesus, a oferta da sua  própria vida, foi aceite pelo Pai. Metaforicamente falando, a santidade da sua vida foi “inalada pelas narinas divinas” como um cheiro suave e agradável, o que nos garante segurança.

Portanto, nada mais importa, do que      possamos afirmar ou fazer em nome de Deus e perante os outros, a não ser que tudo seja motivado pelo amor.

Que as nossas vidas, o nosso serviço a Deus, assim como o nosso trato para com os demais irmãos sejam sempre motivados e fundamentados no amor que nasce no coração do nosso Pai. 

Soli Deo Gloria! 
Pr. Samuel Quimputo
Boletim163
05 de julho 2015

UM COMPROMISSO RADICAL

Lucas 14: 26-27

Durante os cerca de três anos em que exerceu o seu ministério terreno, o Senhor Jesus foi conhecido como mestre. A razão era simples: ele tinha congregado à volta de si um grupo de seguidores (discípulos), cujo número foi aumentando de dia para dia, chegando a produzir ciúmes nos demais  mestres, concorrentes, que havia em Jerusalém.
O seu ensino era admirado por todos os que o ouviam. A autoridade com que expunha a verdade e fazia as suas afirmações era sublime e incomparável. Dos seus lábios, a mensagem do reino de Deus era proclamada com amor, com segurança, mas sem demagogias. 
Não procurava subterfúgios para denunciar práticas reprováveis dos líderes religiosos, não importando o grau de respeitabilidade que possuíssem diante das massas.
Mesmo em relação aos próprios discípulos que o seguiam, nunca deixou de lhes anunciar a temerosa mensagem acerca do inferno e dos insuportáveis terrores que aguardam aqueles que rejeitam a mensagem da salvação, por ele trazida, e que se recusam a aceitá-lo como o Messias prometido a Israel. 
Não restam dúvidas que quando fez afirmações, tais como: “filho, perdoados estão os teus pecados” ou “...para que todos honrem o Filho, como honram o Pai”, ou ainda, “eu e o Pai somos um”, estava a declarar, embora de modo indireto, a sua divindade (Marcos 2:5; João 5:23; João 10:30).
Portanto, embora fosse um mestre igual aos outros, no sentido comum de quem “instrui” os seu fiéis alunos, Ele era, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. 
Sendo um mestre singular, a lealdade a Ele devida tem de ultrapassar todo e qualquer vínculo que alguém possa estabelecer com os que lhe são mais próximos.
É nesta base de um compromisso sério e de uma lealdade completa e sem reservas que o Senhor Jesus desafia todos aqueles que se prontificam a segui-lo a colocarem em segundo plano todos os outros relacionamentos.
Para Ele, todo o vínculo de amor, de afeto e de lealdade que se iguale ou ultrapasse aquele que o discípulo deve estabelecer com Ele, significa desqualificação para o verdadeiro discipulado. 
Segundo o parâmetro estabelecido pelo Senhor Jesus, ser seu discípulo é prontificar-se a enfrentar, caso seja necessário, a própria morte. A lealdade devida a Ele deve suplantar todo o tipo de dedicação a outros, inclusive, à própria vida.
Não é de estranhar que o Senhor Jesus coloque o desafio dessa forma tão radical. Afinal de contas, o amor a Deus deve ser vivido e expresso “acima de todas as coisas”, isto é, acima de tudo e de todos. 
Ser discípulo do Senhor Jesus exige uma dedicação e uma renúncia completas (Lucas 14:33). Ou Ele ocupa o lugar de primazia nas prioridades do discípulo, ou tudo não passará de discipulado superficial e temporário.
Ser discípulo do Senhor Jesus requer um completo abandono do amor pela própria vida e uma prontidão destemida para anunciar o seu amor e a sua graça a um mundo sem vida, sem luz e sem esperança (Lucas 9:23-26).
Que o Senhor tenha misericórdia de nós e derrame sobre nós a sua graça, de modo a podermos viver a nossa espiritualidade de forma abnegada, dando ao Senhor Jesus a primazia em nossos corações, dedicando-lhe todo o nosso ser, assumindo o facto de que, para nós, tal como assumiu o apóstolo Paulo, “o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Filipense 1:21). Soli Deo Gloria! 

Pastor Samuel Quimputo
Boletim 162
31 maio 2015


VI Conferência Bíblica |17 a 21 de agosto 2015 | Água de Madeiros




Tema: 
Adoração Bíblica
Conhecendo e adorando o Senhor em tudo 
O que ensina a Bíblia sobre adoração? Resume-se a adoração a certos atos ou terá́ adoração a ver com tudo na vida? Adoramos porque amamos a Deus ou porque Deus nos amou primeiro? De que forma a adoração se relaciona com o nosso desenvolvimento? Como poderão as pessoas adorar a Deus sem O conhecerem?   
Mas virá a hora, e de facto já́ chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai no Espírito e em verdade; porque são esses os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem no Espírito e em verdadeJoão 4: 23-24 
A VI Conferência Bíblica é uma iniciativa do Acampamento Baptista com o apoio do Seminário Teológico Baptista. 
O propósito é oferecer às lideranças das igrejas evangélicas em Portugal, num ambiente tranquilo e saudável, um tempo de reflexão e formação bíblica com a colaboração de oradores  reconhecidos pelo seu amor à Palavra.

A equipa do programa proporcionará ajuda prática tanto na exposição dos conteúdos, na sua aplicação, como na exploração de formas para o seu uso posterior na igreja local. É pois um programa planeado a pensar na aprendizagem pessoal e na capacitação para abençoar outras pessoas na igreja local.

Programa:

Adoração no Velho Testamento (5 sessões com o Pastor Luis Sayão)
Adoração no Novo Testamento (5 sessões com o Pastor Manuel Alexandre Júnior)
        Adoração: Uma abordagem missional (3 sessões com o Pastor Alcir de Souza)

Seminários:
  “Dez livros que um crente não pode deixar de ler" (Pastor Valdemar Kroker, editor de Edições Vida Nova)
  “Como aplicar e ensinar na minha igreja local o que aprendi nesta conferência” (Pastor Valdemar Kroker)
   
Lançamento do livro sobre adoração, da autoria do Pastor Manuel Alexandre Júnior 

Além destas sessões o programa inclui tempos de adoração, uma sala de oração, convívio e refeições comunitárias. Os tempos livres permitem passeios na praia, na região Oeste, entre muitas outras coisas agradáveis. 

A conferência incluirá uma exposição especializada de livros de autores cristãos com preços especiais.
Inscrição e questões:
Tlm: 965054936
email: geral@acampamentobaptista.com.pt

Acampamento Feminino 2015 - Contamos consigo!



Este ano faça planos para participar no Acampamento Feminino !

Deseja juntar a um merecido período de repouso momentos preciosos de louvor a Deus, estudo da Sua palavra e comunhão fraternal com outras mulheres de todo o país? Então não perca esta oportunidade e reserve a semana de 4 a 11 de Julho para participar no Acampamento!
Inscreva-se até 5 de Junho para beneficiar de uma redução no preço da sua inscrição. Consulte a brochura dos acampamentos de 2015

Este ano, na mesma semana, decorre o primeiro Acampamento de Homens. Assim, venha com o seu marido, que poderá desfrutar, também ele, de uma semana especial!
Para mais informações sobre os acampamentos visite o site do Acampamento Baptista


PARA O BEM COMUM DA FAMÍLIA


Um dos aspetos mais marcantes e singulares da espiritualidade cristã é a verdade de que todos os que foram regenerados pelo Espírito divino e que receberam a nova vida como dádiva do bom Deus recebem uma nova identidade e são integrados na nova família, onde encontram novos irmãos, novos amigos,  enfim, um novo espaço de partilha de cuidados e de afetos.

O extraordinário em tudo isto é facto de, nesse novo ambiente de vida e de culto, se destacarem mais os aspetos que os membros desta nova família desfrutam em comum: o mesmo Deus e Pai, o mesmo Espírito santificador, o mesmo Senhor e Salvador, o mesmo evangelho, a mesma fé, a mesma esperança.

Na experiência da nova vida em comum, as diferenças não são, nem anuladas, nem  ignoradas; contudo, as semelhanças e tudo aquilo que os membros da família partilham em comum são destacados e sobrevalorizados. Tudo o que ganhava revelo, no que diz respeito aos padrões do mundo, como a diferença de classes, de género, de nacionalidade, é suplantado por um espírito de  comunhão, de respeito mútuo e de aceitação, onde todos são encarados como irmãos, santos e amados do Deus da graça.

Infelizmente, existe no âmago da personalidade humana uma apetência e um desejo doentio de sobrevalorizar mais as diferenças do que aquilo que se partilha em comum.

Pelo contrário, a Bíblia estabelece uma única divisão entre os humanos: aqueles que amam e temem ao Senhor, por um lado, e os impenitentes (ou ímpios),  que desprezam a graça, por outro.

Desafortunadamente, mesmo no ambiente da própria Igreja, a nova família de Deus, a tendência para destacar o que é diferente continua a estar presente. Muitas vezes, os interesses e as inclinações pessoais egoístas colocam obstáculos que impedem o usufruto dos benefícios comuns que nos foram outorgados pela maravilhosa graça de Deus.

Não é por acaso que o apóstolo Paulo, ao escrever aos coríntios, os exorta (com rogos) a concordarem no seu modo de falar, isto é, que procurassem ter um discurso consensual. De igual modo, desencorajou-os de forma a não semear um ambiente de dissensões e de rixas, que só produzem estagnação espiritual e esterilidade evangelística. 

Em vez de promoverem egos exaltados e divisões, os coríntios são incentivados a desenvolver um espírito de unidade mental, que não ignora as diferenças, mas que procura convergir os interesses pessoais para o bem comum de toda a família de fé.

Todo o esforço para promover o equilíbrio no relacionamento de cada membro da família cristã com os demais irmãos é prova de maturidade espiritual, reveladora do caráter cristão que promove a paz entre os santos (2 Coríntios 13:11).

Partindo de uma das metáforas prediletas do apóstolo Paulo, com a qual compara a Igreja a um corpo vivo, podemos afirmar, sem reserva, que, embora ele distinga os membros do corpo uns dos outros quanto ao cumprimento das suas funções, o que o apóstolo procura destacar é a interdependência existente entre os mesmos e a sua relação com a “cabeça”, que é Cristo (1 Coríntios 12: 12, 20, 25; Romanos 12:5,6).

Resta-nos, portanto, escolher o caminho indicado pelo Senhor, e seguido pelos apóstolos, que contribui para o crescimento de cada membro, para a edificação da igreja, como um todo, e para a promoção do bem comum de toda a família de fé. 

Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo
in Boletim 161
26 abril 2015


MENSAGEIROS DAS BOAS-NOVAS



É incontestável o ensino bíblico da auto-suficiência de Deus. A sua vontade é soberana e será inevitavelmente realizada. No fim de tudo, o Seu plano de salvação será executado com toda a precisão e justiça (Isaías 43:13; 46:9,10).

Porém, algo de maravilhoso nos é revelado nas Escrituras e que se prende com o facto de este mesmo Deus, soberano e auto-suficiente, cuja existência não depende de outro ser, ser também aquele que, com o seu amor e beneplácito, resolve realizar a sua vontade, manifestar a sua providência e executar os seus planos redentores, usando as suas criaturas (anjos e homens) na concretização dos seus planos.

No caso dos seres humanos, esta  verdade é reveladora da bondade e da complacência do grande Deus que se deleita em usar criaturas tão fracas e inconstantes como nós, e connosco graciosamente coopera,  na realização da sua vontade.

Como Rei e Salvador, por excelência,  Deus continua a redimir homens e mulheres, tirando-os do poder das trevas e transportando-os “para o reino do seu Filho amado” (Colossenses 1:13). E, ao fazê-lo, convidando pecadores alienados e rebeldes a arrependerem-se da sua impiedade, Ele usa aqueles que já experimentaram a graça salvadora, e que se renderam a Cristo, como seus servos, a fim de proclamaram a mensagem da salvação.

O ministério de anunciar o Reino de Deus é o empreendimento mais nobre que Ele concedeu a todos aqueles que foram lavados pelo imaculado sangue do Senhor Jesus. É um legado missionário que nos foi deixado pelo próprio Deus, ao enviar o Seu Filho à terra, na semelhança da nossa carne, a fim de que, pelo seu sacrifício, fôssemos redimidos.

Maravilhado com  tamanho privilégio, Isaías proclama a bem-aventurança daquele cujos pés se prontificam a anunciar a mensagem da salvação. Os seus pés são considerados “formosos” porque:
- anunciam as boas novas, isto é, boas notícias, o evangelho que revela o poder salvador de Deus (Romanos 1: 16; 1 Coríntios 1:18);

- proclamam a paz com Deus que garante a nossa segurança e nos faz experimentar a paz de Deus;
- anunciam o bem que emana do Pai das luzes, a fonte de toda a bênção e de toda a boa dádiva, cujo coração é bondoso e cheio de misericórdia (Tiago 1:17);

- proclamam a salvação eterna que nos vem pelo Amado, que se deu a si mesmo para ser o nosso representante, substituto e também o nosso suficiente Salvador, por meio de quem fomos perdoados, reconciliados com Deus e feitos ministros da reconciliação (2 Coríntios 5:18,19).
Todo o empenho missionário daqueles que já foram alcançados pela maravilhosa graça de Deus tem como objetivo primordial a proclamação do reino (isto é, do governo) universal de Deus, onde Cristo é entronizado e conclamado Rei.

Fazer missões, portanto, é assumir a função de cooperador de Deus no anúncio das boas-novas da salvação e do domínio do nosso bom Pai.

O apóstolo Paulo afirmou que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” (Romanos 10:17); o que significa que a Palavra de Deus é o meio instrumental, por excelência, na proclamação do evangelho da graça.

Que os nossos pés se apressem na proclamação das Boas-Novas da salvação. Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo
Boletim 160
5 abril 2015


UMA MORDOMIA RESPONSÁVEL

Ao criar o ser humano, Deus dotou-o de capacidades, entre as quais, a de gerir os recursos colocados ao seu dispor para seu próprio usufruto, mas também para, na sua convivência com o próximo, exercitar a sua virtude de cuidado e de solidariedade.
Embora a Bíblia não condene a aquisição de riquezas, nem mesmo classifique como injusto aquele que possui maior quantidade de bens que outros, alerta, contudo, os “ricos”, a serem prudentes e a terem cuidado redobrado no uso que fazem dos  bens materiais dos quais são proprietários (ou melhor, gerentes), visto que, com bastante facilidade, eles se transformam num fim em si mesmos.
Tendo em conta que os bens materiais não podem satisfazer por completo as mais profundas necessidades da alma humana, a acumulação excessiva dos mesmos pode criar, com o passar do tempo, uma  insatisfação tal,  que a atitude de generosidade seja posta em causa.
Paulo, um homem que não evitava os assuntos “quentes” da sua época, dá instruções valiosas ao seu discípulo amado, e jovem pastor, Timóteo, sobre  o assunto das riquezas e dos ricos, tratando esta temática com sabedoria e com uma sensibilidade incomum.
Ele orienta Timóteo a recomendar aos que possuem mais recursos materiais a não demonstrarem, perante os outros, a sempre reprovável atitude de vaidade ou de exibição pessoal. Esta atitude, por si só, é prova de que o possuidor das riquezas já estará a ser “controlado” e dominado pelas mesmas.
A seguir, Paulo mostra o facto real de que a volatilidade e a insegurança dos bens materiais deve fazer com que todos os que foram agraciados e abençoados evitem colocar neles a sua esperança. 
Esta observação do apóstolo é pertinente, visto que, como o Senhor Jesus ensinou, aquilo que consideramos o nosso tesouro mais importante, acaba sempre por “conquistar” o nosso coração (Mateus 6:21).
Portanto, deve haver, na gerência dos bens materiais, uma relação equilibrada e um certo grau de distanciamento. Deus, e não as riquezas, deve ser a base segura da nossa esperança.
Além do equilíbrio necessário que deve existir no uso das riquezas, Paulo recomenda os ricos a praticar o bem,  a desenvolver a nobre virtude da generosidade, partilhando os seus bens com os mais desfavorecidos e menos afortunados, ajudando-os a suprir as suas necessidades.
Com relativa facilidade, podemos supor que as orientações do apóstolo Paulo não se destinam à maioria das pessoas, visto que poucas se consideram ricas. Contudo, esta conclusão precipitada peca por ser reducionista e por prestar pouca atenta aos princípios subjacentes às orientações do apóstolo.
Todos nós, independentemente do estatuto económico que tenhamos, ou da quantidade de bens materiais que possuamos, somos exortados a evitar a vaidade e a vanglória, a não colocarmos a nossa confiança nas riquezas e a partilhar com outros os recursos que o Senhor colocou ao nosso dispor, para que, através da nossa generosidade, outros venham a glorificar a Deus pela Sua providência e cuidado. Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo
in Boleteim 159
01 março 2015

Pedagogia e Didática


Prezados irmãos,

A partir da semana que se inicia a 9 de Fevereiro uma equipa de professores do Seminário 

Baptista vai ensinar a disciplina "Pedagogia e Didática" tanto em Queluz (aos Sábados das 9.30 às 13.15), como em Marinha Grande/Leiria, às 2ª feiras, das 19.30 às 23.00 horas.

A finalidade principal da disciplina de  "Pedagogia e Didática" é que o aluno seja capaz de ensinar, em particular a Bíblia, em contextos diferentes contribuindo para a  transformação positiva nos seus alunos.

Os detalhes da disciplina podem ser consultados no site do Seminário em: http://seminariobaptista.com.pt/programa-academico/lista-de-disciplinas/pedagogia-e-didactica/

É uma grande oportunidade para os professores da Escola Dominical, líderes de ministérios entre adolescentes, jovens, adultos, grupos nos lares, desenvolverem capacidades de ensino de que resultará crescimento espiritual na igreja local.

Queremos sugerir aos prezados irmãos de regiões próximas destes locais de ensino, que avaliem a possibilidade de envolver os professores da sua igreja local nesta oportunidade de formação. A disciplina não tem pre-requisitos pelo que pode ser frequentada por alunos que não frequentaram qualquer outra disciplina antes.

Para mais informações podem contactar directamente a Secretaria do Seminário através de: 

geral@seminariobaptista.com.pt -  968 017 651.

Saudações fraternais.

Paula Loja, Revista  Explorar a Bíblia 
Fernando Ascenso, Seminário Baptista
Nota: O Seminário Baptista  disponibiliza também outras disciplinas, nesta altura, em Braga, Gaia, Aveiro, Coimbra, Leiria/Marinha Grande, Tomar, Queluz e Olhão.

UM LEGADO DE DISCIPULADO


A ordem dada pelo Senhor Jesus aos seus discípulos, antes de ascender  aos céus, incorpora uma verdade universal em que toda a visão missionária da igreja se deve focalizar na formação de discípulos (Mateus 28:19). Por outras palavras, todos os convertidos à fé cristã devem ser ensinados e preparados para, por sua vez, assumirem o seu  compromisso missionário no alcance de outros discípulos.

O princípio do discipulado cristão, portanto, é um legado a ser transmitido de pessoa para pessoa, até ao aparecimento do grande Mestre e Senhor da Igreja.

Paulo, o grande apóstolo aos gentios, foi um fiel seguidor dos princípios estabelecidos pelo Senhor Jesus. O ensino foi o seu principal instrumento no cumprimento da sua missão de apóstolo. Ele tinha a clara consciência de ter sido constituído pregador do evangelho, apóstolo e mestre dos gentios (1 Timóteo 1:11). 

No cumprimento do seu ministério apostólico, na qualidade de mestre (didaskalos, didáscalos, instrutor), Paulo equipou muitos dos seus filhos na fé, com o propósito de que estes se tornassem líderes e que, por sua vez, exercessem influência sobre os demais, transmitindo-lhes a mesma visão.
Timóteo foi um dos que de mais perto acompanhou o ministério de Paulo, sendo constantemente desafiado a não ter vergonha do evangelho, nem da sua vocação pastoral, nem da sua juventude, no exercício da sua função de pastor.

Ao escrever a sua segunda carta ao jovem pastor Timóteo, talvez a última das suas epístolas, Paulo estimulou-o a fortalecer-se na graça que encontra a sua fonte e o seu suporte em Cristo.
Tendo sido um discípulo dedicado e atento, durante todo o tempo em que esteve ao lado do seu amado instrutor, Timóteo testemunhou, bem de perto, o ministério de Paulo; o seu amor a Cristo, a sua resolução de levar o evangelho aos confins da terra, as suas profundas e comoventes exortações, enfim, a sua entrega abnegada pela causa de Cristo. Tudo foi testemunhado pelo discípulo amado e jovem pastor.

Agora, prestes a partir para o merecido descanso eterno, Paulo exorta Timóteo a passar o legado da boa milícia a homens (antrwpois, antrópois, homens ou pessoas) confiáveis, capacitados para, com dedicação, ensinar a outros as mesmas verdades apreendidas.

Esta recomendação representa o princípio de  “reprodução” ou “multiplicação” ensinado pelo Senhor Jesus, princípio esse que deve caraterizar toda a visão missionária da Igreja e, consequentemente, de toda a educação teológica.

Segundo o Senhor Jesus, os novos discípulos deviam ser ensinados “a guardar todas as coisas que vos tenho mandado” (Mateus 28:20).

Portanto, quando os discípulos cumprem o seu ministério de evangelização, fazendo mais discípulos, devem, também, dedicar-se à formação e à preparação destes novos alunos, não só  no cultivo de um profundo e crescente compromisso para com o seu Senhor e mestre, mas também no ministério de lhes incutir a determinação de formar outros.

Podemos, portanto, concluir que a nobreza do ministério cristão de fazer discípulos se encontra alicerçada no ensino e na consolidação da doutrina dos apóstolos, e na capacitação de outros, de modo a desempenharem a sua função (ou ministério) de formar.

Que o Senhor e bom Mestre nos dê a graça de agirmos como Ele nos ensinou.
Soli Deo Gloria! 
Pr. Samuel Quimputo
Boletim 158
1 fev 2015

O AMOR QUE NÃO DEIXA PARTIR



A afirmação bíblica de que “Deus é amor” representa uma das definições mais profundas (se não a mais profunda)  que expressa a verdadeira essência do conceito de amor.

Em última análise, não é possível definir a vida, o amor ou a verdade a não ser que estes conceitos estejam vinculados ao caráter pessoal de Deus, a fonte e a razão de ser de  toda a vitalidade, dos afetos mais profundos e de toda a veracidade.

A mensagem central da Bíblia é que o grande Deus, supremo Criador de tudo o que existe, o fim para o qual tudo se dirige e  converge, é essencialmente um Deus de amor (1 João 4: 8, 16).

Não é possível a um ser criado amar, de facto, a não ser que receba esta dádiva daquele que é a fonte de toda a bondade, e isto porque “o amor é Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 João 4: 7). Significa que, a relação de amor e de afeto com Deus, por meio da graça revelada na morte sacrificial do seu Filho unigénito, é a garantia de toda a experiência piedosa que faz do amor a sua marca identitária. 

É óbvio que esse amor é puro, santo e justo; é um amor humilde que “não se ensoberbece… e não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade” (1 Coríntios 13: 4e, 6).

O Deus de João e de Paulo é o mesmo que fez promessas estonteantes a Israel, por intermédio do profeta Oséas, numa linguagem que expressa paixão, num suave tom de romantismo, próprio da poesia hebraica, prometendo-lhe um futuro de esperança.

É impossível ficarmos indiferentes diante de palavras tão penetrantes, vindas do Deus Todo-Poderoso, Rei do universo, porém, cujo coração “se deixa derreter” pelo povo que tanto ama. 

Segundo as palavras de Oséas, o Deus de Israel, o Deus da Bíblia, é aquele que “atrai”. A beleza da sua santidade exerce, nos que o buscam com humildade e sinceridade de coração, uma influência penetrante e que aproxima. Graças a Ele, pois, esse amor que um dia nos “atraiu”, continua a encantar os nosso corações.

Ele é também o Deus que “leva para o deserto” e lá, num lugar árido e sem distrações, sem espaços verdes, onde normalmente a dor, a fome e a sede imperam, Ele, com o seu terno amor e graça “fala ao coração”. Quão maravilhoso é o amor do nosso bom Pai!

Quantas vezes a sua voz penetra o mais profundo do nosso ser quando nos fala “nos vários desertos” da nossa vida! Oh, que os nossos corações sejam mais e mais sensíveis ao seu toque, ao seu sussurrar, à sua augusta presença!

O extraordinário em tudo isso é o facto de que, apesar do seu amor ser compulsivamente atrativo, também é libertador! Deus atrai o seu povo com “cordas humanas”; mas estas cordas também são “cordas de amor”. Paradoxalmente, ao agir assim, Deus atua “como quem tira o jugo de sobre as queixadas do povo” (Oséas 11:4). Não há dúvida que este amor, apesar de ser derramado sobre nós, pelo Espírito Santo, excede sobremodo o nosso entendimento (Romanos 5: 5; Efésios 3: 19).

Podemos afirmar, portanto, que fazer missões é assumir o nosso papel de “atalaias do Senhor”, alertando o mundo acerca do perigo de se viver em indiferença para com Deus  que enviou  o seu Filho amado,

 a este mesmo mundo, para salvar pecadores como nós. Fazer missões é, essencialmente, proclamar o grande amor do Deus que redime, perdoa e salva! É anunciar a graça do bom Pai, cujo amor atrai, faz-se presente no deserto, fala ao coração e não deixa partir. 
Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo
in Boletim nº 155
26 de out de 2014