CRISTO, O NOSSO SUBSTITUTO

“Porque, também, Cristo morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto na carne, mas vivificado no Espírito”

O sincretismo religioso é uma espécie de polvo, com os seus vários tentáculos, em constante movimentação, à procura de algumas presas. Este sincretismo encontra a sua máxima expressão na Nova Era, a religião emergente que tudo atrai e abarca.
O grande projecto por trás desta cosmovisão universal assenta na vontade e determinação de congregar todas as religiões numa só, onde todas as crenças encontram a suma harmonização.
A mistura de vários símbolos e conceitos religiosos tem sido a sua arma forte, na conquista daqueles que já possuem uma religião, por convicção ou por uma questão cultural. Esse poder de misturar várias verdades, a fim de formar um “composto” de conceitos e de crenças não ofensivas e de fácil aceitação por todos, constitui a força motriz da Nova Era.
Nesta confusão doutrinária, maquiavélica e maldosa, alguns cristãos têm sido influenciados e levados a misturar verdades claras das Escrituras com conceitos provenientes de outras religiões (incluindo os de origem pagã).
Diante deste cenário, faz-se necessário que os cristãos, verdadeiramente comprometidos com o seu Senhor e Mestre, afirmem a sua posição, com clareza e convicção.
O apóstolo Pedro, com o propósito de estimular a fé dos cristãos, espalhados pelas regiões do Ponto, da Galácia, da Capadócia, da Ásia e da Bitínia, que enfrentavam severa perseguição, por causa da sua fé no Senhor Jesus, incentiva-os a viver vidas exemplares, a fim de que o seu testemunho não ficasse manchado. Pedro encoraja-os a ser capazes de responder àqueles que questionavam a sua fé, com mansidão, mas com clareza e com inabalável convicção. Eles deviam ser capazes de explicar a razão da esperança que havia neles e que os impulsionavam a suportar as vicissitudes do tempo presente.
Para Pedro (e para todos os apóstolos), o grande exemplo de abnegação, que deve caracterizar a vida dos cristãos, é o próprio Senhor Jesus.
Muitos há que param neste ponto. Para estes, o Senhor Jesus não é mais do que um exemplo do altruísmo que todos devem imitar. Contudo, Pedro não fica pelo simples exemplo. Vai além e apresenta-nos o Senhor Jesus como o nosso mais digno substituto.
“Ele morreu pelos nossos pecados”, diz Pedro. Os nossos pecados foram (e são) a razão da Sua morte. Sem ter cometido pecado algum, aceitou a morte a nosso favor e em nosso lugar (2 Coríntios 5: 21; Hebreus 4: 15; 7: 26). Tal como disse o profeta Isaías “foi ferido por causa das nossas transgressões”, “ele levou sobre si o pecado de muitos” (Isaías 53: 5, 12).
Para que não restassem dúvidas, Pedro acrescentou “o justo pelos injustos”. Quer dizer que o Senhor Jesus morreu como um justo, como alguém que nunca cometeu injustiça. Contudo, foi condenado em lugar e em benefício de homens e mulheres injustos, dignos de condenação. Toda a nossa injustiça, pecados e transgressões “caíram” sobre Ele.
A glória da Sua obra revela-se no propósito pelo qual suportou a dor, a vergonha e a sufocante morte na cruz “para levar-nos a Deus”. Eis o glorioso propósito. Ele veio ao mundo, foi submetido à mais severa tentação, foi pregado na rude cruz e provou a morte. Tudo isto foi necessário para reconciliar-nos com o Pai. Que maravilhosa graça! Ele deu a Sua vida a fim de levar-nos de volta à casa do nosso amado Pai. Que o Seu nome seja exaltado! Que os nossos corações se encham de louvor e gratidão pelo Seu dom inefável.
Soli Deo Gloria!
Boletim nº 104,
Julho 2010