MORREU A NOSSA MORTE PARA VIVERMOS A SUA VIDA



A salvação bíblica, ou melhor, a fé salvadora, como apresentada  e exposta nas Sagradas Escrituras, difere de todo o tipo de experiência que o ser humano pode viver. Não se trata de algum melhoramento  que ocorre em algumas áreas da nossa vida; também não se trata de alguma correção ou reforma moral ou ética proporcionada por uma terapia comportamental. Muito menos se trata de uma mudança psicológica causada por um “tratamento de choque”, com base numa abordagem de “introspeção regressiva”.
Nada se assemelha à mudança que ocorre na alma de todo aquele que possui a fé salvador, afetando, de um modo radical, toda a sua perspectiva de vida (2 Coríntios 5: 16).
Na tentativa de expressar verdades eternas numa linguagem compreensível para o ser humano, a Bíblia compara a nova realidade existencial do crente a uma nova experiência de nascimento.
A salvação é vista como uma recriação de um novo ser, outrora insensível aos estímulos espirituais de comunhão com o seu Criador, mas que adquire uma dimensão sobrenatural sem precedentes, fazendo com que, diante da nova realidade, a experiência anterior perca significado e importância. A nova vida faz com que toda a perspectiva do crente seja renovada e adquira novo significado (2 Coríntios 5: 17). Tal era a envergadura desta operação sobrenatural, que exigiu a vinda do Filho de Deus, enviado pelo Pai, o único capaz de solucionar o diferendo existente entre o Deus santo e misericordioso e o ser humano rebelde, arrogante e perdido.
Visto que a causa da separação entre o Homem e seu Deus é o pecado, isto é, a deliberada desobediência às leis estabelecidas pelo Criador, foi necessário uma operação de dimensões cósmicas de resgate. E a razão para essa necessidade prende-se com a verdade bíblica de que o Homem, sob o domínio de Satanás, é um escravo oprimido e impotente para se libertar da condição desumanizante em que se encontra, dominado pelas forças do mal e pelas suas próprias paixões, confusas e mal orientadas.
Por tudo isto, Deus providenciou a solução, a única capaz de trazer esperança ao Homem e a um mundo perdido. Esta solução foi a vinda do Seu Filho amado, com o propósito de servir a humanidade, levando sobre si as consequências da sua atitude e dos seus atos (Marcos 10: 45).
Como o salário (ou pagamento meritório) do pecado é a morte, o representante e substituto do Homem teve que morrer em lugar deste, carregando o peso da maldição e o castigo que lhe estavam destinados (Isaías 53: 5).
Deste modo, Ele morreu a nossa morte (isto é, em nosso lugar), pagando, com o seu sangue, o preço do resgate, proporcionando-nos uma nova vida, a vida eterna, libertando-nos das garras do diabo (João 8: 36).
Portanto, fazer missões não é mais do que  proclamar o amor de Deus à Humanidade, e a bênção da nova vida que há em Cristo, que traz paz e liberdade. Fazer missões é anunciar a verdade de que só há um mediador entre Deus e os homens - Jesus Cristo, homem (1 Timóteo 2: 5).
Que as nossas almas rendam graças ao Senhor pelo Seu amor, pela Sua graça e pelo Seu dom inefável.
Soli Deo Gloria!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              
Pr.Samuel Quimputo
Boletim nº 125
25 de Março 2012

A CONDUTA QUE NASCE DA DOUTRINA

“...que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.”
(2 Timóteo 4: 2)

A Revelação bíblica é um dos dons mais preciosos que o Senhor, nosso Deus, nos concedeu, expressando, desta forma, a Sua maravilhosa graça para com a Sua criação.
A própria Bíblia afirma que o mundo criado (universo), em sua beleza e complexidade, ordem e propósito, aponta para a existência do seu Criador, revelando, deste modo, a grandeza, o poder e a sabedoria deste Ser que, do nada, trouxe tudo à existência (Salmo 19: 1).
As próprias Leis da Natureza, que de certa forma governam o “movimento cósmico”, envolvendo todos os seus agentes ativos, exigem de um observador atento a necessidade de um Legislador inteligente e infalível.
Contudo, esse grande e soberano Deus resolve revelar-se de um modo bem mais específico, participando da experiência humana, invadindo o tempo, qual tabernáculo móvel, habitou entre os homens, com o propósito de lhes falar, não só por meio de deduções racionais, mas também “de coração”, com tato e com afetos (Hebreus 1:1,2).
Ele o fez por meio do Seu Filho Unigénito, previsto e preanunciado pelos profetas do Antigo Testamento, adorado e anunciado (proclamado) por aqueles que O viram e ouviram e com Ele conviveram e partilharam do pão e do cálice.
Estes homens e mulheres que o reconheceram como o Messias prometido por Deus, a Israel, receberam dele a Palavra transformadora, que traz vida (João 17:8).
Paulo, outro discípulo do Mestre, aprendeu a lição. Compreendeu a realidade de que o Evangelho era (é) o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Ele cria que é pela Palavra da fé que a vida do crente é alimentada e revigorada.
Por esta razão, antes da sua eminente morte, ao escrever ao seu aluno e amigo, o jovem pastor Timóteo, provavelmente a sua última carta registada, destacou o papel da Palavra na vida e no ministério deste jovem servo de Cristo. “Prega a Palavra...com longanimidade e doutrina”, disse Paulo.
Timóteo devia proceder dessa forma, visto que o propósito pelo qual toda a Escritura tinha sido dada era o de conduzir o crente ao equilíbrio e à maturidade espiritual que, por sua vez, resulta numa vida cheia de boas obra (2 Timóteo 3:16,17).
Segundo o apóstolo Paulo, a pregação bíblica (exposição) devia ocupar o lugar central no ministério de Timóteo. A autoridade para corrigir, para repreender, para exortar viria da própria Palavra.
Timóteo foi recomendado a pregar a tempo e fora de tempo, isto é, em todas as circunstâncias, aproveitando todas as oportunidades para confrontar as pessoas com o poder transformador da Palavra.
A espiritualidade cristã fundamenta-se na doutrina (ensino) das Escrituras. São elas que, quando compreendidas e obedecidas, irão influenciar a conduta e o comportamento do crente, levando-o a empenhar-se na realização de boas obras que, em última análise, traduzem o objectivo filantrópico imediato da nossa redenção (Tito 2:14).
Que o Deus da Palavra seja engrandecido por meio do nosso viver, fazendo de nós instrumentos vivos da Sua maravilhosa graça. 
Soli Deo Gloria!        
Pastor Samuel Quimputo
in Boletim nº 124
26 de Fev de 2012