O Poder do Espírito Santo

O Espírito Santo, um em essência com o Pai e com o Filho, é pessoa divina. Foi Ele quem inspirou os homens santos de outrora a escrever as Escrituras. Habilita hoje o homem a compreender a verdade através da Sua iluminação. Enviado pelo Pai e pelo Filho, o Espírito Santo glorifica o Senhor Jesus Cristo, e, como outro Consolador, está presente em e com aqueles que crêem. Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo e, por Sua obra poderosa e misteriosa, regenera pecadores espiritualmente mortos, despertando-os para o arrependimento e a fé e nEle são baptizados em união com o Senhor Jesus, de modo tal que são justificados diante de Deus pela graça somente, pela fé somente, em Jesus Cristo somente. Pela agência do Espírito, os crentes são renovados, santificados, adoptados na família de Deus e recebem os Seus dons que são soberanamente distribuídos. O próprio Espírito Santo é o penhor da herança prometida e, nesta presente era, habita, dirige, guia, instrui, equipa, renova e reveste de poder os crentes para a adoração e o serviço da evangelização. Ref.: Jo 4.24; II Co 3.17; Hb 9.14; Gn 1.2; Lc 1.35; Sl 139.7-11; Mt 28.19; II Co 13.13. / II Tm 3.16; II Pe 1.21. / Jo 16.8-14; Mt 3.16; Gl 4.6; Jo 14.16-17; I Co 3.16; I Jo 4.13; Jo 14.26; Jo 15.26; I Co 2.10-14; II Tm 1.14. / Ap 4.17; Jo 3.5; Rm 8.9-11; Tt 3.5; Ef 4.30; Ef 1.13-14; Ef 5.18; I Co 12.7, 11, 13; Ef 4.11; Gl 5.22; At 1.8; At 20.28.

O dia de Pentecostes foi aquele momento da história da redenção quando Deus liberou o poder do Espírito Santo e o deu à Sua igreja, não somente para aqueles que estavam reunidos lá, mas para a igreja de todas as épocas e para cada cristão através dos tempos. Embora o Espírito estivesse presente na velha aliança, os crentes da nova aliança possuem permanentemente o Espírito, que os capacita de maneira única para testemunhar. A descida do Espírito no dia de Pentecostes é um evento que chamamos de baptismo no Espírito Santo. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes reuniu os cristãos no Corpo de Cristo, a Igreja. Desse momento em diante, judeus e gentios tornaram-se numa nova humanidade em Cristo Jesus e membros do mesmo Corpo. A narrativa histórica de Actos mostra bem a real natureza da igreja cristã: seus membros são baptizados no Espírito Santo e são fortalecidos pelo Seu poder. Ref.: Jl 2:28-32; At 2.1-4, 17; Mt 3.11; At 1.4-5, 8, Lc 24.49; At 2.38; 10.45; 11.15. 19.6; 1 Co 12.13; Ef 2.11-22.

Deus dá o Seu Espírito a todas as pessoas que vêm à fé. A única pré-condição para receber o Baptismo no Espírito é a fé em Cristo, que traz a salvação inicial. Pedro disse ao público em Jerusalém: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo” (At 2.38 – NVI). Depois do Pentecostes, os únicos dois mandamentos bíblicos em relação ao Espírito são viver/andar no Espírito e buscar o enchimento do Espírito. Estes mandamentos estão no tempo presente e sugerem o crescimento contínuo na vida que o crente já tem com o Espírito. Ref.: At 11.17; Gl 3.2, 13, 14; Jo 7.38,39; At 2.38; Rm 8.9; 2Co 3.6; Ef 1.13; Gl 5.16, 25; Ef 5.18.

O Espírito Santo confere dons espirituais através dos quais os crentes servem a Deus na Sua igreja. Esses dons são capacidades e operações especiais soberanamente conferidas pelo poder do Espírito Santo, graças divinas que capacitam os crentes em Cristo para a realização da obra de Deus, visando sobretudo a edificação da igreja. Eles não transformam as pessoas em super-espirituais, nem as tornam melhores ou superiores aos outros crentes; não são para exibição ou superioridade particular no seio da Igreja, mas são para a glória de Deus. Cada crente recebeu pelo menos um dom (e ninguém tem todos os dons), e estes dons vêm do Espírito Santo, de acordo com o que Ele determina ser necessário para a igreja. O Espírito não concede os mesmos dons a todos, mas decide que dons devemos individualmente ter. Apesar de todos os cristãos serem diferentes e desempenharem funções distintas, todos se complementam para formar uma unidade operante como membros do corpo de Cristo. O Espírito Santo não glorifica Seus dons por exibições ostentosas, mas Ele glorifica a Cristo implementando Sua obra de redimir os perdidos e edificar os crentes na santíssima fé. Ref.: I Co 7.7; 12.7, 11, 13; Ef 4.16; 1Co 14.17, 26; ICo 12.12-26, Jo 16.13-14; At 1.8; ICo 12.4-11; 2Co 3.18.

Deus, ainda hoje, realiza grandes milagres e maravilhas, seja no campo da comunicação ou da saúde, interferindo na ordem natural das coisas em resposta às orações do Seu povo. A incidência de milagres desde a era de Cristo e da Igreja apostólica primitiva não continuou da mesma forma na Igreja posterior, mas o Novo Testamento ensina os fiéis a orarem por aqueles que estão doentes e pelos que sofrem, confiando no Grande Médico para fazer o que esteja de acordo com seus propósitos soberanos. Ref.: Lc 18.1-8; Jo 5.7-9; IICo 12.6-10; Tg 5.13-16; Tg 4.15; lJo 5.14-15

O ofício apostólico não continuou após a morte dos apóstolos. O termo apóstolo, em seu sentido técnico, é restrito àqueles que viram o Senhor Jesus ressuscitado e que foram comissionados por Ele. Com a excepção dos Doze e de Paulo, os outros líderes da igreja são escolhidos de acordo com as decisões feitas pela igreja, ou por outros nas igrejas, segundo os critérios estabelecidos em I e II Timóteo e Tito. Os apóstolos de Cristo foram designados exclusivamente para os primeiros dias da igreja para estabelecer a doutrina ortodoxa. Tendo em conta que a Bíblia está completa, devemos rejeitar qualquer suposto apóstolo ou profeta que afirme possuir revelações adicionais da parte de Deus. A Bíblia, portanto, é a única autoridade apostólica para nós hoje, nossa única e toda suficiente regra de fé e prática. Ref.: ICo 12.28-29; 2 Co 12.12; Ef 4.7-11. / ICo 9.1, Gl 1.1, 12, At 1.21-26, ICo 15.8-9, Ap 2.2, 21.14. / Hb 2.3-4; Ef 2.20, Jd 1.3, At 2.42; 2Tm 1.14, 2Tm 3.16.

 Pastor Leonardo Cosme de Moraes