O EXEMPLO DE CRISTO



A discórdia era o perigo que ameaçava a igreja de Filipos e ainda ameaça todas as igrejas saudáveis (Filipenses 1.27). Quando os crentes vivem brigando e falando mal uns dos outros, “isso é um espetáculo lamentável e vergonhoso diante do mundo. Essa atitude desonra a Cristo e a própria igreja”. [1]

A melhor forma de Paulo encorajar os seus irmãos de Filipos a viver em humildade e, dessa forma, ter verdadeira comunhão e união, é lembrá-los do exemplo de Cristo (Filipenses 2.5-11). [2] Portanto, apóstolo corrige os problemas internos da igreja de Filipos não apenas lhes oferecendo conceitos doutrinários, mas lhes mostrando o exemplo de Cristo.

Jesus Cristo transformou o mundo com o seu exemplo, seus ensinamentos e sua obra na cruz. Cristo, sendo o Mestre e Senhor, deu-nos o exemplo e ordenou-nos a seguir os seus passos. Como diz a Escritura: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 João 2.6).

Um apelo solene à unidade da igreja 
Filipenses 2.1-4 constituem uma sentença condicional longa em grego. Paulo apresenta quatro fundamentos para justificar o seu apelo à unidade (2.1). Ele coloca esses fundamentos em forma de cláusulas condicionais, e assume em cada uma que a condição é verdadeira. [3] Esses pilares já existem, e eles precisam ser o alicerce da unidade. O apelo de Paulo à unidade está aqui fundamentado na Trindade. Os crentes estão em Cristo, experimentando a realidade do amor de Deus, pela ação do Espírito Santo (1 Co 13.14; Ef 4.4-6). [4] [15]

Encorajamento em Cristo (2.1). Todo crente tem recebido encorajamento, exortação e conforto de Cristo. Essa experiência comum ‘em Cristo’, como uma comunidade amada por Cristo, deveria unir os crentes de Filipos para trabalharem juntos e em harmonia. [5] [13]

Consolação de amor (2.1). O amor de Deus leva-nos a suportar uns aos outros, a perdoar uns aos outros. O poder do amor de Deus produz uma boa vontade invencível para aqueles que nos odeiam, e o poder de amar aos que não nos agradam. Conforme o mandamento de Jesus: “Amem uns aos outros como eu amo vocês” (João 15.12).

Comunhão do Espírito (2.1). É o Espírito Santo quem produz a nossa comunhão com Deus e a nossa comunhão com o próximo (Ef 4.4). A participação comum no Espírito deve determinar o fim de toda desavença e espírito de rivalidade na igreja. O Espírito Santo é o princípio unificador na igreja local (1Co 12.4-11). Onde há comunhão do Espírito Santo, existe amor, porque o amor é fruto do Espírito (Gl 5.22). [5]

Entranhados afetos e misericórdias (2.1). A comunhão espiritual numa igreja não se limita a ‘sentimentos’ ou ‘ações formais’. Nossas “entranhas” precisam ser movidas (com ‘sentimento profundo’), e as aflições do irmão precisam despertar em nós verdadeira compaixão [6]. Precisamos ser sensíveis para com as necessidades e os sentimentos dos outros; sentindo a dor que o outro sente com o desejo de aliviá-lo desse sofrimento. Esse é o tipo de preocupação que fortalece a unidade entre os crentes. [7] [8]

Perigos que ameaçam a unidade da igreja  
Havia tensões na igreja de Filipos. A vida comunitária estava sendo ameaçada pelo partidarismo e a vangloria. Alguns membros da igreja de Filipos “estavam criando partidos baseados em prestígio pessoal, ao mesmo tempo que desprezavam os outros”. [1]. Paulo diz que a igreja de Filipos era sua alegria e coroa (4.1; 1.4). Todavia, a medida de sua alegria ainda não estava completa enquanto o espírito de facção existir. Por isso, Paulo os exorta para que tenham unanimidade de coração, “concordando sinceramente uns com os outros, amando-se mutuamente e trabalhando juntos com a mesma forma de pensar e um só propósito” (Fl 2.2, NVT). [6] [5]

Na Igreja de Deus não devem existir disputas políticas, briga por cargos, ciúmes e invejas (Tg 4.1-2). A igreja é um corpo onde cada membro coopera com o outro, visando à edificação de todos (Rm 12.5; 1 Co 12.14-20). [1]

União por meio da humildade à luz do exemplo de Cristo
A humildade é a virtude que promove a unidade (2.3-5). [1] Quase sempre entre os escritores gregos “humildade” tem um significado negativo, tendo conotações de “servilismo”. [10] Entre o povo de Deus, no entanto, a humildade é um imperativo, pois “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4.6). A escritura também diz: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (lPe 5.6). Portanto, a humildade deve ser a marca do cristão, pois seu Senhor e Mestre foi “manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Jesus disse que maior é o que serve e que Ele mesmo veio não para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). [15]

A humildade olha para o outro com honra (Rm 12.10). “Considerando os outros superiores” (Fl 2.3). Uma pessoa humilde olha para as virtudes e os pontos fortes dos outros, ao mesmo tempo em que atenta para as suas próprias fraquezas, falhas e limitações. A humildade busca o interesse do outro com solicitude (2.4). Não atenta apenas para os próprios interesses, mas preocupa-se também com as necessidades, dificuldades e aflições do irmão. [5] [7]

“O melhor remédio para curar os males da igreja é olhar para Jesus, seguir os Seus passos e imitar o Seu exemplo” (2.5). [1] Não podemos imitar os Seus atos redentores nem sofrer e morrer vicariamente. Contudo, com o auxílio da graça de Deus, podemos e devemos imitar o espírito que serviu de base para esses atos de Jesus. A atitude de auto-renúncia, com vistas a auxiliar outros, deveria estar presente e se expandir na vida de cada discípulo (Mt 11.29; Jo 13.12-17; 13.34; ICo 11.1; lTs 1.6; lPe 2.21-23; 1Jo 2.6). [5] [14]

O exemplo de Cristo
Filipenses 2.5 conecta as exortações (vv. 1-4) ao hino sobre Cristo (vv. 6-11). A leitura correta desse texto cristológico abala todo coração egoísta e vaidoso por meio da trajetória seguida por Jesus (isto é, sua encarnação, esvaziamento, humilhação, obediência, morte e exaltação). [1] [4]

Este “hino a Cristo” pode ser dividido em seis estrofes. As três primeiras (2.6–8) celebram a humilhação de Cristo, enquanto as três últimas (2.9-11) celebram Sua exaltação. [9]

A humilhação de Cristo (2.6-8)
O sublime mistério da humilhação de Cristo deve ser a base do nosso ensino acerca da humildade em nossos relacionamentos.

Jesus abriu mão de Seus direitos (2.6). Paulo começa dizendo que Jesus é Deus em forma essencial, interna e não apenas de “aparência externa”. [11, 12, 14]. Jesus “… não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, ou seja, “não considerou a sua igualdade com Deus como “algo a que devesse se apegar” (Fl 2.6). Cristo não usou a Sua igualdade com Deus como desculpa para auto-afirmação, ou auto-promoção; ao contrário, ele a usou como ocasião para renunciar a todas as vantagens ou privilégios que a divindade lhe proporcionava, como oportunidade para auto-empobrecimento e auto-sacrifício sem reservas. [1, 2, 5, 7, 8]

Vale a pena contrastar a atitude de Cristo com a atitude de Adão. Adão, criado homem, à imagem de Deus, tentou arrebatar para si uma falsa e ilusória igualdade com Deus. Cristo alcançou o senhorio universal mediante a Sua renúncia, enquanto Adão perdeu o seu senhorio mediante o ‘roubo’ do fruto proibido. [9, 15]

Jesus se esvaziou (2.6,7).  A frase significa que Ele se humilhou (v. 8). “O Filho de Deus deixou o céu, a glória, o Seu trono, e se fez carne, fez-se homem.” [1] Em vez de explorar a Sua igualdade com Deus, Jesus despojou a si próprio das glórias e das prerrogativas da divindade. [10] Jesus não deixou de ser Deus ao tornar-se humano, embora abdicasse de Sua glória e de Seus direitos. Ele voluntariamente submeteu-se ao Pai e disse: “Eu não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou” (Jo 5.30). Ele renunciou às Suas riquezas. O apóstolo Paulo diz: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9). Jesus renunciou a tudo, até mesmo a Sua própria vida (Jo 10.11). [1]

Nas palavras do Dr. William Hendriksen: “Tão pobre Ele era que tomou emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco de onde pregar, um animal para cavalgar, uma sala para reunião e um túmulo para ser sepultado. Ele renunciou à Sua glória celestial … [Jo 17.5]. No entanto, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido pelos homens. Do infinito sideral de eterno deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente Ele desceu a este reino de miséria a fim de armar a Sua tenda com os pecadores. Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração (comp. Is 6 com Jo 12.41; cf. tb. At 28.25-27), voluntariamente desceu a este mundo, onde foi “... desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer (Is 53.3).” [5]

Jesus serviu com absoluta fidelidade e abnegação (2.7). “Jesus nasceu numa manjedoura, cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz.” [1] Ele não veio ao mundo para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). Foi Cristo Jesus mesmo que disse: “Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lc 22.27). O Senhor de todos tornou-se servo de todos (Mt 20.27; Mc 10.45) a fim de salvar Seu povo de seus pecados.

Jesus fez-se semelhante aos homens (2.7). Jesus possui todos os atributos essenciais da humanidade, embora, diferentemente de nós, nunca tenha pecado (1 Pedro 2.21–25; Rm 8.3). Ele continuou subsistindo em forma de Deus em Sua natureza essencial a despeito de Sua encarnação. Ele conservou a natureza essencial de Deus mesmo depois de se tornar à semelhança de homens. Por outro lado, tudo o que diz respeito à experiência humana, Jesus também vivenciou: tentação (Hb 4.15), sofrimento (IPe 2.21) e desapontamento (Mt 23.37). [9]

Exceto no pecado, qualquer coisa que pode ser dita acerca do homem, pode ser dita também sobre o Senhor Jesus Cristo. Jesus, assim, tornou-se semelhante ao primeiro Adão, que foi sem pecado, mas, como segundo Adão, fez-se pecado por nós, para vencer o pecado e nos remir dele. [5] [10]

Jesus se sacrificou (2.8).  Jesus Cristo foi obediente até à morte e morte de cruz. “Cristo se esvaziou e se humilhou quando se fez homem. Depois desceu mais um degrau nessa escalada da humilhação, quando se fez servo; mas desceu às profundezas da humilhação quando suportou a morte e morte de cruz.” [1]

A morte de cruz foi dolorosa (ele sofreu dores atrozes); foi ultrajante (teve de carregar a cruz debaixo do escárnio da multidão até o lugar da sua execução); e considerada maldita (Dt 21.23; Gl 3.13). Contudo, a Escritura diz que Jesus foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor e porque Ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos pecados, segunda as Escrituras (1 Co 15.3). Ele foi desamparado na cruz para sermos aceitos. Ele se fez maldição na cruz para sermos benditos de Deus. [1] [13]

A exaltação de Cristo 
A exaltação excepcional de Cristo é obra de Deus, o Pai (2.9). A Bíblia diz que Deus exalta aqueles que se humilham (Lc 18.14; Mt 23.13; Lc 14.11; 18.14; Tg 4.10; 1Pe 5.6). Deus não deixou Cristo na sepultura, mas o levantou da morte, o levou de volta ao céu e o glorificou (At 2.33; Hb 1.3). Deus Pai deu a Jesus “toda autoridade no céu e na terra” (Mt 28.18). Deu a Ele autoridade para julgar (Jo 5.27) e o fez Senhor de vivos e de mortos (Rm 14.9), fazendo-o assentar à sua destra, acima de todo principado e potestade, constituindo-o cabeça de toda a Igreja (Ef 1.20-22). Essa elevação de Jesus foi a restituição da glória eterna que tinha com o Pai antes que houvesse mundo (Jo 17.5,24). [1] 

Jesus foi “superexaltado” por Deus Pai. Cristo ultrapassou os céus (Hb 4.14), foi feito mais alto que os céus (Hb 7.26) e subiu acima de todos os céus (Ef 4.10). Ele recebeu um nome que está acima de todo nome (2.9). Sua revelação como o ‘Senhor’ é o sinal de que ‘todo joelho deve se dobrar’ para oferecer-Lhe adoração e que toda língua deve aclamá-lo, Senhor absoluto de todo o Universo (Mt 28.18; Is 45.14-25). [5]

A exaltação de Cristo exige a rendição de todos e será proclamada universalmente (2.10, 11). O Filho de Deus é chamado de Senhor mais de seiscentas vezes no Novo Testamento. [11, 8] O senhorio de Cristo foi a grande ênfase da pregação apostólica (At 2.36; Rm 10.9; Ap 17.14; 19.16). [10] “A aclamação final do Universo é, também, o slogan confessional da Igreja de hoje: Jesus Cristo é Senhor”. [6]

Na segunda vinda de Cristo, os três mundos vão se dobrar aos pés de Jesus: os céus, a terra e o inferno. Todas as criaturas e toda a criação reconhecerão que Jesus é Senhor (2.11; Ap 5-13). Essa confissão será pública e universal.

Jesus foi coroado no dia da Sua ascensão. Aqueles que amam a Jesus sabem disso e se regozijam nesse fato, mas milhões de pessoas no mundo não sabem que Jesus é o Rei coroado e somente se prostrarão aos Seus pés quando Ele se manifestar em glória. [14] Isso, entretanto, não significa que todas as pessoas serão salvas. Será apenas o inevitável reconhecimento do senhorio de Cristo por ocasião da vinda de Jesus em glória triunfal. Já será tarde demais para aqueles que o negaram nesta vida. À vista disso, advertiu Jesus: “qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10.32, 33). [2]

A exaltação de Cristo teve um propósito estabelecido (2.11): Que o Pai seja glorificado pela exaltação do Filho. Cristo se humilhou e suportou a cruz, para a glória de Deus Pai (Jo 17.1). Ele ressuscitou, e foi exaltado para a glória de Deus Pai (2.11). Toda a vida e obra de Jesus assinala a glória de Deus Pai. O fim último de todas as coisas é a glória de Deus (I Co 10.31). [1] [6]

Enquanto alguns membros da igreja de Filipos queriam ser o centro das atenções, Jesus queria que o único centro da atenção fosse Deus. Assim, também, o seguidor de Cristo nunca deve deve buscar a sua própria glória, senão a glória de Deus. [1]

Pastor Leonardo Cosme de Moraes
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Referências bibliográficas:
[1] Lopes, H. D. 2007. Filipenses. SP: Hagnos, p. 102-143
[2] Foulkes, F. 2009. Filipenses. (In Carson, D. A, ed., et al. Comentário Bíblico Vida Nova. SP: Vida Nova, p. 1881-1885).
[3] Shedd, R. P & Mulholland, D. M. 2005. Epístolas da prisão: uma análise de Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. SP: Vida Nova, 120-123.
[4] Crossway Bibles, 2008. The ESV Study Bible: Philippians   2. Wheaton, IL: Crossway Bibles.
[5] Hendriksen , W. 2005. Efésios e Filipenses, SP: Cultura Cristã, p. 465-478.
[6] Martin, R. P. 1985. Filipenses: Introdução e comentário. SP: Vida Nova. 1985: p. 100-104.
[7] Boor, W. 2006. Comentário Esperança: Carta aos Filipenses. (cap. 2) Curitiba: Editora Evangélica Esperança.
[8] Bruce, F. F. 1992. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Filipenses. SP: Vida, p. 70-89.
[9] Sproul, R.C., ed. 2015. The Reformation Study Bible: ESV (Philippians 2). Orlando, FL: Reformation Trust.
[10] MacArthur, J. 2010. Bíblia de Estudo MacArthur. SP: Sociedade Bíblica do Brasil, p. 1617-1620.
[11] Kittel, G. F., & G. W. Bromiley, G. W., ed. 2013. Dicionário Teológico do Novo Testamento. SP: Cultura Cristã.
[12] Biblical Studies Press. 2006. The NET Bible Edition Notes (Philippians 2).
[13] Wiersbe, W. W. 2006. Comentário bíblico expositivo. Vol. 6. Rio de Janeiro: Central Gospel, p. 94-98.
[14] Motyer, J. A. The message of Philippians, 1984: p. 120-130.
[15] Boyce, J. M. 1971. Philippians: an expositional commentary. Grand Rapids, MI: MRL, p. 129-130

Jesus segundo as escrituras


O texto de 2 João, dos versículos 7 ao 9, é uma advertência solene: nós precisamos de Cristo – o Cristo real, o Cristo verdadeiro. Um Cristo gerado de especulação vazia ou criado para enquadrar-se no padrão dos filósofos não serve [1]. Um Cristo reciclado pela habilidade de eruditos, um Cristo adaptado pelas conveniências humanas não pode redimir ninguém. Se somos redimidos, o Cristo em que cremos, o Cristo em que confiamos, tem de ser verdadeiro [2].

Todavia, sem a Bíblia, nada podemos saber sobre o Jesus real. Em última análise, nossa fé está em pé ou cai com o Jesus bíblico. Mas o que a Escritura diz sobre a identidade de Jesus? Como Cristo é retratado nas páginas do texto sagrado? O que podemos saber sobre sua pessoa e obra? Em suma: QUEM É JESUS? 

UM QUADRO VERDADEIRO DE JESUS 

Jesus é amplamente reconhecido como a pessoa mais fascinante da história. Ele tem sido a figura dominante da cultura ocidental. Os estudiosos calculam que já nasceram mais de 13 biliões de pessoas no mundo ao longo de toda a história da humanidade [3]. Mas nenhuma pessoa provocou tanto impacto na história como Jesus Cristo. A história da humanidade é dividida em antes e depois dele. Ele evidentemente continua surpreendendo as pessoas hoje, da mesma maneira que surpreendia as pessoas a dois mil anos atrás. Portanto, ninguém pode se dar ao luxo de ignorar Jesus.

Jesus não é um mito. Ele não é uma projeção do imaginário coletivo. Os escritores do Novo Testamento dão-nos um relato de testemunhas oculares de Jesus de Nazaré. Lucas começa o seu evangelho com as seguintes palavras: “Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos factos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído” (Lc 1.1-4). 

O apóstolo Pedro fez a seguinte afirmação: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade.” (2 Pe 1.16).

O apóstolo João, com clareza, acrescenta: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida” (1 Jo 1.1).

Tais registos nos foram dados por homens que eram francamente comprometidos em seguir a Jesus. Esse é o testemunho daqueles que o conheciam, amavam-no e deram sua vida por ele.

Ademais, existem depoimentos históricos sobre Jesus fora do Novo Testamento. Como o testemunho de Flávio Josefo, historiador Judeu; de Cornélio Tácito, historiador romano; de Suetônio, historiador romano. Todos comprovam a veracidade da existência histórica de Jesus. Conforme o historiador Philip Schaff, “um caráter tão original, tão completo, tão consistente, tão perfeito, tão elevado acima de toda grandeza humana não pode ser nem fraude nem ficção. Teria de haver mais do que um Jesus para inventar um Jesus.” [4]

C. S. Lewis, em seu livro ‘Mero Cristianismo’ [5], escreveu o seguinte: quando você pensa em Cristo há três possibilidades: (1º) Jesus é um mentiroso; ou (2º) é um lunático; ou então (3º) é o Filho de Deus. Se Jesus não foi quem Ele disse ter sido, então ele é um mentiroso. Se Cristo pensou que era quem ele não foi, então era um lunático. Mas se Cristo é, de facto, quem ele disse ter sido, então ele é o Filho de Deus.

Não podemos aceitar a tese que ele tenha sido um bom homem, um exemplo, um modelo de moralidade, um bom mestre, um espírito iluminado, sem ser o Filho de Deus. Porquanto Ele disse ser o Filho Unigénito de Deus! E se ele não é o filho de Deus, então ele mentiu. E se ele mentiu, então ele não pode ser um bom homem; ele não pode ser um bom mestre; ele não pode ser um espírito iluminado. 
  
Na verdade, não há meio termos em relação a Jesus - Ele é quem disse ter sido ou então a igreja cristã nestes vinte séculos esteve absolutamente equivocada. 
  
Não obstante estamos cientes de que Jesus não é uma mera figura de interesse histórico. Estamos cientes das afirmações de que Jesus é o Filho de Deus, o Salvador do mundo. Portanto, compreendemos que temos de fazer uma decisão sobre ele - a favor ou contra. 
  
Conforme lemos em 2 João, essa é uma decisão que afeta o destino eterno de uma pessoa. Portanto, há muita coisa em jogo em nosso entendimento de Jesus. É uma questão de importância vital para cada um de nós.


JESUS SEGUNDO AS ESCRITURAS


1. A história da redenção é centrada em Cristo

Nas Escrituras Jesus é apresentado como o objecto das profecias. A sua vinda não foi acidental. Como diz a Escritura em Gl 4.4: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Mq 5.2, cf. tb. Is 7.14).

Todo o Antigo Testamento foi uma preparação para a sua vinda. Como escreveu Pedro: “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (1 Pe 1.20).
  
Toda Escritura mostra Jesus. Em alguns casos, ela faz isso apontando para a frente (como no Antigo Testamento); em alguns casos, apontando para trás (como no Novo Testamento, depois dos evangelhos). 
  
O Novo Testamento é o relato da história de Jesus Cristo como foi previsto no Antigo Testamento, que foi ilustrada por várias testemunhas nos Evangelhos, disseminada em Atos, aplicada em vários ambientes nas epístolas, e que culminará um dia no julgamento cósmico, como revelado no Apocalipse. 
  
Para aqueles que se recusavam a ver Cristo nas Escrituras, Jesus disse: “Vós examinais as Escrituras, pois julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim” (João 5.39). Após sua ressurreição, Jesus abriu o entendimento de seus discípulos, começando com os livros de Moisés e através das Escrituras, explicando o que esses textos diziam a respeito dele (Lucas 24.25).
  
Portanto, a história da redenção é centrada em Cristo. Ele é o tema de toda a Escritura. Cristo é o centro da história. Ele é a figura central da igreja. Ele é a figura central no céu (Ap 5.11-14). Ele é a revelação mais completa e perfeita de Deus (Jo 1.18).

2. Jesus é o Filho de Deus

Como disse o anjo Gabriel, da parte de Deus, a virgem Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). O ente que vai nascer de Maria já existia antes dela. O Filho precede a mãe. Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo. O verbo se fez carne por uma obra milagrosa do Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Como Deus ele sempre existiu. Como homem foi gerado pelo Espírito Santo. [6]

Jesus é chamado o ‘monogenes’, ‘o único gerado’ do Pai. Da mesma essência do Pai. Isto é o que a Igreja cristã entende quando fala de Jesus como sendo eternamente gerado – que ele era “gerado, mas não criado”. 

Apenas o facto de Jesus ser o Filho já diz tudo. Ser filho implica existência do Pai. O Deus que o Filho revela é, acima de tudo, Pai (Jo 14.6). Antes de tudo o mais, antes mesmo de criar, esse Deus era o Pai que amava seu Filho (Jo 17.24). Antes das demais coisas, por toda a eternidade, esse Deus estava amando, dando a vida e deleitando-se no Filho [7].

Pai é eterno e o Filho é igualmente eterno. Nunca houve um tempo em que o Filho não era Filho e nunca ouve um tempo em que o Pai não era Pai. Deus não poderia ser amor se não houvesse alguém para amar. Ele não poderia ser Pai sem o Filho (a quem ele ama por meio do Espírito). Ele é amor, e ele não precisa criar para ser quem é. Se assim fosse, ele seria alguém carente e solitário! 

O Pai, assim, é o Pai do Filho eterno, e ele encontra a própria identidade, sua Paternidade, em amar e transmitir sua vida e ser ao Filho. 

Lemos em Mateus 3.16,17, que “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”. Jesus aqui é descrito como o Filho de Deus. Deus é seu Pai. E ele é o Cristo, o ungido com o Espírito. Vemos aqui que o Pai ama seu Filho dando-lhe seu Espírito. Como escreveu Michael Reeves [7], “desde toda a eternidade, o Pai e o Filho têm se deleitado em partilhar seu amor e alegria com o Espírito, e por meio dele.”. Portanto, quando começamos com o Jesus da Bíblia, chegamos ao Deus triúno. Quando proclamamos Jesus, o Filho do Pai ungido pelo Espírito, proclamamos o Deus triúno. 


3. Jesus é Deus plenamente

Jesus faz o que somente Deus é capaz de fazer, como perdoar pecados (Mc 2.1-12), dar vida (Jo 5.21), ressuscitar os mortos (Jo 11.43). Ele julgará todas as pessoas no juízo final (Jo 5.22,27).

Ao lermos o Novo Testamento podemos encontrar as seguintes declarações: “porquanto, nele [Jesus], habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” (Colossenses 2.9)…“aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.” (Tito 2.13) … “dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.” (Romanos 9.5) … “E sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para que conheçamos ao Deus verdadeiro. Agora, vivemos em comunhão com o Deus verdadeiro, porque vivemos em comunhão com seu Filho, Jesus Cristo. Ele é o Deus verdadeiro e é a vida eterna.” (1 João 5.20).
  
O “verdadeiro Deus e a vida eterna” em 1 João 5.20 é Jesus Cristo. Compreender a frase como se referindo ao Pai tornaria o versículo repetitivo; além disso, a frase “vida eterna” também é aplicada a Cristo em 1 João 1.2. [8]

O escritor aos Hebreus declara: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8). O apóstolo Tomé, depois de ver e de por o seu dedo nos sinais dos cravos, e a sua mão no lado onde transpassaram Jesus com uma lança; “Respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20.28). 

No prólogo de João, Jesus é apresentado como o ‘Logos’ - a Palavra eterna, preexistente e agora encarnada (1.1; 1.14) e como o Filho único do Pai, que é ele próprio Deus (1.1, 1.18). João 1.1 diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Para João, o ‘Logos’ era uma pessoa e não um princípio. 

O Logos se fez carne (1.14). Ele “habitou” (“armou sua tenda”) entre nós”. Para os gregos antigos, nada era mais escandaloso do que a ideia de encarnação. Os gregos tinham uma visão dualista de espírito e matéria, por isso lhes era inconcebível que Deus, se ele realmente existisse, assumisse a carne humana. 

O apóstolo João, sob a inspiração do Espírito Santo, olhou para o Cristo pessoal e histórico e viu nele a manifestação da pessoa eterna por cujo poder transcendente todas as coisas são sustentadas. Jesus é o ‘Logos’ que criou o céu e a terra. É o poder transcende que está por trás do universo. Ele é a realidade última de todas as coisas. [1]

João disse que o ‘Logos’ é não somente um com Deus. Ele é Deus. O ‘verbo’ (‘logos’, no grego) tanto está com Deus quanto é Deus. Nisto, vemos que o logos tanto é distinto de Deus quanto é identificado com Deus. Portanto, temos de ver um sentido em que Cristo é o mesmo que Deus, o Pai, mas, apesar disso, sermos capazes de distingui-Lo do Pai.

O contexto indica claramente que esse "Deus" sobre o qual João está falando (o ‘logos’) é o único Deus verdadeiro que criou todas as coisas (Jo 1.3). Portanto, ideia de distinguir e identificar não é uma intrusão no texto do Novo Testamento, e sim uma distinção que textos como este de João exigem. O Pai e o Filho são um ser, mas distintos em termos de personalidade.

João diz que o Logo existia com Deus (‘pros ton Theon’), ou seja, face a face, em um relacionamento de intimidade. O ‘Logos’ desfruta deste tipo de intimidade, um relacionamento face a face com o Pai, desde toda a eternidade. O Pai e o Filho são um em seu relacionamento, bem como em seu ser. [1]

Resumindo, Jesus é o Verbo eterno, Deus co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai (Jo 1.1,2,14). Ele não passou a existir, ele é Deus desde a eternidade. Ele é o Pai da eternidade (Is 9.6). Ele desfrutou sempre da glória do Pai, antes que houvesse mundo (Jo 17.5). Sua relação com o Pai é eterna [6].

Jesus é o Criador e sustentador do universo, “… tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.16-17). Sem ele nada do que foi feito se fez (Jo 1.3). Ele criou o universo e tudo o que nele há. “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas.” (Hebreus 1.3). Jesus Cristo está no controlo da história. Ele está a Destra de Deus. Ele é Deus Todo-Poderoso. Ele reina! (Mt 28.18). [10, 11, 12]


4. Jesus é verdadeiro homem

O apóstolo Paulo, em Filipenses 2.5-8, disse: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”

Aquilo de que Jesus se esvaziou não foi da sua natureza divina. Essa passagem não diz, em parte alguma, que ele deixou de possuir a natureza divina. Isso torna-se mais claro quando consideramos Colossenses 2.9: "porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade".

É digno de nota que "a forma de servo” (v. 7) contrasta com o "igual a Deus" (v. 6). Apesar de não deixar de ser como o Pai no que diz respeito à sua natureza divina, ele tornou-se funcionalmente subordinado ao Pai durante o período de encarnação.”
  
O uso da palavra “forma” (‘morphê’, no grego), em Filipenses 2.6-8, indica que a pessoa única, Jesus, tinha as duas naturezas. Portanto, Jesus tem duas naturezas distintas, mas apenas uma personalidade, singular e não dividida. Ele é Deus-Homem. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
  
Na encarnação, ele assume a natureza humana. Ele esvaziou-se durante a sua encarnação. Não foi um esvaziamento da sua divindade, nem uma mudança da divindade para a humanidade, mas o abrir mão dos privilégios e submeter-se à direcção do Pai. A encarnação, portanto, é a união das duas naturezas, divina e humana, presentes em uma só pessoa, Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem (Jo 1.1-18). [9, 12, 13]

  
5. Jesus é um ente santo, ele não herdou o pecado original (Lc 1.35)

Nós nascemos em pecado, pois herdamos a corrupção e o pecado de Adão. Mas Jesus nasceu sem pecado, nele não havia pecado. Como diz a Escritura: “o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1 Pe 2.22). Ele foi tentado, mas jamais cedeu à tentação (Hb 4.15). Nunca se achou dolo em sua boca. Ele obedeceu completamente a lei em nosso lugar. Ele nasceu sem pecado, viveu sem pecado, venceu o pecado e morreu pelos nossos pecados. Sua vida foi irrepreensível, suas palavras irrefutáveis, suas obras irresistíveis. O escritor aos Hebreus, no capítulo 7.26 declarou: “Porque nos convinha tal sumo-sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”. 

Para ser salvador Cristo tinha de satisfazer três exigências: 

(1º) Tinha de ser um de nós para que pudesse morrer e remir-nos. Ele tinha de nos representar sobre todos os aspectos (Hb 4.15).  
(2º) Tinha de ser sem pecado para ter a perfeição que Deus exige (2Co 5.21).  
(3º) Tinha de ser Deus para que pudesse pagar nossa dívida infinita e arcar com toda a pena de todos os pecados de todos os que cressem nele. Além do mais, a Bíblia diz que salvação vem do Senhor (Jn 2.9). É ele, portanto, que tinha de prover o próprio sacrifício que exigiu (At 20.28). 


6. Jesus Cristo é salvador do mundo

Ele veio para salvar o seu povo de seus pecados (Lc 19.10; 1Tm 1.15; Jo 3.17; Mt 20.28). Foi para que os homens pudessem nascer de Deus, que Deus primeiro nasceu dos homens. (Jo 1.11,12, cf. tb. 1 Jo 5.1).  

Ele veio porque todos pecaram (Rm 3.23). Adão pecou como o cabeça federal, como o representante da humanidade (Rm 5.12). Estávamos todos em Adão; fomos separados com ele de Deus. Já nascemos pecadores (Sl 51.5, 58.3). Herdamos de nossos primeiros pais a natureza do pecado. Já nascemos mortos em delitos e pecados (Ef 2.1). A corrupção radical e a inabilidade total do ser humano em salvar a si mesmo é a prova que precisamos de um Salvador (Rm 3.10-12). 

Ele veio para morrer como um sacrifício. Ele nasceu como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Ele nasceu como nosso substituto. Ele carregou em seu corpo o nosso pecado. Ele deu sua vida por nós. Ele morreu a nossa morte para que pudéssemos viver a sua vida (Rm 6.23; 2Co 5.21). A sua morte foi substitutiva e voluntária.“Ele se entregou. Se deu a si mesmo por nossos pecados” (Gl 1.4)A cruz de Cristo é a demonstração mais eloquente do amor de Deus aos homens (Jo 3.16; Rm 5.6).


CONCLUSÃO

Jesus Cristo é o único Caminho para Deus (Jo 14.6; 1Tm 2.5; At 4.12). Quem nele crê tem a vida eterna (Jo 5.24; Rm 8.1). 
Jesus Cristo é o Senhor. A Bíblia diz: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido” (Romanos 10.9-11).  É necessário confessar que Jesus é o Senhor (‘Kyrios’). A confissão do senhorio de Cristo está baseada no conceito do Antigo Testamento sobre o invocar o nome de YAHWEH (Joel 2.32). Fazer isso é reconhecer a divindade a Jesus Cristo. E todo aquele que confessar a Jesus como Senhor será salvo (Rm 10.9). 

Pr Leonardo Moraes 


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Referências bibliográficas: 

[1] Stott, J. R. W. 1982. As epístolas de João: introdução e comentário. SP: Vida Nova.

[2] Sproul, R.C., 2013. Quem é Jesus? 1a Ed. São José dos Campos, SP: Editora FIEL, p. 18-61.

[3] LaHaye, T.  2009. Jesus: descura os mistérios do homem que fascinou o mundo e mudou a história da humanidade.  SP: Thomas Nelson Brasil. 

[4] McDowell, J. 2013. Novas evidências que demandam um veredito: Evidência 1 & 2. SP: Hagnos. 

[5] Lewis, C. S.  1997. Mero Cristianismo. SP: Quadrante. 

[6] Lopes, H. D. 2017. Lucas: Jesus, o homem perfeito. SP: Hagnos.  

[7] Reeves, M. 2014. Deleitando-se na trindade: uma introdução à fé cristã. DF: Monergismo. 

[8] Sproul, R.C. org., 2015. The Reformation Study Bible. Orlando, FL: Reformation Trust.

[9] Berkhof, Louis. 1990. Teologia Sistemática. Campinas: Luz Para o Caminho.

[10] Campos, Heber Carlos de. 2004. A união das naturezas do Redentor. São Paulo: Cultura Cristã.

[11] Erickson, Millard J. 2015. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova.

[12] Grudem, W. A. 1999. Teologia Sistemática: atual e exaustiva. São Paulo: Vida Nova.

[13] A Confissão de Fé Batista de Londres de 1689. Capítulo 8: Cristo, o Mediador.