O Amor sem igual


O que diferencia, na sua essência, a fé cristã de todas as outras crenças, incluindo aquelas consideradas religiões históricas e universais, é, sem dúvida, a singularidade da pessoa do Senhor Jesus. Ele é o padrão a partir do qual todas as demais experiências religiosas são avaliadas. 
Diretamente ligada ao caráter invulgar da sua pessoa, está a monumental e singular obra que realizou, ao morrer na cruz, em favor dos homens, na qualidade de seu substituto e representante legal, obra essa cujas repercussões ecoam em todas as direções, com o propósito de restaurar a criação afetada pelo pecado, e que se encontra sob a maldição divina. 
É oportuno afirmar que toda a história da humanidade, em geral, e da redenção, em particular, atinge o seu ponto mais alto no advento da encarnação do Filho de Deus - Jesus de Nazaré, cujo nascimento, para além de traçar o rumo da existência humana, significou, também, a presença do próprio Deus entre os homens (Isaías 7:14 cf. Mateus 1: 21,22). 
A encarnação do Filho de Deus representa o cumprimento das promessas feitas na Antiga Aliança, acerca do Ungido do Senhor que asseguraria, ampliaria e estenderia a linhagem real de Davi. 
Tipologicamente, a vinda do Filho de Deus, em carne, significou a determinação da vontade divina em manifestar a sua presença redentora e abençoadora entre os homens a quem viera salvar, montando a sua tenda entre eles, com o propósito de revelar a sua glória (Êxodo 25:8; 40:34,38 cf. João 1:14). 
Contudo, a vinda e a presença do Filho de Deus, como homem entre os homens, não representou um fim em si mesmo. Ele viera para realizar a maior de todas as missões, que nenhum outro ser (humano ou angélico) era capaz de realizar, isto é, morrer uma morte vicária (em favor e para benefício de outros), com o propósito de levar o homem caído a reconciliar-se com o seu Criador. 
Para que essa obra fosse plena e eficazmente realizada, era necessário que Cristo preenchesse dois requisitos. A saber, viver uma vida de perfeita obediência à Lei divina e assumir as consequências da culpa do pecado humano (sofrendo, portanto, o castigo pela sua transgressão). 
Embora nunca tenha conhecido pecado, isto é, nunca se tenha envolvido com o mal, e nunca tenha transgredido a Lei, em nenhuma circunstância, Deus, o Pai, fez dele “pecado” por nós! 
Paulo é cuidadoso no uso que faz da palavra. Cristo foi feito “pecado”, e não “pecador”, visto que pecador é aquele que “erra o alvo”, que transgride a lei moral de Deus, e Cristo nunca o fez. 
O que o apóstolo quis dizer foi que Jesus, ao substituir os culpados, carregou consigo a sua culpa, “encarnando” o mal em seu corpo. Por isso, ao olhar para o Seu Filho, na cruz, Deus viu a feiura do pecado de todos nós, e castigou-o n`Ele. 
A razão que nos é dada, é que Deus fê-lo “por nós”, ou seja, em nosso lugar e a nosso favor, a fim de que a justiça punitiva de Deus que, por um lado, caiu sobre o seu justo Filho, fosse, ao mesmo tempo, a garantia da nossa própria absolvição por meio da imputação da justiça de Cristo em nós. E desta forma fomos feitos “justiça” do mesmo Deus que pune o nosso mal no corpo do seu Filho, mas que, também, declara justo aquele que deposita fé na pessoa e obra do seu Cristo (Romanos 3: 24-26). Maior evidência da graça divina do que esta não pode haver! 
Que os nossos corações pulsem e se encham de gratidão e louvor a Deus, que nos deu o seu próprio Filho, a fim de morrer a nossa morte, outorgando-nos a vida eterna.
Soli Deo Gloria! 

Pr Samuel Quimputo
Boletim 170
março 2016