ADORADORES COM MENTES RENOVADA

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” 
Romanos 12: 1, 2

O poder salvador do sangue remidor do Senhor Jesus não só garante o perdão dos nossos pecados e a absolvição da pena e da condenação, que pesavam sobre todos nós, mas também estabelece uma base segura da obra santificadora que o Espírito realiza no coração de todos aqueles que são chamados, eficazmente, das trevas para a maravilhosa luz.

A mudança radical operada no centro da personalidade humana (que a Bíblia apelida de “coração”) é, ao mesmo tempo, a união orgânica do crente com Cristo e o início de um processo de transformação interna na vida do primeiro, tendo em vista a redenção final (glorificação) que expurgará todas as réstias da corrupção e da degradação ética e moral causadas pela influência do pecado.

Assim, a nova ética, na vida do crente nascido de novo, deve fundamentar-se  na obra redentora que Cristo realizou na cruz do calvário.

De um modo consciente, os crentes em Jesus devem consagrar as suas vidas (mente, emoções e vontade) como oferta suave, numa atitude de culto que agrada a Deus.

Esta consagração envolve uma predisposição mental, por parte do crente,  para sofrer as necessárias transformações que o Espírito santo terá que realizar, de forma soberana, mas suavemente, no interior do seu ser, conformando-o à imagem daquele que é o padrão de toda a perfeição humana, o Senhor Jesus.

O processo de transformação mental, iniciado no momento da regeneração, envolve, também, uma atitude de participação ativa, que implica uma enérgica determinação de rejeição dos padrões deste mundo caído, indiferente às orientações da Palavra divina, e hostil ao próprio Deus.

Exortando os romanos sobre as implicações práticas da fé cristã, Paulo “roga” aos irmãos daquela grande metrópole a não se deixarem dominar pelos modelos reinantes naquela cultura, potencialmente pagã,  incentivando-os a permitir que as suas mentes sejam, constante e continuamente, renovadas pelo poder reparador do Espírito Santo, a fim de que a “metamorfose” realizada no seu interior (mas que também afeta as suas atitudes e ações externas) proporcione a todos um conhecimento prático da vontade revelada de Deus.

O desafio lançado pelo apóstolo Paulo aos romanos (e a todos nós) é o de que, munidos da plena consciência da extraordinária obra salvadora de Deus, executada pelo Filho na cruz, confirmada pela vitória da sua ressurreição e aplicada com poder e graça pelo ministério do Espírito Santo,  vivam (com fé, humildade e gratidão) vidas consagradas que glorifiquem o Senhor, permitindo, reverentemente, que o Espírito santificador tenha livre acesso na ação purificadora da mente.

A verdadeira adoração abre as portas para uma progressiva renovação mental. Por sua vez, uma mente progressivamente renovada pelo Espírito Santo, por ação direta (a voz interior) e/ou por meio do ensino da Palavra revelada, é um “sacrifício” de aroma suave e um veículo de bênçãos para os irmãos no ambiente e no ato de adoração.

Que a transformação espiritual realizada em nós nos leve a uma atitude de constante adoração, consagrando as nossas vidas ao Deus que salva, santifica e abençoa.

Soli Deo Gloria! 

Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 153
27 de julho de 2014

VIDAS TRANSFORMADAS QUE EDIFICAM

“Portanto, cada um de vós agrade ao seu próximo, no que for bom 
para edificação” (Romanos 15:2)

O ser humano foi criado com uma necessidade espiritual que, mesmo depois do pecado e da consequente queda do primeiro casal, continua a pulsar no seu interior, fazendo dele um adorador nato.
O problema é que, quando o verdadeiro Deus não é reconhecido como tal, o coração humano, afetado pelo poder do pecado e pela ignorância espiritual que o carateriza, tem a tendência de criar para si deuses que consiga manipular e controlar.
Muitas vezes, o ser humano atribui a categoria de divindade àquilo que não entende, ou àquilo que lhe causa pavor e medo.
Contudo, mesmo diante destas confusões que revelam o estado (e a condição) espiritual da alma humana decaída, há uma clara evidência de que o homem continua a ser um “adorador nato” e um idólatra.
A essência do pecado reside no facto deste não reconhecer o seu Criador como Deus e, como resultado dessa atitude de indiferença e arrogância, não lhe prestar o devido e merecido louvor (Romanos 1: 18-23).
Uma das terríveis e mais evidentes provas da idolatria (isto é, culto ou adoração ao ídolo) é a chamada “egolatria”, a adoração do próprio adorador.
O egoísmo humano, com todo o seu “egocentrismo patológico”, faz com que, em princípio, os relacionamentos humanos tenham como primeira razão de ser, a própria satisfação , acima de qualquer interesse pelo bem-estar de outrem. Viver para o outro, buscando o seu bem, torna-se um desafio que exige de nós, contrariando a nossa própria natureza, um esforço suplementar.
A nova humanidade, criada pelo poder sacrificial do sangue do Senhor Jesus, é frequentemente desafiada a romper com o “padrão” do egoísmo que carateriza a nossa sociedade voltada para si e para os seus interesses.
Quase a terminar a sua magna Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo desafia os crentes em Roma a permitir que a sua forma de pensar seja, constante e progressivamente, transformada pelo poder do Espírito Santo, tendo a Palavra de Deus como meio instrumental dessa operação (Romanos 12: 1). Esse desafio, segundo o apóstolo dos gentios, devia implicar uma destemida rejeição dos padrões que governam o mundo alienado de Deus e estabelecidos pelo príncipe deste século, cuja principal caraterística  é a  auto satisfação (Romanos 12: 2). O exercício de uma cidadania equilibrada (Romanos 13) e o contributo de cada crente para uma convivência harmoniosa (Romanos 14), dentro da igreja local, devem constituir o objetivo de qualquer ministério bem sucedido.
No convívio pessoal de cada membro com os outros, Paulo exorta os Romanos (e, indiretamente, a todos nós) a promover o bem estar alheio. Cada crente é chamado e desafiado a contribuir para a edificação e o crescimento do seu próximo,  fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para, através da atitude, do comportamento, do apoio e do exercício do amor prático, beneficiar o irmão com tudo o que é agradável, útil e que promova o seu crescimento espiritual.
Para tal desafio, Paulo aponta  aquele que é o expoente máximo do altruísmo, o Senhor Jesus, que deu a Sua preciosa vida em favor de pecadores (Romanos 15: 3).
Que cada um de nós ponha em prática o ensino da Palavra  inspirada de Deus, servindo como agente da graça, na promoção de um ambiente de convívio cristão saudável, contribuindo para o crescimento de cada irmão que o Senhor colocou ao nosso lado, para juntos caminharmos rumo ao lar.
Soli Deo Gloria! 
Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 152
6julho2014