O PODER SEMINAL E SANTIFICADOR DA PALAVRA

Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela Palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”  (Tiago1: 18)


Uma das premissas basilares da fé cristã fundamenta-se na revelação de Deus como um ser pessoal, cuja personalidade apresenta atributos tais como: inteligência, emoção, vontade, afeição e criatividade.

Estes elementos distintivos de um ser pessoal, fazem do Deus revelado nas Escrituras alguém singular, com quem se pode estabelecer uma relação pessoal, partilhando com Ele sentimentos e virtudes características de um ser racional e moral.

Um dos aspectos que as Escrituras salientam, com alguma ênfase, em todo o seu relato histórico, tem a ver com a santidade de Deus. Este atributo divino que expressa a profundidade da beleza e da pureza do único ser auto-existente, revela, também, a singularidade essencial de Deus.

Ao apresentar Yahweh como “santo”, a Bíblia destaca-o como aquele que é “único”, totalmente distinto de tudo o que criou, cuja existência não depende de nenhum outro fator fora de si mesmo. Apesar de se relacionar com a Sua criação, Ele continua a ser o único ser necessário, isto é, não contingente, não dependente de outrem para que a sua existência tenha lugar.

Este ser singular criou o Universo pelo poder da sua palavra. Disse, e tudo foi feito; chamou à existência o que antes não havia, e os átomos vieram a existir (João 1:3; Hebreus 11:3; 2Pedro 3:5). O que está implícito no relato bíblico é a verdade de que o “fôlego” divino é portador de autoridade, de energia e de força (elementos necessários para que a manifestação de poder ocorra). É deste modo que a Bíblia descreve a nossa salvação.

Segundo o ensino das Escrituras, a própria salvação de pecadores envolve, entre outras coisas, o poder divino, capaz de arrancar homens e mulheres escravizados pela força das trevas do maligno para a nova e verdadeira experiência de liberdade, cujo fundamento é o amor (Colossenses 3: 12,13).

As Escrituras são consistentes em afirmar que a salvação de seres humanos, longe de ser uma mera questão de decisão consciente por parte destes, envolve a vontade graciosa e o poder vivificador de Deus, semelhante àquele que levantou a Jesus, ressuscitando-o dos mortos (Efésios 1: 18-20).

Em sintonia como ensino dos apóstolos (João, Paulo e Pedro), Tiago afirma que a regeneração, a implantação da semente de uma nova vida e de uma nova inclinação para as coisas de Deus, no coração humano, é fruto da vontade divina que se compadece de pecadores rebeldes e arrogantes, merecedores da justa condenação eterna. Ao mesmo tempo, Tiago afirma que Deus se apropria da sua Palavra viva, como meio instrumental, na implantação da semente da nova vida, que se manifestará no momento da conversão.

Sendo a fonte de “toda dádiva e de todo dom perfeito”, Deus oferece aos humanos o melhor que possui: a sua própria vida, uma vida de qualidade divina (Tiago 1: 17, 18; cf. Efésios2:4,5; Tito 3: 5; 1 Pedro 1: 23).

O papel desempenhado pela Palavra, na regeneração, continua ao longo de toda a experiência de vida do crente, exercendo uma tremenda influência em todo o processo de santificação (João 17: 17). É a Palavra da verdade que Deus usa para criar uma nova disposição em nós, para trazer-nos à vida e para continuar a operar em nós a sua magnífica obra de santificação. Aleluia! Bendito seja o Seu santo nome!

Confiemos na sua infalível, poderosa e bendita Palavra.

Soli Deo Gloria!   
Pastor Samuel Quimputo
Boletim 123, 29 Jan 2012