O SALVADOR QUE REVELA AMOR E TRAZ VIDA

Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou  O seu Filho unigénito ao mundo, para que por ele vivamos”

Uma das características marcantes da personalidade de Deus, revelada nas Sagradas Escrituras, é a sua graciosa predisposição em dar-se a conhecer ao ser humano, criado à sua imagem e semelhança.

No relato bíblico, há uma constante interação entre o Criador, que tem o prazer de se revelar, visto que de outra forma não seria possível, e o homem que precisa conhecer o seu Deus, a fim de (re)encontrar o rumo certo na sua peregrinação e o propósito básico da sua existência.

Segundo o claro ensino  da Bíblia, nós, seres humanos, fomos criados para celebrarmos eternamente a glória (beleza, bondade e soberania) daquele que nos criou. Deus não só é a causa da nossa existência, mas também a finalidade da mesma.

O Deus santo que a Bíblia nos revela é um soberano motivado pelo amor. O seu amor santo move o seu coração em direção ao ser humano rebelde, ingrato e pecador, perdido e morto (isto é, insensível aos estímulos espirituais e escravizado) nos seus delitos e pecados (Efésios2:1,5).

Ao longo de toda a História da existência humana, particularmente a relatada nas Escrituras, o amor divino, expresso pela sua longanimidade e graça, suportando com paciência a arrogante rebeldia dos homens, destaca-se de um modo constante por meio da sua providência (Atos 17: 24,25).

Embora Deus se tenha revelado  ao longo dos tempos, com alguma frequência e de variadas formas, a expressão mais elevada e sublime da sua revelação deu-se na vinda do Seu Filho unigénito (Hebreus 1:1).

A encarnação do Filho de Deus representa o momento mais alto da revelação da pessoa e do caráter do grande “Eu Sou”,  demonstrando, de modo cabal, a sublimidade do seu amor pela humanidade perdida (Romanos 5:8).

Visto que o amor bíblico se caracteriza pela predisposição e capacidade de autodoação (do amante pelo amado), Deus, ao enviar o Seu Filho ao mundo, revelou a pureza do seu caráter santo, a generosidade do seu imenso amor e a liberalidade da sua maravilhosa graça.

Ao afirmar que “nisto se manifesta o amor de Deus para conosco”, João destaca não só a causa da vinda do Filho - o amor divino - mas também demonstra que essa vinda é a incontestável evidência desse mesmo amor.

Se o propósito da existência do Homem é a glorificação de seu Criador e o usufruto da comunhão com Ele, então, para que possa adorar em espírito e em verdade, ele deve ser vivificado da sua letargia espiritual.

Esta é a razão pela qual a Palavra inspirada sempre associa o amor de Deus e a vinda do Seu Messias à dádiva da vida. O amor e a vida provenientes de Deus estão intimamente ligados à razão da vinda do Unigénito do Pai, ao mundo (João 3: 16, 1 João4: 10; 5:11,12).

Portanto, celebrar a encarnação do Filho de Deus (ou Natal) é proclamar a esperança para a Humanidade perdida e alienada do seu Criador, é anunciar o amor do Pai que oferece o Seu Filho para morrer a nossa morte, é declarar a certeza da vida eterna que o Salvador veio trazer a todos os que a Ele se renderem com sinceridade de coração, confessando os seus pecados em atitude de arrependimento e, com fé, receberem o Cristo de Deus como seu Senhor e Salvador pessoal, a fim de obterem uma vida de qualidade divina, que perdura para todo o sempre.

Soli Deo Gloria!                                                                                                    

Pr.Samuel Quimputo
in Boletim 121
27 Novembro 2011

ELE É DIGNO DO NOSSO LOUVOR


Foi no dia 14 de Novembro de 1998, na presença de irmãos provenientes de várias igrejas da mesma fé e prática, que a nossa Comunidade de fé foi, segundo a clara orientação das Escrituras, reconhecida e constituída como Igreja local, assumindo-se, dessa forma, como um espaço de culto e adoração ao Grande e soberano Deus, assim como um ponto de evangelização, em plena cooperação com as demais igrejas irmãs, comprometendo-se a ser parte integrante na promoção do Reino de Deus, nesta grande cidade de Lisboa.
Desde então, a graça, a bondade e a misericórdia de Deus têm sido vividas de um modo marcante, trazendo sobre os membros e consagrados desta família de  fé as mais ricas bênções, vindas do céu.
Por isso, ao celebrarmos  o 13º aniversário da nossa existência, como igreja local, queremos expressar a nossa gratidão ao Pai do céu, que nos tem dado muito mais do que merecemos, provando, deste modo, o Seu amor por nós e a Sua fidelidade inquebrável. A Sua graça por nós tem sido constante.
“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1:6)
Pastor Samuel Quimputo
20 Novembro 2011
Boletim

O MINISTÉRIO SACERDOTAL DO SENHOR JESUS

Ao longo dos tempos, as religiões sempre foram caracterizadas pelas ofertas e pelos sacrifícios. Esta semelhança pode confundir os cristãos quanto ao objectivo ou propósito das ofertas e dos sacrifícios mencionados na Bíblia.
No Livro de Levítico encontramos uma elaboração formal e bem detalhada dos elementos que compunham o ministério dos sacerdotes da antiga dispensação.
Diferentemente das práticas de outras religiões, a função das ofertas e dos sacrifícios não era uma espécie de dons (ou dádivas), destinados a assegurar um favor (da parte dos deuses); nem os sacrifícios eram uma espécie de símbolo que representava uma “comunhão de vida com um deus”. Tão pouco os sacrifícios eram uma espécie de “comunhão sacramental”, isto é, uma presença real de Deus (ou dos deuses) no animal.
O que é ensinado nas Escrituras é o facto de que, as ofertas e os sacrifícios (especialmente, as destinadas ao pecado e às transgressões) eram expiatórias, isto é, serviam para expiar os pecados.
Havia uma certa relação entre o sacrifício e aquele que o oferecia.
Já vimos que os sacrifícios e as ofertas queimadas eram tipos do Senhor Jesus Cristo e a maneira de Deus reconciliar o Homem consigo (2 Coríntios 5:19).
Portanto, eles revelavam a verdade de que:
1.      era necessário fazer uma oferta satisfatória ao Deus ofendido (propiciação);
2.      era necessário uma substituição (permuta) de sofrimento e morte por parte alguém que é inocente, para a merecida punição da culpa (expiação);
3        era preciso estabelecer uma sociedade de vida entre aquele que tinha sido (e tem sido) ofendido e o ofensor (reconciliação).
Tudo isto era simbolizado através do acto da “imposição de mãos” do ofensor sobre o animal a ser sacrificado (Levítico 1: 4; 4: 20). Este acto era sinal de transferência dos pecados e da culpa do ofensor para o animal, que seria morto em seu lugar. Dessa forma, os pecados do ofensor eram perdoados e cobertos (Levítico 4: 26).
Contudo, a grande diferença entre o Senhor Jesus e todos os sacerdotes do Velho Testamento é que, no caso do Senhor Jesus, o sacerdote e o sacrifício “eram uma e a mesma coisa”. Ele é o Sacerdote que se oferece a Si mesmo: a Sua própria vida, o Seu próprio corpo, como sacrifício. Portanto, Ele combina em seu próprio ser, o que eram separadas no Velho Testamento.
Há evidência bíblica de que o Senhor Jesus cumpriu todos os requisitos da Lei e qualificou-se para ser o Sumo-Sacerdote, por excelência (Hebreus 3:1; 4:14; 5:5; 6:20; 7:26; 8:1).
Embora seja a Epístola aos Hebreus o único “livro” do Novo Testamento a afirmar explicitamente o sacerdócio do Senhor Jesus, como oferta e sacrifício pelos pecados, há, porém, muitos outros trechos que abordam implicitamente esta verdade. É o caso de Marcos 10: 15; João 1:29; Romanos 3:24,25; 5:6-8; I Coríntios 5:7; I João 2:2; I Pedro 1:19; 2:24; 3:18.
Como nosso Sumo-Sacerdote, o Senhor Jesus vive para interceder por nós, enquanto caminhamos neste mundo de lutas e de tentações (Hebreus 7: 25). A Sua presença junto do Pai representa uma garantia da Sua providência e cuidado constantes, a favor do Seu povo. Ele assume-se como nosso advogado, junto do Pai (I João 2: 1), fiel e justo em perdoar a todos os que a Ele se dirigem em nome do Seu Filho (I João 1: 9).
Concluímos, pois, afirmando que o Senhor Jesus satisfez todas as exigências estabelecidas na (e pela) Lei. Ele fê-lo na qualidade de “um entre nós”, isto é, como homem. Ele nunca poderia ser o nosso Sumo-Sacerdote se não tivesse adquirido a natureza humana para Si. Tinha que ser “tomado dentre nós”. Tomou a nossa natureza humana como nosso representante, tomado entre nós, capaz de compreender a nossa condição miserável. Experimentou as nossas fraquezas (embora sem pecado); foi tentado em todos os pontos e de todas as formas, contudo, não cedeu diante do pecado. Assim, Ele qualificou-se para ser a oferta e o sacrifício mais eficaz, de consequências eternas.
(bases: Verdades Essenciais da Fé Cristã de R.C.Sproul, Grandes Doutrinas Bíblicas de Dr. Martyn Lloyd-Jones, Teologia Sistemática de George Eldon Ladd, Teologia Sistemática de Wayne Gruden)

Texto: Pastor Samuel Quimpto