NATAL - A PLENITUDE DOS TEMPOS

“Vindo, porém, a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho nascido de mulher, nascido debaixo da lei...”


Por tradição e por convenção, estabeleceu-se o dia 25 de Dezembro como sendo a data do nascimento do Senhor Jesus. Embora a Bíblia, o relato mais fiável da historicidade da vida de Jesus, não nos apresente nenhum dia específico para o nascimento do Filho de Deus, ela afirma, peremptoriamente, que Maria teve o seu filho em Belém, e juntos com José, seu marido, forma habitar na região da Galileia, na cidade de Nazaré.
O facto inegável é que o Filho do Deus encarnou (fez-se carne), e entrou neste mundo, penetrando o espaço e o tempo, para habitar entre nós, connosco e em nós (João 1: 14; 16: 28; 17: 23, 26; cf. Mateus 28: 20).
A fé bíblica é fundamentalmente messiânica, isto é, centralizada na pessoa do Messias (ou Cristo, o ungido). Foi a esperança messiânica que estimulou e sustentou a fé dos crentes na Antiga Aliança; e é esta mesma promessa, cumprida na vinda do Messias de Deus, que fundamenta a fé dos crentes na Nova Aliança.
Por isso, ao referir-se ao Antigo Testamento, o Senhor Jesus afirmou, vezes sem conta, que as Escrituras (lei, profetas e salmos) falaram dele (Lucas 24: 44; João 5: 39); o que quer dizer que elas apontavam para Ele, como o centro de toda da História criadora e redentora da humanidade (Colossenses 1: 15-17).
Portanto, o nascimento do Senhor Jesus, formalmente designado “Natal”, traduz-se no facto histórico mais marcante de toda a existência humana, e representa o momento incomparavelmente singular, em que o Deus-Filho se reveste da natureza humana, nascendo de uma mulher.
Paulo captou o sentido mais profundo da encarnação. Ele identificou o momento como sendo “a plenitude dos tempos”! Significa que na economia divina, o nascimento do Filho de Deus foi o “momento ideal e oportuno”, “o tempo exacto” em que a promessa da vinda do Messias seria cumprida.
As duas palavras usadas por Paulo significam que o nascimento do Senhor Jesus deu-se no “tempo certo”, segundo o calendário divino.
Ele nasceu da mulher, isto é, como um verdadeiro ser humano (Jó 14:1; 25:4), mas também nasceu sob a lei ou seja, debaixo das rígidas exigências da lei. Nesta altura, convém perguntar: porque é que Jesus teve que nascer sob a rígida exigência da lei? Porque foi necessário nascer nessa condição?
O amado apóstolo dos gentios fornece-nos a resposta. Ele nasceu debaixo da lei para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de que recebêssemos a adopção de filhos! Que promessa! Que resgate! Que libertação!
Por outras palavras, Ele veio como ser humano para se identificar com a humanidade que veio salvar, humanidade essa incapaz de se libertar da maldição da lei! O Natal representa a vinda do Redentor, no tempo oportuno! Mas há um outro resultado glorioso, que é a consequência directa do resgate.
Todos os que fossem resgatados e libertos, pelo preço que Jesus, o único Filho de Deus, por geração, pagaria por eles, mediante a Sua morte na cruz do Calvário, seriam introduzidos na nova esfera familiar, tornando-se filhos adoptivos de Deus (Gálatas 4: 5). Que privilégio! Que herança! Que glória!
Que neste Natal os nossos corações se derramem de louvor e gratidão perante Aquele que dirige a História, que redime o pecador penitente e que acolhe os redimidos dentro da Sua bem-aventurada família.
Soli Deo Gloria!
Boletim 109
29 Novembro 2010

Envelhecimento de materiais (cerâmica e madeira)



O vintage e o antigo são intemporais e vamos procurar reproduzir os efeitos de décadas/séculos de envelhecimento de peças em apenas umas horas. Do branco do gesso ao claro/escuro da madeira, podemos reproduzir esses efeitos e de forma barata e manual aprender mais uma técnica que poderá ser tão útil para umas ofertas de Natal que já se avizinha.
Texto: Pedro Ferreira e Catarina Alves
Nov 2010

FAZER MISSÕES, PROMOVENDO O REINO DE DEUS

“Como são belos sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina”
(Isaías 52: 7)

Qualquer abordagem teológica, biblicamente sustentada, deve reflectir o espírito da própria Bíblia, que inicia e termina o seu relato, tendo como centro da sua mensagem o próprio Deus e a glória do Seu Reino.
Ela começa com “no princípio, Deus…” (Génesis 1: 1) e termina o relato do Seu grande plano da salvação, com um intenso desejo de um coração agraciado, que clama “vem, Senhor Jesus!” ao mesmo tempo que João invoca a graça sobre os leitores da mensagem a ele revelada (Apocalipse 22: 20, 21).
Convém dizer (com ousadia) que uma das causas principais da liberalização teológica, que caracterizou as primeiras seis décadas do século XX, e a superficialidade da vida que caracteriza o cristianismo dos nossos dias, teve a ver com a mudança radical que ocorreu no paradigma teológico, influenciada pelo Iluminismo, cuja premissa maior foi o “endeusamento” da Razão humana.
Com uma visão predominantemente iluminista, o centro da teologia passou a ser o Homem, o teólogo, o intérprete, aquele que estabelece as regras de avaliação de tudo o que pode ser (ou não) aceite como razoável; aquele que possui a autoridade de determinar o que pode ser aceite ou rejeitado, mesmo quando se trata de avaliar o conteúdo da própria Palavra infalível de Deus.
A visão dos sacerdotes e profetas do Antigo Testamento, dos apóstolos, profetas, evangelistas e mestres do Novo Testamento e dos reformadores do século XVI, profundamente teocêntrica, foi descartada, sendo substituída por aquela centralizada no homem. Esta mudança trouxe tremendas consequências na teologia, na elaboração e/ou interpretação de doutrinas, na evangelização, na liturgia (onde o destaque recai no adorador e seus gostos, e não no objecto da sua adoração) e no compromisso de vida daqueles que professam a fé cristã.
Faz-se urgente, portanto, que o povo de Deus, incumbido de viver a mensagem da salvação e de proclamá-la a um mundo confuso e à deriva, volte aos padrões bíblicos, destacando a pessoa, a dignidade e a glória do grande Deus que salva, como a causa última de todo o propósito da existência humana.
O povo cristão é um povo missionário, por causa do Deus missionário que representa. É um povo que ama, por causa (e pela influência vital) do amor divino que nele opera. É um povo movido de compaixão pelos perdidos e escravizados pelo diabo, por causa do senso de compaixão que herdou do seu Deus e Pai, mediante a operação do Espírito Santo, no seu interior.
Assim, os belos e formosos pés que se afadigam em “anunciar” sobre os montes o evangelho, que proclamam a paz, consequência necessária da justificação (Romanos 5:1), que anunciam coisas boas e que proclamam a graça salvadora de Deus, devem declarar solenemente o Reino de Deus!
Desde o princípio até ao fim, o reino de Deus, o estabelecimento do Seu governo santo, puro e glorioso, é o alvo de toda a visão missionária e de todo o testemunho cristão. Anunciar o evangelho é declarar, com vigor e convicção, a soberania e o domínio amoroso de Deus e revelar a Sua santa vontade.
Fazer missões é testemunhar perante o mundo em agonia que existe um Deus que salva, cujo reino é seguro e eterno (Apocalipse 11: 15, 17). Fazer missões é dizer a homens e mulheres que, todos os que se submeterem ao governo divino, reinarão com o Senhor para todo o sempre (Apocalipse 22: 5).
Participemos todos em missões, proclamando a paz com Deus e a salvação que Ele oferece, promovendo o Seu Reino majestoso.
Soli Deo Gloria!
Boletim 108
Outubro 2010

UMA ESCOLA QUE GLORIFICA A DEUS

“Ao servo do Senhor não convém discutir, mas, pelo contrário, deve ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente, corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, e que se libertem da armadilha do Diabo, por quem haviam sido presos para cumprirem a sua vontade”.


A tradição herdada pela Comunidade Evangélica, passando de um mero ensino de crianças para uma abordagem mais abrangente, de toda a comunidade local de fiéis, é um legado de importância incalculável na promoção da educação cristã e no desenvolvimento de uma cultura bíblica.
A implementação da Escola Bíblica Dominical, como elemento preponderante para um crescimento equilibrado do povo cristão, envolvendo todas as faixas etárias e todas as classes sociais dos congregados de cada comunidade local, trouxe um valioso contributo para a criação de um espaço de aprendizagem e de consolidação de verdades e de valores cristãos, essenciais para uma vida de fé saudável.
Um estudo cuidadoso das Escrituras revelar-nos-á a verdade incontável de que a glória de Deus e a exaltação do Seu nome, são o alvo final de todo o propósito (ou razão de ser) da existência humana e de tudo o que foi amorosamente trazido à existência pelo grande Criador. A glória de Deus e um intenso desejo de O conhecer e de desfrutar a comunhão com Ele devem constituir o objectivo e o alvo de todo o estudo da Palavra de Deus.
Uma Escola Bíblica Dominical, digna desse nome, deve ser um espaço de aprendizagem, onde todos se predispõem a estudar, eficiente mas reverentemente, a Palavra inspirada, submetendo a mente (ou a razão) ao crivo das Escrituras Sagradas, que revelam a mente de Deus e a Sua vontade para connosco.
Uma Escola Bíblica Dominical, digna desse nome, é um ambiente marcado pela graça, onde as dúvidas são esclarecidas, os erros são amorosamente corrigidos, onde os equívocos são dissipados, onde os que ensinam o fazem com mansidão e com uma atitude de reverência para com a Palavra de Deus e de respeito para com os que por eles são ensinados.
Uma Escola Bíblica Dominical, digna desse nome, deve proporcionar a todos os seus participantes, alunos e professores, as ferramentas básicas para uma apologética bíblica sólida, relevante e capaz de responder às questões do quotidiano que afectam os seus concidadãos, e que envolvem dúvidas, inquietação, inseguranças e confusões (morais e espirituais) de vária ordem.
Uma Escola Bíblica Dominical, digna desse nome, deve constituir uma oportunidade para uma introspecção séria e honesta de cada participante, levando os “estudantes” a confrontar-se com o amor e a santidade de Deus e a arrogância, o orgulho e a pecaminosidade da natureza humana; uma oportunidade que leve os participantes a louvar e agradecer a Deus pela Sua bondade e compaixão, por se ter revelado, de um modo especial, pela Sua Palavra.
Uma Escola Bíblica Dominical, digna desse nome, deve conduzir o povo de Deus ao desejo de, com uma intensidade crescente, amar e obedecer ao Amado da sua alma, o Senhor Jesus, agradecer ao Pai das luzes pelo Seu maravilhoso amor, e confiar na segura orientação do Espírito Santo.
Que o Senhor de toda a graça renove o nosso interesse pela Escola Bíblica Dominical. Que Ele nos dê a graça de desvendarmos os nossos olhos, a fim de contemplarmos as bênçãos recebidas e as que nos são prometidas, por meio do estudo da Sua inerrante Palavra, na E. B. D.
Soli Deo loria!
Outubro 2010
Boletim 107

Música no Culto




Os responsáveis pela direcção de um culto enfrentam o desafio da condução da congregação nos diversos passos passos da adoração bíblica e da evangelização. A música é um instrumento particularmente valioso no envolvimento dos adoradores, com particular destaque nos períodos de canto congregacional. Como é que a cultura contemporânea influencia actualmente o culto colectivo através dos cânticos. Há algo de errado nisso?

Texto: Tito Santos

Pensamento

“Apesar da visão do Reino Universal de Cristo ser o alcance máximo de toda a espiritualidade cristã, a importância atribuida à igreja local e o envolvimento de cada cristão na mesma, da qual é membro, são o melhor testemunho de serviço e de integração concreta no sacerdócio santo e real de Deus”

Setembro 2010

O peso da glória - um bálsamo para o sofrimento

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós

um peso eterno de glória mui excelente”


A questão do sofrimento tem sido, ao longo dos tempos e de todos os quadrantes, um assunto de calorosas discussões e de várias especulações. De um modo geral, o sofrimento é visto como um obstáculo ao progresso humano, uma espécie de injustiça cometida pelos deuses que tornam amarga a experiência existencial dos humanos. De facto, o sofrimento humano é real e muito doloroso. Numa perspectiva puramente naturalista, ele reduz a qualidade de vida de homens e mulheres, frustrando, deste modo, as aspirações da sua realização pessoal.
Em finais do século XIX e início do século XX muitos críticos, hostis à fé cristã, acentuaram o seu ateísmo ao ponto de sugerir uma “morte certa” da fé num Deus poderoso e bom. Para esses críticos, o sofrimento tornou-se a prova irrefutável da ilusão da fé que muitos nutriam num Deus amoroso, mas incapaz de mudar a situação agonizante em que os seres humanos se encontravam.
Contudo, o desejo desses críticos não se realizou, antes pelo contrário, a “fé no Homem racional” emancipado e que não tinha mais necessidade de crer em Deus, capaz de construir um mundo melhor, isento de conflitos, revelou-se desastrosa. As duas guerras mundiais (em pleno século XX) provaram que o ser humano sem Deus, apesar do seu progresso técnico e científico, é incapaz de lidar com os seus conflitos interiores, e é possuidor de uma inclinação natural para infringir mal ao seu próximo.
Embora o sofrimento seja, de facto, algo intrigante e tão real quanto a própria vida, a fé cristã pode oferecer uma resposta plausível sobre o assunto.
Segundo as Escrituras, o Deus da Bíblia não é indiferente ao sofrimento humano. O Deus encarnado é a prova definitiva sobre a questão do mal e do sofrimento. Ele partilhou a dor e a agonia humanas, morrendo pelos homens. Chorou o seu choro e sofreu a sua dor (Hebreus 2: 9,10,17,18).
A morte do Senhor Jesus na cruz do Calvário é a primeira resposta cabal ao problema do mal que aflige os humanos. Ela prova que, apesar da existência do mal, Deus continua real e activamente envolvido no desenrolar da história humana, onde o sofrimento, resultado do mau uso da liberdade do homem e da hostilidade para com o seu Criador, funciona como o “megafone de Deus para despertar um mundo surdo” (C.S. Lewis).
Embora o sofrimento humano faça sangrar o coração do “amante das nossas almas”, ele é também usado como um instrumento pedagógico para despertar as consciências quanto à fragilidade e os limites da raça humana decaída.
À morte do Senhor Jesus segue-se o grito da Sua ressurreição, por meio da qual Deus declarou solenemente a derrota do sofrimento e da morte perante a vida.
A segunda resposta ao problema do sofrimento encontra a sua fundamentação na dupla perspectiva de vida, que nos aponta para a existência de outra experiência vivencial, isenta de todos os males que afectam o mundo e a vida actuais.
Por isso, circunscrever a vida à única existência, aqui e agora, é limitar o poder de Deus e ignorar a totalidade do plano redentor do grande Criador. Avaliar a bondade e o amor de Deus simplesmente com base na experiência de vida deste poço de lágrimas e deste “vale da sombra da morte” é emitir um juízo parcial e inadequado sobre aquele que planeou a salvação e a redenção dos pecadores, antes da fundação do mundo (Efésios 1: 4, 5; Apocalipse 13: 8; 17: 8).
Amados no Senhor, que diante dos sofrimentos desta vida, a nossa visão se projecte para a segurança e a beleza do “lugar” que o Senhor Jesus nos foi preparar, estimulando-nos a suportar as leves mazelas de hoje, contrabalançando-as com o peso da glória (brilho, beleza, respeitabilidade, dignidade) que aguarda a todos aqueles que crêem no amado Filho de Deus.
Soli Deo Gloria!
Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 106
Setembro 2010

Existe Alguém a Orar por ti!

  • Quando os teus problemas, as tuas tristezas e ansiedades são compartilhados com os irmãos, descansa e confia, por que existe alguém a orar por ti.

  • Quando a tua fé parece esfriar-se, quando o teu fervor espiritual arrefecer, não desanimes e sabe que existe alguém a orar por ti.

  • Quando no meio das aflições te sentires confortado e com forças renovadas, mesmo não sabendo como, lembra-te que existe alguém a orar por ti.

  • Quando as tuas orações, pela graça de Deus, são respondidas de um modo poderoso, surpreendendo-te a ti próprio, reconhece e agradece, tendo sempre em mente o facto de que existe alguém a orar por ti.

  • Quando a tua vida é “inundada” de bênçãos sem medida, apesar das tuas falhas e da tua pouca fé, louva a Deus, visto que existe alguém a orar por ti.

  • Quando a tua família é protegida no seio de uma sociedade assolada pelo crime, pela doença, pela degradação moral, dá graças ao Senhor pelo Seu poder protector, tendo sempre a convicção de que existe alguém a orar por ti.

  • Quando perante as grandes decisões da vida consegues ter discernimento e optar de forma correcta e condizente com a vontade de Deus, curva-te humildemente diante do trono da graça, pois Ele dá direcção e sabe que, cooperando com Ele, existe alguém a orar por ti.

  • Quando te encontrares longe dos que te amam e te sentires só, abandonado e sem forças, ora a Deus cantando-lhe louvores e tem ânimo, certo de que existe alguém a orar por ti.

  • Quando sentires o amor e a graça do Pai sobre ti, ora e intercede por alguém; sustenta os outros irmãos no Senhor com o rico ministério da intercessão. Participa e seja um elemento activo neste bendito ministério, com amor e com fervor, dando sempre graças ao Bom Pai, porque sempre existe alguém a orar por ti.

  • Alegra-te! Alguém está a orar por ti!

Pr. Samuel Quimputo
07 Agosto 2010

BRILHANDO CADA VEZ MAIS

“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando cada vez mais, até ficar completamente claro”

Entre as várias analogias usadas na Bíblia para descrever a experiência da vida humana, tal como a conhecemos, existe uma que perpassa as páginas das Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Trata-se da analogia que considera a vida, metaforicamente, como uma viagem, isto é, uma peregrinação.
Esta viagem envolve escolhas e opções, com base em motivações, inclinações, atitudes e comportamentos descritos como “caminhos” a serem seguidos ao longo dessa mesma viagem.
Nesta viagem à escala planetária, as pessoas são divididas em dois grupos e classificadas de justas e ímpias. Comecemos pelas últimas.
A Bíblia descreve os ímpios como aquelas pessoas (homens e mulheres) que, impulsionados pela arrogância dos seus corações, pela sua falaciosa noção de auto-suficiência e de justiça própria, demonstram indiferença para com Deus.
Os ímpios são aqueles que, mesmo quando evidenciam algum grau de moralidade por meio de actos externos, vivem como se Deus não existisse. Orgulho, egoísmo, ganância, violência (emocional, verbal ou física), maledicência, intrigas e calúnias, são algumas das marcas que caracterizam as suas atitudes e o seu comportamento. Usando a analogia bíblica, podemos dizer que estas marcas constituem “os caminhos” pelos quais os ímpios trilham, e que os deixam satisfeitos e, de certo modo, realizados (Salmo 1).
Por outro lado, a Bíblia intitula o outro grupo de peregrinos, como “justos”; são aqueles que, embora pecadores, falíveis e limitados, procuram viver as suas vidas com uma consciência clara da presença de Deus. Por outras palavras, os “justos” são os piedosos, cuja sabedoria de vida se encontra alicerçada numa atitude de reverência máxima (ou temor) a Deus e à Sua glória.
Os justos são aqueles que reconhecem o seu pecado, que se curvam diante da grandeza e da soberania de Deus e procuram viver de acordo com as Suas orientações, reveladas na Sua Palavra. Para estes, a Palavra de Deus, longe de ser um manual de regras rígidas, impostas contra a sua vontade, é, antes, a sublime revelação da vontade e do amor do seu Criador, a fonte inesgotável do seu maior prazer (Salmo 1: 2,3; Salmo 19: 7-10).
Como a vida é um caminhar constante, os justos são sabiamente descritos como aqueles cujas vidas estão num crescente processo de santificação, obra esta realizada pela operação do Espírito Santo no interior do crente, transformando o seu viver, influenciando e purificando as suas motivação, suas inclinações, seus desejos, suas atitudes e seu comportamento, por meio da aplicação eficaz da Palavra santificadora em suas vidas (João 17: 17).
É por meio desta Palavra santificadora que os justos (ou justificados) vão encontrando clareza e lucidez, enquanto vão dando os passos seguros, rumo ao seu destino final (Salmo 119: 105).
Provérbios 4: 18 afirma que o caminho dos justos, tal como a luz do dia, vai intensificando o seu brilho até que tudo seja afectado pela clareza dos seus raios. Significa que a vida dos piedosos, justificados por Deus e santificados pelo poder do Espírito Santo, continuará a ser transformada, numa sequência de estágios crescentes de glória, conformando-se com a imagem do Senhor Jesus, que é a medida perfeita de toda a santidade (2 Coríntios 3: 18).
Que o Senhor de toda a glória nos conceda a graça de crescermos em santidade,
estimulando-nos a viver de tal modo que as nossas vidas sejam um verdadeiro culto santo, em espírito e em verdade.
Soli Deo Gloria!
Boletim 105
Agosto 2010

Estudo Biblico Eficaz - interagindo com o Texto Sagrado (Livros Recomendados)

Decorreu hoje a Palestra "Estudo Biblico Eficaz - interagindo com o Texto Biblico". Estes são os livros recomendados pelo Pastor Samuel Quimputo :
  1. Entendes o que lês? - Gordon D Fee, Douglas Stuart
  2. Como estudar a Biblia - James Braga
  3. Como estudar e interpretar a Biblia - Raimundo de Oliveira
  4. Hermeneutica, Fácil e descomplicada - Esdras Costa Betho
  5. Métodos de Estudo Bíblico - Walter A Henrichsen
  6. Através da Biblia - livro por livro - Myer Peerlman
  7. Os Hebreus no tempo da Biblia - André Chouraqui
  8. Porque acreditar na Biblia? - John Blanchard
4 de Julho de 2010

Acampamento Feminino - Cartaz



As senhoras da igreja de Sete-Rios contribuiram para alegrar mais um acampamento de mulheres em Água de Madeiros. Com o tema "Servir ao Senhor com alegria", idealizámos um cartaz, com símbolos portugueses como a guitarra, o galo de Barcelos e o coração em filigrana que ficou lindo, entre outros cartazes que várias senhoras de outras nacionalidades fizeram especialmente para os cultos da noite. Temos a certeza de que na noite do culto missionário, Portugal estará bem representado.
Julho de 2010

CRISTO, O NOSSO SUBSTITUTO

“Porque, também, Cristo morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto na carne, mas vivificado no Espírito”

O sincretismo religioso é uma espécie de polvo, com os seus vários tentáculos, em constante movimentação, à procura de algumas presas. Este sincretismo encontra a sua máxima expressão na Nova Era, a religião emergente que tudo atrai e abarca.
O grande projecto por trás desta cosmovisão universal assenta na vontade e determinação de congregar todas as religiões numa só, onde todas as crenças encontram a suma harmonização.
A mistura de vários símbolos e conceitos religiosos tem sido a sua arma forte, na conquista daqueles que já possuem uma religião, por convicção ou por uma questão cultural. Esse poder de misturar várias verdades, a fim de formar um “composto” de conceitos e de crenças não ofensivas e de fácil aceitação por todos, constitui a força motriz da Nova Era.
Nesta confusão doutrinária, maquiavélica e maldosa, alguns cristãos têm sido influenciados e levados a misturar verdades claras das Escrituras com conceitos provenientes de outras religiões (incluindo os de origem pagã).
Diante deste cenário, faz-se necessário que os cristãos, verdadeiramente comprometidos com o seu Senhor e Mestre, afirmem a sua posição, com clareza e convicção.
O apóstolo Pedro, com o propósito de estimular a fé dos cristãos, espalhados pelas regiões do Ponto, da Galácia, da Capadócia, da Ásia e da Bitínia, que enfrentavam severa perseguição, por causa da sua fé no Senhor Jesus, incentiva-os a viver vidas exemplares, a fim de que o seu testemunho não ficasse manchado. Pedro encoraja-os a ser capazes de responder àqueles que questionavam a sua fé, com mansidão, mas com clareza e com inabalável convicção. Eles deviam ser capazes de explicar a razão da esperança que havia neles e que os impulsionavam a suportar as vicissitudes do tempo presente.
Para Pedro (e para todos os apóstolos), o grande exemplo de abnegação, que deve caracterizar a vida dos cristãos, é o próprio Senhor Jesus.
Muitos há que param neste ponto. Para estes, o Senhor Jesus não é mais do que um exemplo do altruísmo que todos devem imitar. Contudo, Pedro não fica pelo simples exemplo. Vai além e apresenta-nos o Senhor Jesus como o nosso mais digno substituto.
“Ele morreu pelos nossos pecados”, diz Pedro. Os nossos pecados foram (e são) a razão da Sua morte. Sem ter cometido pecado algum, aceitou a morte a nosso favor e em nosso lugar (2 Coríntios 5: 21; Hebreus 4: 15; 7: 26). Tal como disse o profeta Isaías “foi ferido por causa das nossas transgressões”, “ele levou sobre si o pecado de muitos” (Isaías 53: 5, 12).
Para que não restassem dúvidas, Pedro acrescentou “o justo pelos injustos”. Quer dizer que o Senhor Jesus morreu como um justo, como alguém que nunca cometeu injustiça. Contudo, foi condenado em lugar e em benefício de homens e mulheres injustos, dignos de condenação. Toda a nossa injustiça, pecados e transgressões “caíram” sobre Ele.
A glória da Sua obra revela-se no propósito pelo qual suportou a dor, a vergonha e a sufocante morte na cruz “para levar-nos a Deus”. Eis o glorioso propósito. Ele veio ao mundo, foi submetido à mais severa tentação, foi pregado na rude cruz e provou a morte. Tudo isto foi necessário para reconciliar-nos com o Pai. Que maravilhosa graça! Ele deu a Sua vida a fim de levar-nos de volta à casa do nosso amado Pai. Que o Seu nome seja exaltado! Que os nossos corações se encham de louvor e gratidão pelo Seu dom inefável.
Soli Deo Gloria!
Boletim nº 104,
Julho 2010

Estudo Biblico Eficaz - interagindo com o Texto Sagrado



Estudar a Bíblia com eficácia requer um esforço árduo, uma dedicação leal, uma honestidade intelectual e uma dependência humilde do Espírito Santo.
Procurar entender o sentido do texto sagrado, a intenção dos autores humanos, inspirados por Deus, é desvendar o caminho seguro para se chegar ao alvo pretendido que é – conhecer Deus, fazer a Sua vontade, experimentar o Seu amor e servir de testemunha da Sua graça diante de um mundo cada vez mais alienado de Deus.
É sobre isto que iremos “conversar” no nosso próximo encontro.
Participe!

Pastor Samuel Quimputo

FILHOS AMADOS DE UM GRANDE DEUS

“Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai; que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque o não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus...”

A doutrina da salvação, quando entendida em todas as suas facetas, segundo o ensino das Escrituras, é tremendamente arrebatadora. Ela deixa-nos emudecidos e impulsiona-nos a prostrar-nos diante do trono da graça de Deus, com corações agradecidos e cheios de louvor.
Nada no mundo pode satisfazer, de facto, o coração do Ser Humano, criado à imagem e semelhança do bondoso Criador, como o faz a Boa-Nova da salvação.
Desafortunadamente, nem sempre temos captado a profundidade da grandiosa e poderosa obra que Deus realizou em nós e por nós, por meio da morte sacrificial do Senhor Jesus, na cruz do Calvário. Não é de admirar, pois, que a nossa espiritualidade seja, de um modo geral, morna, superficial e sem emoção.
Em princípio, isto acontece por causa do deficiente conceito que temos da gloriosa doutrina da salvação. Para muitos, a salvação que Deus nos outorga não é mais do que uma libertação do fogo do inferno e da consequente condenação eterna. Ser salvo é simplesmente “não ser enviado para o inferno”. Tudo se resume a este ponto de vista negativo. Esta é uma visão redutora da fé cristã.
Segundo o ensino das Escrituras Sagradas, a salvação não implica, apenas, o perdão de pecados e o escapar da horrível experiência dos tormentos do inferno. Ela envolve tudo isso. Contudo, esta perspectiva meramente redutora da salvação fica aquém do ensino bíblico e empobrece a excelência do mistério da redenção. Ser salvo é ser resgatado do reino de Satanás e de todas as suas hostes malignas; é ser liberto da maldição da lei (na sua ênfase condenatória); é ser arrancado do poder (e do domínio) escravizador do pecado.
Todos estes resultados (ou efeitos) estão incluídos na obra salvadora de Deus, porém não cobrem toda a dimensão da multiforme graça da Deus. Ela não nos deixa neste ponto. É aqui que reside a glória do evangelho e da fé cristã.
O Evangelho, a Boa-Nova da salvação, é o poder do próprio Deus em acção, que opera na mente, na emoção e na vontade daquele que, sensibilizado pelo amor divino, responde com fé e confiança ao que Deus realizou em seu favor, por meio de Cristo (Romanos 1: 16; 1 Coríntios 1: 18).
Esse poder que actua naquele que crê, introduzindo nele um novo princípio de vida, faz desse pecador perdoado, alguém redimido e declarado justo pelo grande Juiz. Convém acrescentar que esse poder que opera a salvação, é o mesmo que actuou na ressurreição do Senhor Jesus (Efésios 1: 18-21).
Ao receber uma nova vida e um espírito vivificado, o crente torna-se uma habitação do Espírito Santo (Ezequiel 36: 26, 27; 1 Cor. 6: 19; 2 Cor. 6: 16). Todas estas bênçãos divinas introduzem o crente numa nova esfera, numa nova relação incomparavelmente superior. Ele é integrado na família de Deus. Ele torna-se (isto é, é feito) filho de Deus. Que privilégio! Ser salvo implica ser arrancado do reino das trevas e tornar-se concidadão dos santos e membro da família de Deus (Efésios 2: 19). “Agora somos filhos de Deus!”, diz João.
O crente salvo não é, apenas, um pecador agraciado e perdoado, mas também, um filho amado na família do Eterno Deus. Esta nova realidade deve levar todo o verdadeiro crente a dobrar os seus joelhos, em gratidão a Deus, pelo Seu tão grande amor com que nos amou, fazendo de nós Seus filhos adoptivos.
Todos quantos crêem no eterno Filho de Deus, recebem o poder (isto é, a prerrogativa) de se tornarem filhos de Deus (João 1: 12).
Que esta verdade incomparável encha os nossos coração de graça, alegria, gratidão e de um santo temor, estimulando-nos a um serviço abnegado pela causa de Cristo, que tanto nos amou e se entregou por nós.
Soli Deo Gloria!
Boletim nº 103 - Maio 2010

Ecologia Doméstica


Deus deu ao homem a tarefa de ser mordomo da terra onde habitamos. Nem sempre temos cumprido este mandamento mas vamos a tempo de ser “sal e luz”. É urgente que sejamos influentes, por isso, tentemos ser obedientes em amor e cuidemos do planeta. Com este workshop vamos perceber que há pequenos gestos que, caso sejam adoptados por todos, revelam ter enormes repercussões e alcançarão alterações positivas no meio-ambiente.
Quer saber como não desgastar recursos e poupar a natureza?
Como não desperdiçar água ou consumir menos energia?
Sabe qual é a sua pegada ecológica?
Vamos falar sobre isto e muito mais!

texto: Vera Rainho
A Rocha Maio 2010

O LUGAR DA FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais;...
eu e a minha casa serviremos ao Senhor”


A família constitui o núcleo de toda a estrutura da Sociedade Humana. Sempre esteve nos planos de Deus e sempre estará. Prova disso é o modo como o Criador começou a história da raça humana.
O sentimento de pertença está bem alicerçado no âmago da personalidade humana. Esta é a razão por que o Ser Humano se sente em desequilíbrio, quando os seus relacionamentos interpessoais entram em colapso.
A família é, como a própria história humana prova, a base sobre a qual o ser humano sustenta a sua identidade e absorve os valores fundamentais, pessoais e relacionais, que o irão marcar e influenciar ao longo da sua vida.
Famílias sólidas e com um elevado grau de equilíbrio nos relacionamentos interpessoais, tendem a proporcionar aos membros do seu agregado, recursos determinantes para a formação da sua personalidade e da sua formação cívica.
Famílias desequilibradas, com relacionamentos humanos frágeis, onde a insegurança e a desconfiança imperam, tendem a produzir cidadãos problemáticos, com imensas dificuldades em estabelecer e preservar relações humanas sólidas.
Satanás, o inimigo impiedoso da raça humana, conhece, como ninguém, o poder e a importância de uma estrutura familiar sólida. Mais ainda, conhece a força de uma família onde Deus é reconhecido como o centro e o valor supremo da existência da mesma. Esta é a razão pela qual tudo procura fazer, empenhando-se com todas as suas forças, na tentativa (e com muito sucesso nos dias que correm) de enfraquecer o núcleo familiar, usando agentes humanos que por meio da política, da filosofia, das ideologias vanguardistas e da pretensa psicologia naturalista, procuram relativizar o papel e o lugar da família na sociedade.
A delinquência juvenil, a indisciplina escolar, a inversão de valores, o desrespeito pelo próximo, o crescente (e alarmante) número de divórcios que ocorrem, os cada vez mais frequentes distúrbios psiquiátricos e comportamentais são, em grande medida, resultantes de desequilíbrios existentes no contexto familiar.
Portanto, é urgente que a Sociedade, de um modo geral (e cada um de nós em particular), ganhe consciência e envide todos os esforços na recolocação da família no seu devido lugar - o do núcleo estrutural da Sociedade Humana.
Como povo de Deus, cuja cosmovisão e perspectiva de vida se alicerçam nas Escrituras, devemos esforçar-nos na manutenção da coesão das nossas famílias.
Contudo, convém dizer que, embora tudo deva ser feito para a preservação da coesão familiar, destacando o seu papel fundamental no equilíbrio psicológico e social das pessoas, o elemento preponderante é, sem dúvida, a visão familiar centralizada em Deus, onde tudo é feito não somente para promover a unidade e o valor da família, mas, e sobretudo, para manifestar a glória de Deus.
Josué, o grande líder que substituiu Moisés na introdução do povo de Israel na terra prometida, desafiou os seus contemporâneos a fazer uma escolha.
Depois de os ter exortado a abandonar a idolatria herdada dos seus progenitores, Josué desafia-os; pede ao povo que faça uma escolha.
O que torna a exortação e o desafio de Josué particularmente exemplares é que ele já tinha feito uma escolha sábia. E o interessante é que esta escolha foi feita no contexto familiar. “Eu e a minha casa”, disse Josué. Ele sabia que o que dá maior significado à vida familiar é a presença (desejada e invocada) daquele que é o arquitecto por excelência da próprio núcleo familiar.
Uma família, por mais bem estruturada que seja, se Deus não estiver no centro do seu viver e das suas prioridades, carecerá de força e de bênção.
“Eu e a minha casa (família) serviremos ao Senhor”. Que confissão sábia! Que convicção inabalável! Queira Deus dar-nos uma visão tão sábia sobre a fé e sobre a família como esta de Josué.
Soli Deo Gloria!
Boletim nº 102
25 Abril 2010

UMA IGREJA MISSIONÁRIA

“...para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e um lugar entre os santificados pela fé em mim”

A Igreja do Senhor Jesus existe para adorar a Deus, admirando a Sua majestade, magnificando a Sua pessoa e exibindo a Sua incomparável glória. Esta é a sua principal razão de ser. Ela existe para “glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre”.
O magnífico propósito de glorificar a Deus revela, em si mesmo, a natureza da Igreja do Senhor Jesus, visto que esta representa o povo redimido, que foi liberto do poder (ou potestade) das trevas e transportado para o reino do Filho de Deus, e salvo pela Sua maravilhosa graça (Colossenses 1: 13, 14).
O conjunto de homens e mulheres comprados pelo imaculado sangue do Senhor Jesus, derramado na cruz do Calvário, constitui o Sacerdócio santo (separado), cujo serviço é adorar ao Rei que salva e oferecer sacrifícios de louvor, exibindo a glória divina, por meio de Cristo (1 Pedro 2: 5). Este é o propósito último e eterno da existência da Igreja do Senhor Jesus, do povo de propriedade exclusiva de Deus.
Enquanto aguarda pelo regresso do seu amado Salvador, a Igreja de Cristo tem como missão anunciar as virtudes (ou seja, poder e excelência moral) do grande Deus, proclamando o Evangelho da salvação (1 Pedro 2: 9).
A sua missão, portanto, consiste em abrir os olhos (espirituais) de homens e mulheres, deslumbrados pelo príncipe deste mundo, cujo alvo é afastá-los de Deus e da Sua maravilhosa graça, a fim de que não enxerguem o perigo em que se encontram (2 Coríntios 4: 4).
A Igreja, em geral (e cada crente em particular), deve realizar esta tarefa munida do poderoso instrumento, por meio do qual esta missão deve ser levada a cabo, que é o evangelho da salvação (Romanos 1: 16). Este é o meio instrumental, usado por Deus, para iluminar a mente dos ouvintes, transmitindo-lhes a mensagem de poder, que os arrancará da tenebrosa sombra do pecado e da alienação divina para a maravilhosa luz, libertando-os, deste modo, do maligno poder (ou domínio) de Satanás, a fim de desfrutarem o gozo e a segurança que se encontram em Deus.
Esta experiência da nova vida em Cristo, e das bênçãos que nela se gozam, explica a razão pela qual o Senhor Jesus morreu e ressuscitou. Ele morreu para nos dar vida e ressuscitou para nos assegurar a solidez dessa mesma vida. Morreu pelos nossos pecados, mas ressuscitou para a nossa justificação (Romanos 4: 25). A Sua morte garantiu-nos o perdão dos nossos pecados; a Sua ressurreição confirmou o facto de que, de todas as acusações de Satanás, fomos declarados, pelo próprio Deus, inocentes. Aleluia!
Assim, fazer missões é proclamar aos homens o perdão dos seus pecados, chamando-os a responder, com fé, à graça e ao poder divinos, revelados na morte e na ressurreição do Senhor Jesus, a fim de que tenham um lugar no Reino e participem da herança que pertence a todos aqueles que respondem à chamada do Espírito do Senhor. Celebremos a Páscoa, vivendo a nova vida que há em Cristo, proclamando todos a mensagem da salvação.
Soli Deo Glória!
in Boletim nº 101
04 Abril 2010

A Tua Palavra é a verdade

“A tua palavra é a verdade, desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre”

Escrever sobre a importância da Bíblia é correr o risco de cair num “lugar comum” porque muitos já versaram sobre desta temática. Mesmo assim, é necessário insistir nesta verdade imprescindível que enfatiza a singularidade das Sagradas Escrituras.
Embora os reformadores do século XVI tenham redescoberto a centralidade da Palavra de Deus, como regra orientadora da vida e da missão (e função) da Igreja do Senhor Jesus, o legado que nos deixaram, com custos elevados para esses servos de Deus, tem sido cada vez mais negligenciado, para não dizer, desprezado.
Há uma visão ilusória, generalizada na “Comunidade Evangélica” de hoje (quem diria!), que tem conduzido muitos crentes a considerar a Bíblia, embora não assumidamente, como algo dispensável para a sua espiritualidade quotidiana. Prova disso, é a frequência com que a lêem e o tempo que passam na sua meditação.
A agitação da vida “moderna” inverteu as nossas prioridades. Na ânsia de conseguirmos mais recursos materiais, que estabelecem o padrão e o status de uma “vida moderna”, gastamos todo o nosso tempo útil na tentativa de trabalharmos “um pouco mais” para, deste modo, satisfazer as nossas necessidades consumistas.
Diante desta realidade, o tempo que nos resta é gasto no necessário (e merecido) repouso, visto que a azáfama do dia-a-dia não nos deixa com a energia suficiente que nos permita “meditar” ou “reflectir” sequer. Este estado anímico em que o ritmo e o modelo de vida actuais nos deixam, tem servido de justificação para a nossa inércia, relativamente ao nosso apego à Palavra da vida.
Como resultado, as nossas vidas exibem uma espécie de “anemia espiritual” que nos deixa sem forças para resistir às provações e vencer as tentações, sem poder para cumprir a nossa missão de evangelizar o mundo perdido e alienado de Deus, sem equilíbrio doutrinário que nos capacite para distinguir a verdade do erro, sem autenticidade para adorar ao Senhor em Espírito e em verdade.
“A tua palavra é a verdade”, diz o salmista. Para este servo do Senhor, a Palavra de Deus transporta e transmite a essência da própria verdade. A Palavra é a verdade desde o princípio, quer dizer que ela o é “em todos os aspectos” e “em todas as perspectivas”. Significa que ela é a verdade por natureza e “em toda a sua extensão”.
O que o salmista afirmou, de um modo categórico, é que “a soma da palavra” de Deus é a verdade. E a consistência desta verdade, ao longo das páginas de toda a Bíblia, encontra a sua confirmação nas palavras do apóstolo Paulo, quando diz que “toda a Escritura é divinamente inspirada” (2 Timóteo 3: 16a).
Na sua sacerdotal (e emocionada) oração, o Senhor Jesus fez uma tremenda afirmação acerca da singularidade da Palavra de Deus: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17: 17).
Ele ora ao Pai e intercede pelos Seus discípulos: “santifica-os”, “separa-os” para Ti, “opera neles a obra santificadora”. Por que meio? Pela verdade, ou melhor “na” verdade. A santificação deve ser operada com a vida dos discípulos “mergulhada” na verdade. E antes que alguém perguntasse acerca da verdade na qual eles seriam santificados, o Bom Mestre prossegue: “a tua palavra é a verdade!” Aleluia! O poder santificador do Espírito opera na vida do crente por meio da Palavra.
Aliás, o Senhor exulta diante do Pai porque os discípulos receberam a Palavra que Ele lhes entregou; e por causa do efeito da mesma Palavra em suas vidas, o mundo, que antes odiara o Senhor, odiou-os também a eles (João 17: 14).
Amados em Cristo, que a sagrada e inspirada Palavra do Senhor governe e oriente as nossas vidas, “inundando-as com as suas incomparáveis instruções, a fim de sermos servos frutíferos em boas obras (2 Timóteo 3: 17).
Que juntos com o do salmista, inspirado, os nossos corações digam bem alto e com convicção: “Oh! quão amo a tua lei! Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar!” (Salmo 119: 97a, 103a).
Soli Deo Glória!
Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 100
29 de Fevereiro de 2010

Convite a Louvar a Deus: Salmos 67


Deus nos abençoa! Mas, sabe porquê? O Salmo 67 diz que Deus nos abençoa para que toda a gente possa conhecer a Sua salvação.
Este workshop vai ser mais uma oportunidade de falar sobre a glória de Deus e aquilo que precisamos fazer em resposta à Sua palavra. Vamos falar sobre evangelismo e missões na zona onde moramos; vamos falar sobre o trabalho e as diferentes formas de pôr em prática as orientaçõas de Deus, visto que Ele está a trabalhar na nossa área de influência (residência, local de trabalho...)! Sem dúvida, só Ele pode salvar. Contudo, Deus nos usa como instrumentos para que as pessoas que connosco lidam, quotidianamente, possam ouvir a verdade de Jesus Cristo.
Texto: Mark Bustrum
Fev 2010

Uma criatura com uma nova vida

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é;
as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”
A Bíblia fala da salvação, resultante da fé salvadora, como uma realidade sobrenatural que se origina em Deus, a fonte desta mesma salvação. A pessoa que sofre a acção realizada pelo amor e pelo poder redentor (e divino) é designada por “salva”, isto é, alguém resgatado do maior de todos os perigos em que um ser pessoal, moral e espiritual se pode encontrar - o perigo de enfrentar o Criador como inimigo e de constituir-se no objecto da Sua indignação (Efésios 2: 1-3).
A nova realidade em que o crente se encontra é uma nova existência, onde um novo princípio de vida é implantado no âmago do seu ser, fazendo dele uma “nova criatura” ou uma “nova criação”.
Com este novo princípio vital, o crente redimido e salvo pelo sangue de Jesus, derramado na cruz do Calvário, adquire uma nova identidade, uma vida de qualidade singular: a vida eterna, a vida abundante (João 3:16; 10:10). Esta nova identidade é a marca distintiva da sua nova natureza.
Esta nova vida não é uma simples melhoria nas qualidades humanas, previamente adquiridas. Não se trata de uma mera mudança comportamental, resultante de uma reflexão pessoal. Também não significa uma reforma ética que torna as pessoas melhores e mais capazes de se relacionarem umas com as outras.
Estas mudanças podem ocorrer por meio de técnicas de terapia psicológica e comportamental. Portanto, elas não são, por si mesmas, um sinal de fé ou uma evidência da nova vida. Deixar de praticar certos actos considerados imorais, ou de exibir algum comportamento pouco ético, não significa ser possuidor da nova vida. A reprovação por parte da sociedade e o medo das consequências podem provocar mudanças no modo de vida de alguém, sem que, com esta nova atitude, ele tenha passado pela experiência da verdadeira regeneração.
Embora uma vida regenerada pela acção e poder do Espírito Santo evidencie mudanças profundas, que irão afectar, necessariamente, as acções, o comportamento e as atitudes do crente, é preciso esclarecer que, apesar de tudo, nem todas as mudanças resultam da presença e do poder da nova vida.
A Bíblia distingue a salvação cristã de todas as outras mudanças que podem ocorrer na vida de um ser humano. Trata-se de uma realidade singular, sobrenatural e que envolve a dimensão mais profunda do seu ser (João 1:12, 13).
Paulo afirma que “se alguém está em Cristo, nova criatura é”. Significa que todo aquele que entra nesta nova relação de amor com Deus, através da fé no sacrifício de Cristo, possui uma nova identidade, resultante do novo princípio de vida que nele pulsa, mudando radicalmente a sua perspectiva de vida. A partir deste ponto de vista, tudo ganha um novo significado. “Eis que tudo se fez novo”.
Todos os humanos nascem ligados a Adão, o primeiro homem, como seu representante. Por natureza, estamos relacionados com ele, transportando connosco a sua natureza (1 Coríntios 15: 45-47), e sofrendo com ele (e por causa dele) a degradação física, moral e espiritual (Rom. 5: 12,18; I Corintios 15:21, 22).
Da mesma forma, todos os verdadeiros crentes estão ligados a Cristo, o segundo homem e o último Adão (1 Coríntios 15:45-49). E só na sua relação com Ele (e por causa dessa relação) podem viver a nova realidade, isto é, a nova vida. E a segurança que esta nova vida traz fundamenta-se na garantia da presença do Espírito Santo, que derrama o amor de Deus no coração do crente (Romanos 5:5), e que nele reside como selo e penhor (garantia), assegurando-nos da eficácia e da perfeição da obra que o Senhor realiza em nós (2 Coríntios 1: 22; 5:5).
Que o Senhor, por meio do Seu Espírito, nos esclareça acerca desta nova vida e nos capacite a examinar os nossos corações, a fim de termos a plena certeza de
que já a possuímos.
Soli Deo Gloria!

Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 99
31 Janeiro de 2010