No nosso estudo sobre a doutrina da encarnação, abordámos alguns pontos importantes e que esclarecem o que a encarnação é e o que não é. No seu nascimento virginal, a criança que Maria deu à luz era o próprio Filho eterno de Deus, preexistente mas que adquiriu uma segunda natureza, que é humana.
A Bíblia afirma que o Senhor Jesus, o menino nascido em Belém, é divino. A verdade acerca da Sua divindade (ou deidade) preenche as páginas das Escrituras.
Em primeiro lugar, convém enfatizar o facto de que alguns nomes divinos Lhe são atribuídos, o que subentende, claramente, a Sua deidade. Entre eles constam os seguintes títulos:
Filho de Deus – por cerca de quarenta vezes Ele é chamado de Filho de Deus, isto é, o Unigénito do Deus Pai, partilhando da mesma natureza do Pai (João 1: 18).
O Princípio e o Fim – Esses termos expressam a ideia da deidade, visto que, não existe nada antes do começo e depois do fim a não ser o próprio Deus, que tudo criou e integrou dentro do tempo (Apocalipse 1: 17). Ele é o “Santo” e o “Justo”, por excelência (Actos 3: 14).
O Senhor – centenas de vezes, no Novo Testamento, Ele é chamado de “Senhor”, termo usado, com frequência, como o equivalente de “Jeová” ou “Yahweh”, no Velho Testamento. Ele é o “Senhor da glória” (I Coríntios 2: 8 cf. Salmo 24 – Rei da glória).
Deus – o Seu nome “Emanuel” significa “Deus connosco”. Ele é o próprio Deus Filho que veio para habitar entre nós (Mateus 1:23). Tomé chamou-o “Deus” (João 20: 28). Ele é o Grande Deus e Salvador (Tito 2: 13) e Deus bendito (Romanos 9: 5).
Para além dos nomes divinos que Lhe são conferidos, há também atributos divinos que Lhe são atribuídos.
Omnipotência – Em Hebreus 1: 3 nos é dito que “Ele sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder”. Paulo diz-nos em I Coríntios 15: 27 que Ele domina sobre tudo.
Omnisciência – João 2: 24, 25 refere-se ao facto de que o Senhor Jesus sabia tudo o que estava no interior do homem, conhecendo e desvendando os pensamentos ainda não expressos verbalmente.
Omnipresença – A presença do Senhor Jesus abrangente e preenche todo o espaço de adoração (Mateus 18: 20; 28: 20). Ele podia estar na terra enquanto se referia à Sua presença simultânea no céu (João 3: 13; Efésios 1: 23).
Eternidade – A Sua eternidade e imutabilidade são claramente confirmadas nas páginas das Escrituras Sagradas (João 1: 1; Hebreus 13:8). Ele é preexistente (João 17: 5; Filipenses 2:6; Colossonses 1: 17; 2:9).
Da mesma forma, a Bíblia atribui ao Senhor Jesus funções divinas, tais como:
Criação – João 1:3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1: 3, 10;
Perdão de pecados – Marcos 2: 5;
Autoridade sobre a morte – João 6: 39 – 44; Filipenses 3: 21;
Julgamento (juízo) – João 5: 22,23; Actos 17: 31; 2 Timóteo 4: 1;
Conceder vida – João 10: 28; 17:2.
Ele é honrado e adorado como o é o Pai – Mateus 28: 9; Lucas 24:52; I Cor. 1: 2; Actos 7: 59; João 5: 23; Filipenses 2: 10.
(bases: Verdades Essenciais da Fé Cristã de R.C.Sproul e Grandes Doutrinas Bíblicas de Dr. Martyn Lloyd-Jones, Teologia Sistemática de George Eldon Ladd e Teologia Sistemática de Wayne Gruden).
Pastor Samuel Quimputo