“...que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.”
(2 Timóteo 4: 2)
A Revelação bíblica é um dos dons mais preciosos que o Senhor, nosso Deus, nos concedeu, expressando, desta forma, a Sua maravilhosa graça para com a Sua criação.
A própria Bíblia afirma que o mundo criado (universo), em sua beleza e complexidade, ordem e propósito, aponta para a existência do seu Criador, revelando, deste modo, a grandeza, o poder e a sabedoria deste Ser que, do nada, trouxe tudo à existência (Salmo 19: 1).
As próprias Leis da Natureza, que de certa forma governam o “movimento cósmico”, envolvendo todos os seus agentes ativos, exigem de um observador atento a necessidade de um Legislador inteligente e infalível.
Contudo, esse grande e soberano Deus resolve revelar-se de um modo bem mais específico, participando da experiência humana, invadindo o tempo, qual tabernáculo móvel, habitou entre os homens, com o propósito de lhes falar, não só por meio de deduções racionais, mas também “de coração”, com tato e com afetos (Hebreus 1:1,2).
Ele o fez por meio do Seu Filho Unigénito, previsto e preanunciado pelos profetas do Antigo Testamento, adorado e anunciado (proclamado) por aqueles que O viram e ouviram e com Ele conviveram e partilharam do pão e do cálice.
Estes homens e mulheres que o reconheceram como o Messias prometido por Deus, a Israel, receberam dele a Palavra transformadora, que traz vida (João 17:8).
Paulo, outro discípulo do Mestre, aprendeu a lição. Compreendeu a realidade de que o Evangelho era (é) o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Ele cria que é pela Palavra da fé que a vida do crente é alimentada e revigorada.
Por esta razão, antes da sua eminente morte, ao escrever ao seu aluno e amigo, o jovem pastor Timóteo, provavelmente a sua última carta registada, destacou o papel da Palavra na vida e no ministério deste jovem servo de Cristo. “Prega a Palavra...com longanimidade e doutrina”, disse Paulo.
Timóteo devia proceder dessa forma, visto que o propósito pelo qual toda a Escritura tinha sido dada era o de conduzir o crente ao equilíbrio e à maturidade espiritual que, por sua vez, resulta numa vida cheia de boas obra (2 Timóteo 3:16,17).
Segundo o apóstolo Paulo, a pregação bíblica (exposição) devia ocupar o lugar central no ministério de Timóteo. A autoridade para corrigir, para repreender, para exortar viria da própria Palavra.
Timóteo foi recomendado a pregar a tempo e fora de tempo, isto é, em todas as circunstâncias, aproveitando todas as oportunidades para confrontar as pessoas com o poder transformador da Palavra.
A espiritualidade cristã fundamenta-se na doutrina (ensino) das Escrituras. São elas que, quando compreendidas e obedecidas, irão influenciar a conduta e o comportamento do crente, levando-o a empenhar-se na realização de boas obras que, em última análise, traduzem o objectivo filantrópico imediato da nossa redenção (Tito 2:14).
Que o Deus da Palavra seja engrandecido por meio do nosso viver, fazendo de nós instrumentos vivos da Sua maravilhosa graça.
Soli Deo Gloria!
Pastor Samuel Quimputo
in Boletim nº 124
26 de Fev de 2012