“Assim, não sois
mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos
e membros da família da Deus” (Efésios 2: 19)
Uma das manifestações da graça e do cuidado de Deus
para com o ser humano, criado à Sua imagem e semelhança, é a instituição do
núcleo familiar, espaço sociopolítico onde os valores humanos são transmitidos,
os princípios de convivência são apreendidos, os afetos são experimentados e os
sonhos são estimulados.
É dentro do núcleo e do ambiente familiar que
descobrimos a nossa individualidade, assim como desenvolvemos a consciência da
dependência de outros e da interdependência humana.
Esta instituição matriz, paradigma de todas as
associações humanas, é de valor insubstituível na formação integral da
personalidade humana.
Não é sem razão que, nas Sagradas Escrituras, a
família, mais do que qualquer outra instituição humana, desempenha um papel
preponderante na construção, não só da consciência social, mas também da
própria cidadania responsável, que exalta Deus e respeita o próximo.
Se o agregado familiar é o espaço natural para
relacionamentos humanos mais sólidos, determinantes no desenvolvimento da
personalidade humana, a igreja, comunidade de crentes redimidos, unidos pelo
poder regenerador do Espírito Santo, é a expressão mais alta da
paternidade divina.
Nesta epístola aos efésios, Paulo revela um dos
mistérios divinos, que ao longo dos tempos esteve oculto, quando afirma que os
gentios, outrora longe de Deus e da promessa feita aos filhos de Israel, foram
aproximados de Deus, por meio da obra realizada por Cristo na cruz do Calvário
(Efésios 2:11-13).
Esta monumental obra realizada pelo Senhor Jesus, a
nossa paz e a causa primária da própria experiência de paz, vivida por todos
aqueles que foram redimidos pelo Seu sangue, derrubou a inimizade pecaminosa
que separava Israel dos gentios, com preconceitos de ambos os lados, estabelecendo
uma Comunidade de crentes, cujos componentes são comparados aos membros de um
corpo humano funcional (Efésios 2: 14,16).
O
poder unificador do sangue do Cordeiro de Deus, fez com que os gentios, antes estrangeiros (ou estranhos) e imigrantes, se tornassem
concidadãos de judeus crentes no Messias de Deus, isto é, “patrícios
espirituais” de todos os santos que viveram na dispensação da Antiga Aliança, e
que nesta qualidade de cidadãos celestiais, foram incluídos na família
sobrenatural de Deus (Efésios 2: 19).
À imagem de um agregado familiar natural, a Igreja
do Senhor Jesus deve constituir-se num núcleo de desenvolvimento espiritual multifacetado,
proporcionando a todos os seus membros as condições necessárias para afirmação
pessoal da sua cidadania divina e para o desempenho da sua função de sal e luz,
num mundo cada vez mais em trevas, e que carece da verdadeira paz que só Cristo
pode dar.
Que, como membros ativos da família de Deus, todos
nós vivamos de modo digno do nome daquele que nos salvou e nos integrou no Seu
núcleo familiar, onde reinam a fé e a santidade, a graça e o perdão, a
misericórdia e a paz, tudo fruto de vidas marcadas pela maravilhosa graça do
Pai.
Que os laços de amor, característicos de toda
família saudável, sejam uma evidência viva e constante nos nossos
relacionamentos.
Soli Deo Gloria!
Pr.Samuel Quimputo
Boletim 126
29 Abril 2012