VIDAS TRANSFORMADAS QUE EDIFICAM

“Portanto, cada um de vós agrade ao seu próximo, no que for bom 
para edificação” (Romanos 15:2)

O ser humano foi criado com uma necessidade espiritual que, mesmo depois do pecado e da consequente queda do primeiro casal, continua a pulsar no seu interior, fazendo dele um adorador nato.
O problema é que, quando o verdadeiro Deus não é reconhecido como tal, o coração humano, afetado pelo poder do pecado e pela ignorância espiritual que o carateriza, tem a tendência de criar para si deuses que consiga manipular e controlar.
Muitas vezes, o ser humano atribui a categoria de divindade àquilo que não entende, ou àquilo que lhe causa pavor e medo.
Contudo, mesmo diante destas confusões que revelam o estado (e a condição) espiritual da alma humana decaída, há uma clara evidência de que o homem continua a ser um “adorador nato” e um idólatra.
A essência do pecado reside no facto deste não reconhecer o seu Criador como Deus e, como resultado dessa atitude de indiferença e arrogância, não lhe prestar o devido e merecido louvor (Romanos 1: 18-23).
Uma das terríveis e mais evidentes provas da idolatria (isto é, culto ou adoração ao ídolo) é a chamada “egolatria”, a adoração do próprio adorador.
O egoísmo humano, com todo o seu “egocentrismo patológico”, faz com que, em princípio, os relacionamentos humanos tenham como primeira razão de ser, a própria satisfação , acima de qualquer interesse pelo bem-estar de outrem. Viver para o outro, buscando o seu bem, torna-se um desafio que exige de nós, contrariando a nossa própria natureza, um esforço suplementar.
A nova humanidade, criada pelo poder sacrificial do sangue do Senhor Jesus, é frequentemente desafiada a romper com o “padrão” do egoísmo que carateriza a nossa sociedade voltada para si e para os seus interesses.
Quase a terminar a sua magna Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo desafia os crentes em Roma a permitir que a sua forma de pensar seja, constante e progressivamente, transformada pelo poder do Espírito Santo, tendo a Palavra de Deus como meio instrumental dessa operação (Romanos 12: 1). Esse desafio, segundo o apóstolo dos gentios, devia implicar uma destemida rejeição dos padrões que governam o mundo alienado de Deus e estabelecidos pelo príncipe deste século, cuja principal caraterística  é a  auto satisfação (Romanos 12: 2). O exercício de uma cidadania equilibrada (Romanos 13) e o contributo de cada crente para uma convivência harmoniosa (Romanos 14), dentro da igreja local, devem constituir o objetivo de qualquer ministério bem sucedido.
No convívio pessoal de cada membro com os outros, Paulo exorta os Romanos (e, indiretamente, a todos nós) a promover o bem estar alheio. Cada crente é chamado e desafiado a contribuir para a edificação e o crescimento do seu próximo,  fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para, através da atitude, do comportamento, do apoio e do exercício do amor prático, beneficiar o irmão com tudo o que é agradável, útil e que promova o seu crescimento espiritual.
Para tal desafio, Paulo aponta  aquele que é o expoente máximo do altruísmo, o Senhor Jesus, que deu a Sua preciosa vida em favor de pecadores (Romanos 15: 3).
Que cada um de nós ponha em prática o ensino da Palavra  inspirada de Deus, servindo como agente da graça, na promoção de um ambiente de convívio cristão saudável, contribuindo para o crescimento de cada irmão que o Senhor colocou ao nosso lado, para juntos caminharmos rumo ao lar.
Soli Deo Gloria! 
Pr. Samuel Quimputo
Boletim nº 152
6julho2014