A PROFECIA E OS PROFETAS DE DEUS

(Deuteronómios 18: 28-32; 1 Reis 17: 1; 18:15; Joel 2: 28-32; Mateus 7: 15-20; Lucas 1: 67-80; Atos 2: 18)

Os profetas do Antigo Testamento foram pessoas que receberam uma chamada (no sentido de chamamento específico e único) de Deus. Com esta chamada, receberam, também, a mensagem a ser transmitida, de uma forma sobrenatural e pelo poder sobrenatural do Espírito Santo. Deus transmitiu a Sua Palavra através dos lábios e dos escritos dos profetas.
A profecia é, essencialmente, uma proclamação (pronunciamento, anúncio), embora envolva, também, a predição do futuro (preanúncio). Os profetas de Deus eram revestidos de poder pelo Espírito Santo, de modo que as suas palavras eram as palavras do próprio Deus (2 Pedro 1: 20,21). É por esta razão que as mensagens proféticas eram prefaciadas com a frase: “Assim diz o Senhor” ou “Ouvi a Palavra do Senhor!”.
Os profetas (em hebraico, nabhi’m) surgiram com o objectivo de reformar a religião de Israel. A sua missão era desafiar o povo de volta à adoração pura e à obediência a Deus. Eles não eram nem revolucionários nem anarquistas religiosos. A sua função era a de purificar e reformar o culto de Israel, levando o povo ao verdadeiro conhecimento do grande Jeová.
Outra característica dos profetas do Antigo Testamento era a sua acentuada preocupação em relação à justiça social e à integridade individual e sociocultural do povo. Eram, por assim dizer, a consciência do povo de Israel, agindo como promotores legais da aliança com Deus. Nesta função eles desafiavam e convidavam o povo ao verdadeiro arrependimento.
Os profetas eram chamados por Deus para serem os Seus porta-vozes.
Por outro lado, havia os falsos profetas que, em vez de transmitirem os oráculos divinos, transmitiam os seus próprios ideais, sonhos e opiniões, dizendo ao povo somente o que este queria ouvir. Contrariamente, os verdadeiros profetas eram frequente e severamente perseguidos e rejeitados pelos seus contemporâneos por se recusarem a comprometer a proclamação de todo o concelho de Deus.
De um modo geral, os livros proféticos são divididos em Profetas Maiores e em Profetas Menores. Essa distinção não se refere à maior ou menor importância dos profetas ou do conteúdo das profecias, mas ao volume dos seus escritos canónicos.
Os Chamados profetas maiores são: Isaías, Jeremias, Ezequiel, e Daniel. Os chamados profetas menores são: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
No Novo Testamento, embora encontremos referências acerca dos profetas, o ministério profético não ocupa um lugar de maior relevância como o era no Antigo Testamento.
Contudo, no início da era da Igreja (da nova aliança) houve profetas e profecias que assinalavam a plenitude dos tempos acerca da vinda de Cristo, o Messias de Deus, que viria da linhagem de Davi.
Os apóstolos do Novo Testamento possuíam muitas das características dos profetas do Antigo Testamento. A sua missão podia ser equiparado, em certa medida, à dos profetas de Israel.
Os apóstolos do Novo Testamento e os profetas do Antigo Testamento são constituem “o fundamento” sobre o qual a Igreja do Senhor seria edificada (Efésios 2: 20; 3:5; 4: 11-16).

(bases: Verdades Essenciais da Fé Cristã de R.C.Sproul e Grandes Doutrinas Bíblicas de Dr. Martyn Lloyd-Jones, Teologia Sistemática de George Eldon Ladd e Teologia Sistemática de Wayne Gruden).

Texto: Samuel Quimputo