“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais;...
eu e a minha casa serviremos ao Senhor”
A família constitui o núcleo de toda a estrutura da Sociedade Humana. Sempre esteve nos planos de Deus e sempre estará. Prova disso é o modo como o Criador começou a história da raça humana.
O sentimento de pertença está bem alicerçado no âmago da personalidade humana. Esta é a razão por que o Ser Humano se sente em desequilíbrio, quando os seus relacionamentos interpessoais entram em colapso.
A família é, como a própria história humana prova, a base sobre a qual o ser humano sustenta a sua identidade e absorve os valores fundamentais, pessoais e relacionais, que o irão marcar e influenciar ao longo da sua vida.
Famílias sólidas e com um elevado grau de equilíbrio nos relacionamentos interpessoais, tendem a proporcionar aos membros do seu agregado, recursos determinantes para a formação da sua personalidade e da sua formação cívica.
Famílias desequilibradas, com relacionamentos humanos frágeis, onde a insegurança e a desconfiança imperam, tendem a produzir cidadãos problemáticos, com imensas dificuldades em estabelecer e preservar relações humanas sólidas.
Satanás, o inimigo impiedoso da raça humana, conhece, como ninguém, o poder e a importância de uma estrutura familiar sólida. Mais ainda, conhece a força de uma família onde Deus é reconhecido como o centro e o valor supremo da existência da mesma. Esta é a razão pela qual tudo procura fazer, empenhando-se com todas as suas forças, na tentativa (e com muito sucesso nos dias que correm) de enfraquecer o núcleo familiar, usando agentes humanos que por meio da política, da filosofia, das ideologias vanguardistas e da pretensa psicologia naturalista, procuram relativizar o papel e o lugar da família na sociedade.
A delinquência juvenil, a indisciplina escolar, a inversão de valores, o desrespeito pelo próximo, o crescente (e alarmante) número de divórcios que ocorrem, os cada vez mais frequentes distúrbios psiquiátricos e comportamentais são, em grande medida, resultantes de desequilíbrios existentes no contexto familiar.
Portanto, é urgente que a Sociedade, de um modo geral (e cada um de nós em particular), ganhe consciência e envide todos os esforços na recolocação da família no seu devido lugar - o do núcleo estrutural da Sociedade Humana.
Como povo de Deus, cuja cosmovisão e perspectiva de vida se alicerçam nas Escrituras, devemos esforçar-nos na manutenção da coesão das nossas famílias.
Contudo, convém dizer que, embora tudo deva ser feito para a preservação da coesão familiar, destacando o seu papel fundamental no equilíbrio psicológico e social das pessoas, o elemento preponderante é, sem dúvida, a visão familiar centralizada em Deus, onde tudo é feito não somente para promover a unidade e o valor da família, mas, e sobretudo, para manifestar a glória de Deus.
Josué, o grande líder que substituiu Moisés na introdução do povo de Israel na terra prometida, desafiou os seus contemporâneos a fazer uma escolha.
Depois de os ter exortado a abandonar a idolatria herdada dos seus progenitores, Josué desafia-os; pede ao povo que faça uma escolha.
O que torna a exortação e o desafio de Josué particularmente exemplares é que ele já tinha feito uma escolha sábia. E o interessante é que esta escolha foi feita no contexto familiar. “Eu e a minha casa”, disse Josué. Ele sabia que o que dá maior significado à vida familiar é a presença (desejada e invocada) daquele que é o arquitecto por excelência da próprio núcleo familiar.
Uma família, por mais bem estruturada que seja, se Deus não estiver no centro do seu viver e das suas prioridades, carecerá de força e de bênção.
“Eu e a minha casa (família) serviremos ao Senhor”. Que confissão sábia! Que convicção inabalável! Queira Deus dar-nos uma visão tão sábia sobre a fé e sobre a família como esta de Josué.
Soli Deo Gloria!
Boletim nº 102
25 Abril 2010