“Quanto
a mim, longe de mim pecar contra o Senhor, deixando de interceder por vós; eu
vos ensinarei o caminho bom e direito”
Teoricamente, todos os crentes reconhecem o valor e
a importância da oração na espiritualidade cristã. Ninguém pode negar o
incontestável facto de que a oração é, a par das Escrituras Sagradas, o
instrumento por meio do qual o Espírito Santo realiza o Seu ministério da
edificação da igreja do Senhor Jesus, derramando bênçãos sem medida, no seio do
povo de Deus.
Embora o ministério da oração seja, infelizmente, um
dos mais negligenciados por um grande número de crentes, ele continua a ser o
elemento sustentador da “saúde” espiritual individual e coletiva dos crentes, e
um infalível indicador da maturidade espiritual de cada cristão.
Afortunadamente, é por meio e pela experiência da
oração que Deus manifesta a Sua graça e se revela, de um modo mais íntimo, aos
seus servos, proporcionando-lhes uma sensação de proximidade e de afeto
singulares.
Um dos resultados de uma vida de oração é o
intenso desejo de envolver outros irmãos no ambiente da intimidade e da
“bendita hora” de oração.
Com a consolidação da prática e da experiência de
uma vida de oração, o peso dos problemas e das necessidades dos outros
torna-se nosso, interferindo nas nossas emoções mais profundas.
Uma das personagens bíblicas que mais aprendeu o
valor da oração, e por isso também experimentou os resultados do seu poder, foi
Samuel.
Desde muito cedo, Samuel aprendeu com os seus pais o
valor insubstituível da oração. Ana e Elcana formavam um par de servos que
cultivava uma espiritualidade equilibrada, banhada pela oração e pela devoção.
A Bíblia não só menciona Ana como uma mulher que
orava e derramava o seu coração diante de Deus, mas também regista uma oração
específica, feita por ela, na qual percebemos tanto a sua teologia como o seu
estado de espírito (1 Samuel 1: 10,11; 2: 1-10).
Além do mais, Ana e Elcana, como verdadeiros devotos
que eram, anualmente viajavam de Rama até Siló, onde Eli servia como sacerdote,
para adorar e oferecer sacrifícios ao Senhor (1 Samuel 1:3; 2: 19).
A vida de Samuel foi marcada pela oração (não fosse
ele próprio produto das orações da sua mãe), de tal modo que essa experiência
de vida se tornou notória em todo o Israel. Com muita frequência, Samuel era
solicitado a interceder pelo povo quando este passava por aflições (1 Samuel12:19).
Com base em todo esse pano de fundo, não admira que
a não intercessão em favor do povo fosse considerado, por ele, como algo
pecaminoso perante Deus (1 Samuel 12: 23).
Para este servo do Senhor, a experiência de oração
era vista como algo prioritário no aprofundamento da sua intimidade com Deus, e
como meio instrumental na edificação dos seus irmãos e compatriotas.
Enquanto ensinava o povo à retidão, estimulando-o ao
serviço e ao temor do Senhor, Samuel comprometia-se a não deixar de orar e de
interceder pelo povo. Para ele, o ministério de intercessão representava um
imperativo espiritual e devocional na sua própria vida.
Samuel tinha a certeza de que aqueles que se
dedicavam ao ministério da oração, eram os verdadeiros sustentadores da
espiritualidade comunitária.
Que o Senhor desperte os nossos corações para a
prática deste exercício espiritual de valor incalculável, que é a oração
intercessora.
Soli Deo Gloria!
Pr. Samuel Quimputo
Boletim 129
29Julho2012