FEZ-SE HOMEM PARA NOS TORNAR FILHOS DE DEUS

“Mas, vindo a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” 

O Cristianismo histórico e bíblico é uma fé baseada em factos, pré-anunciados pelos profetas e com magistral exatidão, muito antes da sua concretização.
Importa salientar que estes factos históricos, que consolidam e fundamentam a fé cristã, envolvem o sobrenatural, isto é, a intervenção direta de Deus, acima de qualquer explicação humana e racional; o que quer dizer que o Cristianismo bíblico é uma fé baseada na ação divina, onde o Eterno Deus invade o tempo, e o sobrenatural penetra e condiciona o natural e realiza a Sua soberana vontade.
Um dos factos mais marcantes da teofania na História da Humanidade foi, sem sombra de dúvida, a encarnação do eterno Filho de Deus, cuja conceção e nascimento se traduzem no mais elevado mistério, e revelam a intervenção do Todo-poderoso na esfera da Sua Criação (Romanos 8: 3; 1 Timóteo 3:16).
Esta facto, predito pelos profetas séculos antes, consumou-se na plenitude dos tempos. O que significa que, tal como o pai humano determina o tempo do filho atingir a maioridade e sair da tutela do aio (pedagogo, do grego paidagw-gos), a vinda do Filho de Deus foi predeterminada, por decreto divino, pelo seu Pai. Foi o tempo (cronos, do grego cronos) exato, o momento ideal para a apresentação do Emanuel ao mundo.
Ele veio em carne, adquirindo a Sua natureza humana de Maria, sua mãe. Esta conceção misteriosa fez com que o eterno Filho de Deus - uma única pessoa preexistente - possuísse duas naturezas.
Por que é que o eterno Filho de Deus penetrou o tempo e nasceu como uma criança, em Belém?
A Bíblia, a única fonte segura, responde com clareza afirmando que Jesus veio ao mundo, em forma humana (nascido de mulher) e sob a lei (isto é, em submissão e obediência às suas exigências, em nosso lugar), para:

1º - Remir os que estavam debaixo da lei (v. 5)
Ele veio para nos resgatar e libertar da maldição da lei (3:13), visto que um homem livre ao constituir-se fiador redime o escravo. E segundo o ensino das Escrituras, todos os descendentes de Adão são escravos e estão sob o domínio do pecado, cuja força se encontra na lei (1 Coríntios 15:56). Por isso, Cristo decidiu “cumprir a lei a fim de obter isenção para nós” (João Calvino).
Portanto, embora a lei seja santa e boa, ela já cumpriu em nós o seu mais nobre propósito, o de revelar a nossa fraqueza e conduzir-nos a Cristo (Gálatas 3:24).

2º - Tornar a nossa adoção uma realidade (v. 5)
A vinda do Filho de Deus em forma humana proporciona, a todos os que nele depositam fé, o privilégio de se tornarem filhos de Deus (João 1:12,13). Essa adoção resulta da implantação do Seu Espírito em cada um dos remidos. O espírito dos crentes, vivificado pelo poder regenerador do Espírito Santo, recebe força e vigor para, com ousadia e com confiança, se aproximar do Santo Deus e chamar-lhe Abba Pai (Romanos8:15)
A encarnação do Filho de Deus, e tudo o que dela resulta, é a proclamação inequívoca da mais sólida esperança de libertação que o Homem pode usufruir. A encarnação, portanto, é a Boa-Nova em que o Filho de Deus se faz Homem, a fim de que os homens sejam adotados e feitos filhos de Deus.
Celebremos o Natal, agradecendo a Deus que nos amou e nos deu o maior e mais precioso presente de sempre: o Seu amado Filho. 
Soli Deo Gloria!       
        Pastor Samuel Quimputo
Boletim  nº 133
25 novembro 2012