“E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” (Atos 6: 7)
Vivemos num tempo de mudanças rápidas e constantes que, muitas vezes e de várias maneiras, não nos permitem desfrutar e “digerir” as novidades durante um período de tempo relativamente suficiente para as desfrutar e “digerir”. Quando começamos a habituar-nos ao que nos é apresentado como a solução mais eficaz para satisfazer as necessidades do momento, eis que surge, algures, outra notícia da última novidade, enfeitada com o mais sofisticado knowhow publicitário, capaz de convencer até o mais cético dos consumidores. O resultado desse tipo de “amor pela novidade” afeta negativamente a nossa capacidade de admirar o durável, de apreciar o que permanece e de nos deixarmos encantar pelo eterno, tornando-nos presas fáceis de um pragmatismo compulsivo, promovido e incentivado pelos “vendedores da última novidade”.
A Igreja dos nossos dias, formada (como é óbvio) por pessoas do nosso tempo, sujeitas à pressão e à persuasão dos media, tem vindo a tentar adaptar-se ao “curso natural deste mundo”, onde o desejo de mudanças rápidas se destaca como a mais relevante das marcas da sua identidade.
Contudo, qualquer igreja que queira prosperar na sua missão de ser sal e luz, numa sociedade desequilibrada e em crise de identidade própria, deve permanecer firme, mantendo-se inabalável sobre o alicerce colocado pelos apóstolos, cuja pedra principal é o próprio Senhor Jesus (Efésios 2:20; 1 Pedro 2:4,5).
Embora as mudanças façam parte de qualquer processo de desenvolvimento natural de um organismo vivo, elas devem ser promovidas e sustentadas pelo poder transformador do Espírito Santo, que opera no interior da alma, e devem apoiar-se nas claras orientações da Palavra revelada de Deus.
Quando a Palavra é exposta fielmente no seio da igreja reunida, ela exerce uma influência reguladora de todo o contexto de culto, permitindo que o Espírito Santo atue, com poder e liberdade, em cada congregado, proporcionando a todos um excelente ambiente de bem-estar e de crescimento saudável.
É a mudança produzida pela influência da pregação biblicamente alicerçada que faz com que as igrejas sejam formadas de verdadeiros discípulos do Senhor Jesus, cujas vidas revelam sinais inequívocas da obra graciosa de transformação contínua, que o Espírito Santo, cuidadosamente, vai realizando no seu interior.
Concluímos, pois, que a mudança legítima e sustentável que deve ocorrer na igreja do Senhor Jesus (e na vida de cada crente) é aquela que resulta da operação realizada pelo Espírito Santo, por intermédio da exposição clara e fiel das Escrituras. Esta mudança é a verdadeira marca que carateriza os seguidores de Cristo, cujas vidas revelam fé e graça.
Soli Deo Gloria!
Pr. Samuel Quimputo
in boletim da igreja 142
1 de setembro 2013