OS OFÍCIOS DO SENHOR JESUS (continuação)

2. CRISTO – O SACERDOTE
Como temos vindo a salientar, o Senhor Jesus, na qualidade de Mediador, daquele que se posiciona entre Deus e os homens, exerce a Sua missão e mediação por meio de três funções (ou ofícios) principais, que são: Profecia, Sacerdócio e Reino.
Como vimos, temos necessidade de um Profeta por causa da nossa ignorância espiritual, visto que o pecado, com o seu poder tenebroso, cegou o entendimento da humanidade, levando-a a uma insensibilidade espiritual mortal (Efésios 4: 17-17).
O Profeta é aquele que é o porta-voz de Deus diante dos homens; é o meio pelo qual Deus fala ao seu povo. É o Seu representante autorizado diante dos homens.
Se por um lado precisamos de um Profeta, por outro, temos a necessidade de um Sacerdote, alguém que nos representasse diante de Deus; alguém que vai a Deus da parte dos homens. Precisamos, portanto, de alguém que nos liberte, não só do pecado, mas também da culpa e de todas as consequência que ela traz consigo.
Um dos textos mais expressivos acerca do ministério de um sacerdote, encontra-se em Hebreus 5: 1-5, visto que esta epístola teve como finalidade, entre outras coisas, revelar e provar a preeminência da pessoa do Senhor Jesus, especificamente, sobre o ministério sacerdotal de Arão.
Precisamos de um Sacerdote porque é necessário que sejamos libertos da culpa do pecado. Necessitamos de alguém que possa compadecer-se de nós e comparecer diante de Deus por nós, em nossa defesa. Por isso, o Senhor Jesus Cristo teve que assumir a função de Sumo-Sacerdote (Hebreus 4: 15).
Não é possível entender a verdadeira mensagem da Bíblia, e particularmente do Novo Testamento, sem antes compreender o ministério sacerdotal do Senhor Jesus, isto é, compreender a doutrina do sacrifício expiatório. A expiação é a linha divisória entre uma teologia verdadeiramente bíblica e apostólica e aquela que traz consigo elementos novos, e muitas vezes, alheios ao ensino apostólico.
O sacerdócio do Senhor Jesus é “uma espécie de tipo do qual Cristo mesmo é o antítipo”, isto é, a essência de algo e aquilo que ele próprio representa.
Qual é, então, a natureza e a função de um sacerdote? Segundo Hebreus 5, o sacerdote é alguém que:
a) devia ser tomado entre os homens a fim ser seu representante (v. 1)
b) seria escolhido e designado por Deus (v. 4);
c) agiria no interesse dos homens, nas coisas pertencentes a Deus (v. 4);
d) teria que oferecer sacrifícios pelos pecados (v. 1). 
Um outro requisito, dos mais importantes, tinha a ver com a própria pessoa do sacerdote. Requeria-se que sacerdote fosse santo, isto é, separado para Deus e para as coisas de Deus; alguém moralmente puro e consagrado ao Senhor (Levítico21: 6- 8).

A função do sacerdote era, basicamente, a da mediação que consistia em duas coisas principais:
- Fazer propiciação por meio de sacrifícios e;
- Interceder a favor do povo.

A propiciação quer dizer “aquilo que satisfaz as exigências da santidade violada, isto é, a santidade de Deus” (Romanos 3: 24; 1 João 2:2). O sacerdote faz propiciação, oferecendo ofertas e sacrifícios, visto que o sangue “cobre” o pecado. Propiciar, portanto, significa satisfazer as exigências pela santidade divina violada. Por sua vez, expiar significa extinguir a culpa; “quitar” a pena, fazer reparação por algo. E tudo isso leva, necessariamente, à reconciliação, que quer dizer estabelecer um acordo (Gálatas 1: 4); literalmente, significa “o que é da mesma opinião.
Isso leva-nos a um ponto mais alto, no qual iremos enfatizar três aspectos principais acerca do Senhor Jesus, como nosso suficiente Sacerdote.

(bases: Verdades Essenciais da Fé Cristã de R.C.Sproul, Grandes Doutrinas Bíblicas de Dr. Martyn Lloyd-Jones, Teologia Sistemática de George Eldon Ladd, Teologia Sistemática de Wayne Gruden)

Pastor Samuel Quimputo