“Temos, assim, tanto mais confirmada a Palavra
profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar
tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em nosso coração”
(2
Pedro 1: 19)
O pragmatismo
reinante na nossa sociedade atual, caraterizado pela obtenção rápida e imediata
de resultados, faz com que a nossa perspetiva da vida, assim como a nossa cosmovisão
sejam sustentadas, fundamentalmente, pela experiência. Isto é, o que recebe (ou
deve receber) maior relevância na vida é aquilo que sentimos e não o que
pensamos acerca das causas ou consequências de tais sensações,
independentemente do seu valor intrínseco.
Se os resultados
imediatos estão à vista, se a maioria está de acordo, se a experiência nos
transmite uma sensação agradável, então, pensar sobre a razão de ser daquilo
que experimentamos ou nos resultados a médio ou longo prazo, torna-se um
exercício mental de pouca relevância, quando não, um desperdício de tempo e de
energias.
Na experiência
religiosa, de um modo geral, ou na fé cristã, em particular, tem havido uma
ênfase, cada vez mais gritante, na sobrevalorização da experiência em
detrimento da compreensão refletida das verdades que, à partida, devem
caraterizar, qualificar e orientar a nossa experiência de fé (ou religiosa, se
quisermos).
O crente é,
muitas vezes, estimulado a amar a Deus num envolvimento total da sua
personalidade, isto é, emocional, psicológica e mentalmente, de um modo
dinâmico (Deuteronómio 6:5; Marcos 12:30; Lucas 10: 27a). Nessa relação
de amor obediente, o crente é transformado, num processo progressivo de
mudanças que afetará todas as suas faculdades e aptidões pessoais.
Uma fé
simplesmente pensada e não experimentada, emocionalmente, é uma espécie de
estoicismo, que à primeira vista parece valente e destemida, mas logo revelará a sua vacuidade. Por outro
lado, uma experiência de fé
fundamentalmente estática é equivalente a um espiritismo bruto e que roça a
irracionalidade.
Perante esta
realidade reinante nos nossos dias, que exalta e “adora” o pragmatismo e a
experiência imediata, temos o dever de (re)destacar o valor da Educação
Teológica nas nossas Igrejas e Centros de formação cristã, afastando, com
determinação, a ideia de que o lugar para esta formação se deve circunscrever a
um Seminário ou a um Instituto Bíblico.
Sem dúvida, há um
benefício incalculável quanto à existência de tais instituições, onde muitos
servos do Senhor adquirem a sua formação cristã mais profunda (Graças a Deus
por isso!) Contudo, a Educação Cristão (ou Formação Teológica) deve ser um desafio
constante para todas as igrejas, em geral, e para cada crente, em particular.
Nesse processo de
formação, a Palavra escrita deve ocupar, por mérito próprio, o lugar
central. Por outras palavras, a educação cristã que procura orientar a
vida cristã deve encontrar, necessariamente, a sua fundamentação na Verdade,
que é a Palavra inspirada de Deus.
A experiência é
importante, na medida em que faz parte dos resultados produzidos pela
compreensão, ou melhor, pela aprendizagem. Mas, como os factos o comprovam,
muitas vezes as sensações revelam-se
enganosas.
Pedro e os outros
discípulos tiveram muitas experiência, foram contemplados com fenómenos
sobrenaturais extraordinários. Contudo, a Palavra da profecia
sempre foi o pilar que sustentou a compreensão e a validade das suas
experiências. É a palavra que deve coordenar e regular a vida cristã.
Louvemos ao
Senhor pela Sua Palavra bendita. Soli Deo Gloria!
Pr.
Samuel Quimputo
Boletim 147
26 janeiro 2014