“ Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: “sejam férteis
e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar,
sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra”
(Génesis
1: 27, 28)
Segundo o claro
ensino das Sagradas Escrituras, o homem foi criado à imagem do seu Criador,
isto é, comunga e partilha certas
caraterísticas pessoais, morais e espirituais com aquele que o criou de um modo peculiar,
diferenciando-o do resto de todos os seres vivos criados sobre a terra.
É com muito pena
que observamos o facto de, em grande medida, o homem ser essencialmente
comparado aos demais animais, fazendo dele nada mais do que um mero animal que,
por meio de um processo puramente aleatória, atingiu alguma maturidade pessoal
e desenvolveu uma complexidade orgânica.
Embora seja
evidente que o ser humano partilha de algumas semelhanças físicas e bioquímicas
com os demais seres vivos, tais como: mateis, sais, gases, compostos químicos,
etc., a verdade é que estas caraterísticas não circunscrevem nem delimitam a
profundidade da essência do seu ser. O homem é muito mais que um mero
aglomerado de células ativas, de fluidos orgânicos, telecomandados por
uma imparável sequência de curtos circuitos nervosos em constante atividade.
Á Bíblia valoriza
o aspeto físico e material do homem, ao ponto de prometer a redenção do corpo
para um estado de glorificação final (Romanos 8: 23). Apesar de tudo, as
Sagradas Escrituras continuam a destacar a sua semelhança com o Criador e não a
que partilha com os animais.
Entre as bênçãos
recebidas da parte do que o Criou, o homem foi ordenado a dominar sobre o resto
da criação; ele deve assumir o seu papel de gerente, de governador responsável,
capaz de administrar com sabedoria e empenho tudo o que foi colocado sob a sua
gerência.
Possuindo um
estatuto de superioridade em relação a tudo o que foi criação, o homem recebeu
esta incumbência de gerir, com inteligência e tato, tudo o que o rodeia e que
foi posto sob o seu governo.
A bênção de ser
fecundo, de encher a terra com uma ampla descendência de adoradores e de
exercer domínio sobre os outros seres vivos criados, traz consigo um elevado
grau de responsabilidade, visto que qualquer que seja a qualidade da gerência
exercida, o homem terá que prestar contas ao seu Criador, àquele que por
direito próprio é dono e Senhor de tudo.
A mordomia pode
ser exercida através do bom uso das faculdades pessoais com que o homem foi
dotado, o que implica uma boa e saudável capacidade de gerir os dons
pessoais, quer mentais, quer emocionais, quer morais, quer espirituais; de usar
os recursos materiais colocados ao seu dispor; de proteger o meio físico e
ambiental; de fazer uma sábia e correta distribuição dos bens materiais com os
seus semelhantes.
Embora o tempo
não seja uma grandeza possível de gerir, o homem pode, mesmo assim,
gerir as suas atividades de modo a que o tempo seja bem aproveitado.
Que o Senhor da
criação nos dê a consciência de que, embora a bênção e os privilégios da nossa
nobre missão de mordomia sejam uma realidade, não passamos de meros mordomos,
cuja responsabilidade é gerir os dons e os recursos que o Senhor nos confiou
para equilíbrio e bem-estar de toda a criação.
Busquemos todos a
sabedoria vinda do alto, a fim de sermos administradores competentes e mordomos
fiéis daquele que tanto nos amou e nos criou para a honra e exaltação do Seu
santo nome.
Soli
Deo Gloria!
Pr.
Samuel Quimputo