João 19:1-42 – Condenação de Jesus, sua crucificação, morte e sepultamento
Depois de Pilatos ter declarado Jesus inocente (18:38), ainda o mandou a Herodes para melhor se escudar na sua decisão (Lucas 23:7). Mas este limitou-se a ouvir Jesus e humilhá-lo, mandando-o de volta a Pilatos. Pelo que este o açoitou e entregou aos soldados, que ainda mais o humilharam, esbofeteando-o, espancando-o, colocando-lhe uma coroa de espinhos na cabeça e vestindo-lhe um mando de púrpura. Com sarcasmo, Pilatos ainda disse à multidão dos seus acusadores: “Eis aqui o homem!” Sem saída possível, ainda ousou oferecer-lhes Barrabás em troca. Mas, os principais sacerdotes e os seus guardas, gritavam ainda mais alto: “Crucifica-o, crucifica-o”. Depois de falhadas todas as suas tentativas para o libertar, perante a insinuação de traição – “Se soltas este não é amigo de César” – Pilatos acabou por entregá-lo para ser crucificado.
Nós sabemos que a crucificação do Senhor Jesus Cristo foi o clímax da história da redenção, do plano da salvação de cada um de nós. Foi pelo seu grande amor que Deus enviou o seu Filho “para ser a propiciação pelos nossos pecados” (1 João 4:10). Mas, se a cruz foi a expressão suprema do amor de Deus, ela foi também a expressão final da depravação humana. Jesus suportou toda esta maldição por causa de nós, por amor de nós (Hebreus 12:3).
A crucificação de Jesus Cristo e seus contornos (19:17-27) é-nos aqui descrita em termos de sublimidade divina, com detalhes que apontam para o cumprimento das profecias do Velho Testamento. Jesus carregou a sua cruz até ao Calvário, sofreu a forma mais vergonhosa e horrível de punição e execução, mas a sua cruz recebeu o título da condenação de quantos lhe forçaram a morte: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”. Jesus Cristo é realmente “o Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19:6), e “ao nome de Jesus se dobrarão os joelhos de todos os que estão nos Céus, na terra e debaixo da terra, e toda a língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus o Pai” (Filipenses 2:11,12).
O Senhor Jesus, que só com os outros se preocupava, até na cruz revelou o altruísmo e generosidade do seu amor tão grande. O modo como, na sua dor agonizante, confiou sua mãe ao discípulo amado, impressiona e comove o mais duro coração (vs. 25-27). E, cumpridos todos os desígnios do seu infinito amor por nós, nas últimas horas da agonia da cruz, ainda disse: “Tenho sede”, “está consumado”, “Pai, nas tuas mãos entrego e meu espírito”. Neste clamor final da missão cumprida está a manifestação do conhecimento e controlo sobrenatural de tudo em sua vida, até na morte, a alegria infinda da missão cumprida, a expressão suprema da sua infinita compaixão por nós.
O vencedor da própria morte foi sepultado, mas por pouco tempo. Assim como mostrou o seu poder divino sobre a morte, no controlo de todos os detalhes e na sequência das sete palavras que foi pronunciando, assim também controlou as circunstâncias do seu sepultamento, que foi cumprido antes que o Sábado começasse. José de Arimateia providenciou o sepulcro e “retirou o corpo de Jesus”. Nicodemos levou “cerca de trinta e quatro quilos de um composto de mirra e aloés”. E “Os dois o envolveram em faixas de linho, com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento”.
Curvemo-nos, irmãos, e demos glória ao Senhor Jesus.
Pastor Manuel Alexandre Júnior