A OMNIPOTÊNCIA DE DEUS

No estudo anterior abordámos a doutrina da auto-existência de Deus. Esta doutrina deve conduzir-nos, logicamente, ao estudo do poder desse mesmo Deus que existe por Si, independentemente da Sua criação.
Para entendermos as implicações da doutrina da omnipotência de Deus, faz-se necessário reflectirmos sobre duas questões de interesse puramente racional.
Deus pode criar uma pedra tão grande que não seja capaz de movê-la?
O que é que acontece quando uma força irresistível se choca contra um objecto inamovível?
Quando analisamos estas duas questões, sobretudo a segunda, temos a sensação de que a nossa mente não consegue oferecer, de imediato, uma resposta plausível e satisfatória; isto porque os elementos que compõem a questão parecem contraditórios.
Podemos conceber uma força irresistível. Podemos, igualmente, conceber um objecto inamovível. O que não podemos conceber é a coexistência dos dois simultaneamente.
Contudo, o dilema que nos é colocado é falso. É falso porque é construído sobre uma premissa falsa, embora pareça verdadeira.
Muitas vezes, supõe-se que “omnipotência” significa que Deus pode fazer qualquer coisa. Contudo, como termo teológico, omnipotência não significa que Deus pode fazer qualquer coisa.
A Bíblia indica várias coisas que Deus não pode fazer: mentir (Hebreus 6:18); morrer (I Timóteo 1:17; 6:16), tentar (Tiago 1:13), etc. Deus não pode ser eterno e criado, ao mesmo tempo; não pode agir contra a Sua própria natureza; não pode ser Deus e não sê-lo ao mesmo tempo e na mesma relação.
O que a Omnipotência realmente significa é que Deus mantém o poder absoluto sobre a Sua criação. Nenhuma parte da criação está fora do alcance e da abrangência do Seu controle soberano