O CAMINHO DA SALVAÇÃO

           

 

O CAMINHO DA SALVAÇÃO 


Em Mateus 7.13, 14, o Senhor leva o Sermão do Monte ao seu clímax evangelístico com um apelo incisivo e urgente. O evangelho exige uma resposta. Cada um tem de fazer uma escolha - uma escolha que as Escrituras apresentam de diversas maneiras (veja Dt 30.19; Js 24.15; 1 Rs 18.21; Jr 21.8). O Evangelho de Jesus Cristo é algo que requer uma decisão e um compromisso. É uma decisão com implicações contínuas e consequências eternas. O próprio Jesus coloca-Se no centro do destino de cada pessoa e exige que se faça uma escolha deliberada entre vida ou morte, céu ou inferno. 


Se o seu interesse por Cristo for puramente intelectual, que nunca afecta a sua maneira de viver, então o Novo Testamento só terá a dizer-lhe que não ainda não é um salvo. Entrar por este caminho significa seguir nas pisadas do Senhor Jesus Cristo. Este é um convite para que vivamos conforme Ele viveu; é um convite para que nos tornemos cada vez mais parecidos com Ele; sobre cuja vida podemos ler nos Evangelhos.


Aqui, para concluir tudo o que disse no Sermão do Monte, o Senhor exige que cada um escolha entre seguir o mundo pela estrada fácil e bem trilhada, ou segui-Lo pelo caminho estreito. Têm-se duas portas, a estreita e a larga; dois caminhos, o espaçoso e o apertado; dois destinos, a vida e a destruição; e dois grupos, o minoritário e o majoritário. As opções são claras. Ele exige uma decisão. Estamos numa encruzilhada, e cada pessoa precisa escolher que caminho irá seguir (MacArthur, 2008).


DUAS PORTAS

A “porta” aponta para a escolha que uma pessoa faz nesta presente vida, seja ela boa ou má.  “Entrai pela porta estreita”, diz Jesus, usando um imperativo que denota um senso de urgência, a exigência de uma acção ou resposta agora. Não é suficiente que se fique a apreciar a porta — é preciso entrar.


É também importante que se entre pela porta certa. Só há uma porta que dá passagem para o caminho estreito. Jesus disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo” (Jo 10.9) e “O que não entra pela porta… é ladrão e salteador” (Jo 10.1). “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”, disse, em João 14.6. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). “Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5). Cristo é a porta. Ele é o caminho. Não existem outros caminhos para o céu. 


Jesus ensinou-nos que é o único caminho para Deus, e, portanto, não podemos acreditar que há outros caminhos sem traí-lo (Sproul, 2017). A única outra escolha possível é a errada. Não há meio-termo, nenhuma terceira alternativa. As opções de escolha são simples e claras. Jesus barra o sincretismo complacente da nossa cultura humanista, relativista e pluralista (Stott). Não há várias religiões verdadeiras; há tão-somente uma. E, assim, existem apenas duas opções: a verdadeira e a falsa, a certa e a errada, a de Deus e a dos homens. 


Não entrar pela porta estreita significa que já nos encontramos no caminho espaçoso. A resistência passiva é resistência; e, se não estamos do lado de Cristo, então estamos contra Ele. Não há alternativa. Ou tomamos o caminho estreito, ou já estamos no caminho largo e espaçoso (Lloyd-Jones, 2017).


Todos nascemos naquele caminho largo e espaçoso. As Escrituras ensinam-nos claramente que todos nascemos neste mundo “mortos em delitos e pecados” (Ef 2.1). Nenhuma pessoa, através de suas próprias obras, é capaz de salvar a si mesmo; a sua retidão não passa de “… trapo da imundícia…” (Is 64.6). A salvação não é um sistema de méritos, onde homens e mulheres trabalham para conquistar o favor de Deus. Ninguém jamais poderia realizar suficientes boas obras para ser aceitável aos olhos de Deus (Rm 3.10–18). A lei de Moisés foi dada para mostrar-nos quão pecadores e desobedientes nós realmente somos (Rm 3.20). Mas Deus, por sua graça, declara justos os crentes ao imputar-lhes a justiça de Cristo (Rm 3.21–24). 


Portanto, não salvo a mim mesmo através do acto de entrar pela porta estreita; mas, ao fazê-lo, estou anunciando o facto que fui salvo. O único indivíduo que entra pela porta estreita é aquele que já foi salvo; as únicas pessoas que estão caminhando pelo caminho apertado são aquelas que já foram salvas. Doutra sorte, não estariam ali. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus…” (I Co 2.14). “o pendor da carne é inimizade contra Deus…”, e, por isso mesmo, é contrário ao caminho estreito. Este pendor “… não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm 8.7). Por conseguinte, nenhum ser humano, conforme ele é em si mesmo, haverá jamais de preferir entrar pela porta estreita, porquanto, para ele, isto parece loucura (Lloyd-Jones, 2017).


O Senhor Jesus diz que a porta certa é estreita. Ninguém entra no reino de Cristo como parte de um grupo. “Muitos judeus baseavam a sua esperança de entrar no céu em sua linhagem nacional, tal como muitos frequentadores de igreja em nossos dias baseiam sua esperança eterna no facto de estarem afiliados a uma denominação, ou pertencerem a uma família cristã, ou por serem membros de uma igreja local” (MacArthur, 2008). Aqui, Jesus refuta estas ideias. A salvação é intensamente pessoal. Não adianta ter nascido em lar cristão, ou pegar uma boleia na fé do cônjuge. Crer é um acto individual.


Não é fácil entrar pela porta estreita. Lucas 13 registra que, enquanto Jesus ensinava nas aldeias, alguém Lhe perguntou: “Senhor, são poucos os que são salvos?” (v. 23). A sua resposta contradiz a pregação da fé-fácil moderna: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (v. 24). “A palavra grega para ‘esforçai-vos’ é agōnízomai, que indica uma luta agonizante e intensa. Trata-se da mesma palavra usada em 1 Coríntios 9.25, referindo-se ao atleta que se esforça por alcançar a vitória. Também é usada em Colossenses 4.12, ao falar do labor intenso de Epafras, e em 1 Timóteo 6.12, referindo-se ao cristão que ‘combate o bom combate da fé’ (Louw & Nida, 1996:495; Stauffer, 2013:23-24). Trata-se de uma luta de esforço extremo. Jesus disse, em Mateus 11.12: “o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11.12). Lucas 16.16 diz: “Vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele”. Pedro escreveu: “E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador?” (1 Pe 4.18).


O caminho estreito envolve constrangimento e dificuldades (At 14.22). Portanto, a apresentação de uma imagem otimista da vida cristã, que minimiza que ela está cheia de dificuldades não segue a orientação de nosso Senhor ou de Seus apóstolos (Fp 1.29, 30)Não é possível encaixar isto no conceito moderno de que é fácil ser salvo. “Porque estreita é a porta… e são poucos os que o encontram” (Mt 7.14). A menos que a pessoa esteja procurando diligentemente pela porta, provavelmente não saberá que ela está lá (Jr 29.13). Não se pode acomodar a mensagem de Jesus a qualquer forma barateada de graça ou fé-fácil. O reino não é para pessoas que querem Jesus sem qualquer mudança de vida. É tão-somente para aqueles que o buscam com todo o coração, para os que agonizam por entrar. Muitos dos que se aproximam da porta acabam voltando ao considerarem o preço. 


Para que alguém não venha a dizer que isto é salvação por esforço humano, é bom lembrar que é somente a capacitação da graça divina que habilita a pessoa a passar pela porta (veja Fl 2.13). É no quebrantamento de um arrependimento concedido por Deus, na pobreza de um espírito humilde divinamente moldado, que o poder de Deus torna-se a fonte de recursos. As boas novas são que, apesar da porta ser estreita, é suficientemente larga para passar “o principal dos pecadores” (1 Tm 1.15).


Para aqueles que preferem o caminho das facilidades, a porta espaçosa deverá ser mais atraente. Qualquer um pode passar sem ter de se livrar da auto-justiça, do orgulho e até mesmo do pecado. Esta porta é tão ampla que uma multidão pode entrar toda de uma vez, e ainda restará muito espaço para outros. Todavia, não há salvação para os que escolhem esta porta.


A salvação requer transformação total: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). O pecado, o egoísmo e os prazeres do mundo são substituídos por coisas novas. Este é o detalhe principal da salvação; ela produz uma vida transformada. 


Para “o novo homem em Cristo” há alegria indizível e cheia de glória (1Pe 1.8; Fp 2.17; 3.1; 4.4). Os “poucos” que entraram pela porta estreita são “afligidos, porém não esmagados; perplexos, porém não desesperados” (2Co 4.8,9); “entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo todas as coisas” (2Co 6.10). E além dos tesouros que já possuem desde agora, eles sabem que riquezas maiores esperam por eles, “porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17).



DOIS CAMINHOS

Os dois caminhos identificam-se intimamente com as duas portas. Um é largo e espaçoso; o outro, difícil e estreito (Mt 7.14). O caminho da perdição é a estrada das facilidades e liberdades sem limites (7.13,14). É o caminho da auto-indulgência. Por outro lado, o caminho da vida é a estrada da renúncia (7.13,14). Exige auto-negação, obediência e perseverança (Lopes, 2019; Hendriksen, 2010).


As opções são as mesmas de sempre: ou o caminho largo e cheio, do ímpio; ou o caminho estreito do justo. O caminho largo, com toda a certeza, é mais fácil. Quase não há limitações ou restrições. Este caminho não requer caráter. É o “caminho, que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.” (Pv 16.25). O caminho de Deus é apertado, mas é o caminho estreito é o que conduz à vida.


O Senhor não induzia pessoas a tomarem decisões precipitadas para segui-Lo sem antes calcularem o custo disto (Lucas 14.25–27,33). Em João 6.64, por exemplo, Jesus questionou a fé daqueles que a si mesmos se chamavam discípulos: “Há descrentes entre vós”. Diz o versículo 66: “A vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele”. Jesus voltou-se para os doze e perguntou-lhes: “Porventura quereis também vós outros retirar-vos?” (v. 67). É como se Ele os estimulasse, tentando induzi-los a se retirarem com a multidão. Ele não queria seguidores ocasionais, mas pessoas dispostas a darem suas vidas por Ele (MacArthur, 2008).


Os que seguem o caminho estreito devem também contar com perseguições. Como Jesus disse aos seus discípulos: “vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus” (Jo 16.2). Quando alguém se torna crente, declara guerra ao inferno. E o inferno contra-ataca. Seguir a Cristo pode custar a própria vida de uma pessoa — no sentido espiritual, com toda a certeza custará (Lc 9.23). Os medrosos, os covardes e os acomodados não precisam apresentar-se. Esta parece uma estrada horrível para se viajar, não é mesmo? Mas a Escritura ensina que Cristo em pessoa vai à frente e supre-nos as forças necessárias (Fp 4.12,13).


DOIS DESTINOS 

A escolha que se faz entre as duas portas e os dois caminhos é uma escolha eterna. O caminho largo, cujo início é tão fácil, curiosamente torna-se duro no final; ele acaba no inferno. O que parece tão convidativo deste lado de cá, leva unicamente à perdição. A porta estreita, no caminho apertado, pode não parecer muito atraente, mas é o caminho para a vida. O caminho que começa difícil abre-se para a eterna felicidade do céu (MacArthur, 2008).


O indivíduo que não medita sobre o seu destino final é um insensato. O indivíduo que faz da viagem da vida terrena uma finalidade em si mesma não é lógico, mas é incoerente. Este é o grande argumento das Escrituras do começo ao fim (Lloyd-Jones, 2017).


Consideremos o nosso fim; consideremos o nosso destino, e a que tipo de vida este destino nos está levando. Se ao menos pudéssemos persuadir o mundo a fazer esta pergunta, todo este quadro seria mudado, dentro de pouco tempo. Temos visto como o apóstolo Paulo informa-nos que o caminho espaçoso certamente conduz os homens à vergonha, à miséria e à perdição. “… o salário do pecado é a morte…” – morte espiritual, desgraça e separação de Deus – “… mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).


DOIS GRUPOS 

Há dois grupos de pessoas viajando por caminhos diferentes. Mateus 7.13 fala do grupo que passa pela porta larga: “São muitos os que entram por ela”. Quanto à porta estreita, “são poucos os que acertam com ela” (7.14, ARA). Mesmo no Velho Testamento, os verdadeiros crentes constituíam apenas um remanescente, nunca a maioria. Jesus disse, em Mateus 22.14: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. Em Lucas 12.32 Jesus olhou para os seus discípulos e disse-lhes: “Não temais, ó pequenino rebanho”. Jesus ensinou que aqueles que são contados entre os remidos são poucos. O remanescente fiel tem sido sempre um rebanho pequeno. A maioria da humanidade toma o caminho largo.


Do ponto de vista humano, o caminho largo é a escolha natural. É natural preferir o que é amplo e espaçoso, de fácil acesso, em lugar do que é estreito e apertado. Também é natural seguir a multidão em vez de seguir uns poucos (Hendriksen, 2010). Jesus disse que “os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19). Em João 12.42-23 diz que “até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.” É sempre mais fácil seguir a multidão. Você jamais tem de negar-se a si mesmo ou tomar a sua cruz. O único problema é que o caminho natural termina em desastre. Os que entraram pela porta larga e agora trilham o caminho espaçoso estão indo rumo à perdição eterna (cf.: Dn 12.2; Mt 3.12; 18.8; 25.41,46; Mc 9.43; Lc 3.17; 2Ts 1.9; Jd 6.7; Ap 14.9–11; 19.3; 20.10).


A mensagem evangelística popular em nossos dias promete um plano confortável para a vida. Anula o escândalo da cruz (cf. 1 Co 1.23; Gl 5.11). Ainda que apresente Cristo como o caminho, a verdade e a vida, nada fala da porta, nem do caminho estreito. Seu assunto principal é o amor de Deus, mas não há qualquer menção da ira de Deus. Vê os homens como seres privados e, não, depravados. Vê os homens como vítimas e, não como pecadores culpados. É cheia de amor e compreensão, mas em nada menciona o facto de que há um Deus santo e que odeia o pecado; não chama ao arrependimento, não alerta para o facto de que haverá um juízo final, não chama ao quebrantamento e não apresenta qualquer razão para haver tristeza profunda pelo pecado. Trata-se de uma mensagem de salvação barata, acompanhada em geral de falsas promessas de saúde, felicidade, realizações e bênçãos materiais. Este não é o evangelho segundo Jesus Cristo (MacArthur, 2008).  


“Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”. Como Jesus poderia ser mais claro? Este é o único caminho aceito pelo seu evangelho. Não se trata de um caminho fácil ou popular, mas é o único que conduz à glória eterna.


O crente deveria lembrar-se a cada manhã, ao despertar do sono, dos seguintes factos: “Sou um filho de Deus; eu pertenço à família de Deus. Jesus Cristo morreu por mim e transportou-me do reino das trevas para o Seu próprio reino. Estou indo para o céu, pois este é o meu destino final. Estou tão somente passando por este mundo. Sei quais são as tentações e provações deste mundo, e não desconheço as insinuações de Satanás. Entretanto, não pertenço ao diabo. Pelo contrário, sou um peregrino e um forasteiro; estou seguindo a Cristo ao longo deste caminho cristão”. O crente recorda-se destas realidades espirituais, consagra-se àquilo a que se propôs fazer, e assim vai prosseguindo. E o resultado disto é que ele vê-se a avançar por este caminho apertado (Lloyd-Jones, 2017). 

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Referências: Carson, D. A. 1984. Matthew. (In F. E. Gaebelein, ed. The Expositor’s Bible Commentary: Matthew,  Mark, Luke. Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House, p. 189–190). /Hendriksen, W., 2010. Mateus. SP: Editora Cultura Cristã. / Louw, J.P. & Nida, E.A. 1996. Greek-English lexicon of the New Testament: based on semantic domains, 1, p.495. / Lopes, H.D., 2019. Mateus: Jesus, o Rei dos Reis. São Paulo: Hagnos. / Lloyd-Jones, D.M., 2017. Estudos no Sermão do Monte. São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / MacArthur, J., 2008. O Evangelho Segundo Jesus. São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Stauffer, E., 2013. agṓn, agōnízomai, antagōnízomai, epagōnízomai, katagōnízomai, agōnía. (In G. Kittel, G; Friedrich, G. & Bromiley, G. W. ed. Dicionário Teológico do Novo Testamento, vl. 1. SP: Cultura Cristã, p. 23–24). / Sproul, R.C., ed. 2015. The Reformation Study Bible: English Standard Version. Orlando, FL: Reformation Trust. / Sproul, R.C., 2017. Estudos Bíblicos Expositivos em Mateus. São Paulo: Editora Cultura Cristã.