João 16:1-33: A missão do Consolador, e palavras finais de despedida
O Espírito Santo é mencionado quatro vezes neste Evangelho como “o Consolador” (14:16, 26; 15:26; e 16:7). É referido também como “o Espírito da Verdade” no versículo 13 deste mesmo capítulo. Ele não só convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16:1-11), como também revela a Verdade, nos guia a toda a verdade e continuará a glorificar o Filho no anúncio do evangelho que ele incarnou e consumou na Cruz (16:12-15). De sorte que todo o verdadeiro crente ama a Verdade, ama a Palavra de Deus; ama, tanto a Palavra viva, o Verbo que se fez carne e deu a sua vida por nós, como a Palavra escrita que o Espírito Santo confirma, valida e anuncia em nós e através de nós.
Perante as dúvidas e interrogações dos discípulos, o Senhor Jesus, a seguir, tranquiliza-lhes o espírito. O seu completo amor por eles e o desprendimento total de Si mesmo levaram o Senhor Jesus a dedicar-lhes os momentos finais da sua última noite com eles, e a dirigir-lhes palavras de grande conforto e alento. Primeiro, garantiu-lhes que a tristeza deles seria passageira e bem cedo o voltariam a ver e estar com Ele. Segundo, como a perplexidade e tristeza deles persistissem, Jesus ilustrou a sua promessa com uma parábola: a da analogia da tristeza e dor da mulher que está para dar à luz, mas que logo a seguir se encanta “pela alegria de ter trazido um ser humano ao mundo” (16:16-24).
O Senhor Jesus termina esta sua última conversa com os discípulos no Cenáculo, dando especial relevo a três virtudes fundamentais da vida cristã (16:25-33): amor, fé e esperança. (1) Amor (27): “Pois o próprio Pai vos ama, visto que me amastes e crestes que vim de Deus”. Fé (30): “Agora reconhecemos que sabes todas as coisas e não necessitas de que alguém te interrogue. Por isso cremos que vieste de Deus”. Esperança (33): “Eu tenho-vos dito estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações; mas não vos desanimeis (tende esperança). Eu venci o mundo”.
É impressionante: as últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, antes de partir para o Getsémani, foram palavras de amor, fé e esperança. Só lhe restava então falar com o Pai e orar a favor deles, sabendo que só Deus, e ninguém mais do que Ele, podia olhar pelos seus discípulos, cuidar deles, os proteger e guardar do Mal que a seguir tinham de enfrentar.
Pastor Manuel Alexandre Júnior